domingo, 29 de janeiro de 2006
Entrevista a Arnaldo Otegi, dirigente do Batasuna
Na entrevista concedida ao Gara, Arnaldo Otegi mostra a sua visão sobre o que se passa em relação ao Estatuto da Catalunha partindo de uma ideia clara: "Não tem nada a ver o processo de superação do conflito político e armado no País Basco com uma reforma estatutária como a da Catalunha. Não é o mesmo objectivo nem o mesmo método". Questionado sobre a acção em frente ao BEC, afirma que "se viu um compromisso para construir um processo de solução com bases claras".
Lê aqui a entrevista
sexta-feira, 27 de janeiro de 2006
"Civis da ETA" em Portugal
A propósito das declarações do General Leonel de Carvalho, responsável pelo Gabinete Coordenador de Segurança, sobre a não existência de actividade da ETA em Portugal, "o que não quer dizer que Portugal não tenha acolhido já pessoas ligadas a esse movimento" e a propósito da interpretação do Correio da Manhã de que "civis da ETA" teriam estado no nosso país, a Associação de Solidariedade com Euskal Herria alerta para o perigo de se estar a confundir a ETA com a esquerda independentista. Esta é, aliás, uma prática habitual no sentido de se criarem condições para a ilegalização de todo o movimento independentista.
Esta prática cumpre os requisitos do Plano ZEN (Zona Especial Norte), plano elaborado entre os estrategas dos vários aparelhos do Estado espanhol e que pretende utilizar a comunicação social como instrumento propagandistico e repressivo. Desde então, a imprensa espanhola assume-se como porta-voz da visão espanholista dos vários governos. Usada para denegrir, rotular, confundir e, acima de tudo, veicular o medo e o ódio, pretende criar um estimulo de reacção contra toda a luta do povo basco. A estratégia de mostrar cada independentista basco como um terrorista, como um elemento ligado à ETA (o mal na sua pior versão), é visivel na ilegalização do partido Batasuna, da organização juvenil Segi, da associação anti-repressiva Askatasuna e do jornal Egin, só para se ilustrar com alguns exemplos.
É, portanto, importante que se esclareça que a vinda de qualquer cidadão basco pertencente a estas organizações ou a outras legais não configura qualquer presença de "civis da ETA" ou de civis "ligados a esse movimento". O Correio da Manhã serve muito bem os interesses da imprensa espanhola mas não serve os interesses da população portuguesa, ao provocar o alarmismo não fundamentado. Segue a estratégia do medo e do ódio do Plano ZEN e nunca se preocupou em contextualizar as suas notícias com o que se passa no País Basco nem em mostrar o outro lado envolvido no conflito. A tortura, a prisão arbitrária e a morte praticadas pelo Estado espanhol e o apoio popular ao projecto independentista basco são temas raros ou inexistentes nas folhas do referido jornal.
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria tem recebido com grande solidariedade os companheiros independentistas bascos de organizações legais e ilegais. Têm-no feito várias outras organizações e personalidades do nosso país. Gente de partidos, organizações juvenis, associações anti-repressivas, sindicalistas, jornalistas e outros, que vivendo o conflito pretendem furar a censura mediática e mostrar aos portugueses o que se passa no País Basco.
Consideramos que o estatuto de legal ou ilegal não importa quando o aparelho judicial espanhol está comprometido com o aparelho político do Estado que oprime o povo basco. Achamos por isso que os contornos pouco nitidos das declarações do General Leonel de Carvalho e do artigo do CM pretendem quebrar a vontade dos portugueses e organizações que se solidarizam com o povo basco. Tal vontade não será, no entanto, satisfeita. Estamos cientes da força da razão de um povo que sempre soube resistir e que tem direito à autodeterminação, direito democrático consagrado pela ONU e que o tão "democrático" Estado espanhol não aceita.
Esta prática cumpre os requisitos do Plano ZEN (Zona Especial Norte), plano elaborado entre os estrategas dos vários aparelhos do Estado espanhol e que pretende utilizar a comunicação social como instrumento propagandistico e repressivo. Desde então, a imprensa espanhola assume-se como porta-voz da visão espanholista dos vários governos. Usada para denegrir, rotular, confundir e, acima de tudo, veicular o medo e o ódio, pretende criar um estimulo de reacção contra toda a luta do povo basco. A estratégia de mostrar cada independentista basco como um terrorista, como um elemento ligado à ETA (o mal na sua pior versão), é visivel na ilegalização do partido Batasuna, da organização juvenil Segi, da associação anti-repressiva Askatasuna e do jornal Egin, só para se ilustrar com alguns exemplos.
É, portanto, importante que se esclareça que a vinda de qualquer cidadão basco pertencente a estas organizações ou a outras legais não configura qualquer presença de "civis da ETA" ou de civis "ligados a esse movimento". O Correio da Manhã serve muito bem os interesses da imprensa espanhola mas não serve os interesses da população portuguesa, ao provocar o alarmismo não fundamentado. Segue a estratégia do medo e do ódio do Plano ZEN e nunca se preocupou em contextualizar as suas notícias com o que se passa no País Basco nem em mostrar o outro lado envolvido no conflito. A tortura, a prisão arbitrária e a morte praticadas pelo Estado espanhol e o apoio popular ao projecto independentista basco são temas raros ou inexistentes nas folhas do referido jornal.
A Associação de Solidariedade com Euskal Herria tem recebido com grande solidariedade os companheiros independentistas bascos de organizações legais e ilegais. Têm-no feito várias outras organizações e personalidades do nosso país. Gente de partidos, organizações juvenis, associações anti-repressivas, sindicalistas, jornalistas e outros, que vivendo o conflito pretendem furar a censura mediática e mostrar aos portugueses o que se passa no País Basco.
Consideramos que o estatuto de legal ou ilegal não importa quando o aparelho judicial espanhol está comprometido com o aparelho político do Estado que oprime o povo basco. Achamos por isso que os contornos pouco nitidos das declarações do General Leonel de Carvalho e do artigo do CM pretendem quebrar a vontade dos portugueses e organizações que se solidarizam com o povo basco. Tal vontade não será, no entanto, satisfeita. Estamos cientes da força da razão de um povo que sempre soube resistir e que tem direito à autodeterminação, direito democrático consagrado pela ONU e que o tão "democrático" Estado espanhol não aceita.
Audiência Nacional espanhola proíbe acção do Batasuna
O juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Grande-Marlaska proibiu ontem a celebração, prevista para amanhã em Altasu, de uma acção política do Batasuna para a difusão da proposta de paz do Batasuna "Orain herria, orain bakea". O magistrado assinalou no seu auto que esta acção "encontra-se ligada às causas de proibição" veiculadas na resolução ditada no passado dia 17, na qual se acordou a suspensão das actividades do Batasuna por mais dois anos e pela qual se impediu a celebração da Assembleia Nacional que a organização independentista ia realizar no passado sábado.
Gara.net
Gara.net
quinta-feira, 26 de janeiro de 2006
Acção da ETA em Zuia e Balmaseda
Hoje explodiram dois explosivos. Um na estação de correios de Zuia e outro no tribunal de Balmaseda. A primeira explosão aconteceu à meia-noite, quando os correios se encontravam fechados. O segundo explosivo encontrava-se dentro de uma bolsa que dizia "perigo, bomba" e foi despoletado às 7.15 da manhã.
terça-feira, 24 de janeiro de 2006
"Portugal na rota da ETA"
Veio a público uma declaração de um elemento do Ministério da Administração Interna que vem confirmar o que já tinhamos dito. As notícias veiculadas na imprensa portuguesa não deverão ser mais que pura especulação da imprensa espanhola e não houve qualquer comunicação por parte dos serviços de segurança espanhola às autoridades portuguesas.
"Portugal na rota da ETA"
Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação social portugueses têm publicado notícias sobre a eventual compra de armas, no nosso país, por parte da organização independentista basca ETA. A notícia surge quando a causa independentista basca vai ganhando apoios em vários países e quando se forma um grupo de deputados europeus solidários apoiantes da resolução do conflito e da autodeterminação do povo basco. Não seria por isso de estranhar que a notícia não fosse mais que uma estratégia de descredibilização do Movimento de Libertação Nacional Basco no estrangeiro. Portugal não está "na rota da ETA" como afirma o "Correio da Manhã". Este título pretendendo dar a ideia de que a ETA vai ter actividade armada no nosso país apenas tem objectivos sensacionalistas, como de resto o referido jornal nos tem vindo a habituar. Esta notícia tem como fontes os que acusavam a ETA de ter cometido o atentado terrorista contra milhares de trabalhadores no dia 11 de Março de 2003. A imprensa espanhola, onde os jornais portugueses vão buscar informação sobre a actividade da ETA, é instrumentalizada pelo Estado espanhol e tem objectivos puramente propagandisticos.
A ETA apenas actua militarmente no Estado espanhol, Estado que aliás fornece armamento a vários países em guerra, que promoveu e promove o terrorismo contra cidadãos bascos, que ajudou à ocupação do Iraque e que tem na sua oligarquia financeira membros da Opus Dei, empresários ligados à máfia, ao tráfico de droga, armas e à lavagem de dinheiro.
A ETA apenas actua militarmente no Estado espanhol, Estado que aliás fornece armamento a vários países em guerra, que promoveu e promove o terrorismo contra cidadãos bascos, que ajudou à ocupação do Iraque e que tem na sua oligarquia financeira membros da Opus Dei, empresários ligados à máfia, ao tráfico de droga, armas e à lavagem de dinheiro.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2006
sábado, 21 de janeiro de 2006
Milhares solidários com Batasuna
Milhares de pessoas acorreram à concentração em solidariedade com o Batasuna. A acção de protesto começou com a intervenção de um bertsolari, Jon Maia, seguindo-se as intervenções de representantes de ELA, AB, EA, assim como do Sinn Féin, partido irlandês. Estão presentes membros de Aralar, Zutik, Batzarre, Segi, ANV, LAB, Ekarri e, como é óbvio, do Batasuna. Barakaldo está a ser testemunha de que nenhum Estado pode submeter a vontade de um povo às suas decisões repressivas.
A Audiência Nacional espanhola ordenou, entretanto, que a polícia actue no caso de se verem ou ouvirem quaisquer alusões ao Batasuna ou à ETA.
Resposta da esquerda independentista
Para hoje estava marcada a Assembleia Nacional do Batasuna. No entanto, a Audiência Nacional espanhola, esse instrumento judicial ao serviço do Estado espanhol, decidiu suspender o Batasuna por mais 2 anos, encerrando-lhes as sedes e mantendo o congelamento de toda a propriedade da organização da esquerda independentista. O PNV, partido da burguesia basca, ajoelhou-se uma vez mais aos pés do Estado espanhol dizendo que tinha de acatar as ordens. Entretanto, o Batasuna apelou a que se realizem assembleias, concentrações e manifestações em todas as ruas, bairros e localidades do País Basco. Um grupo de cidadãos convocou também uma acção de protesto em frente ao edificio onde seria a Assembleia Nacional. Vários partidos, sindicatos, organizações juvenis, delegações internacionais estarão presentes.
terça-feira, 17 de janeiro de 2006
Estado espanhol procura impedir a Assembleia Nacional do Batasuna
O Estado espanhol decidiu através do seu aparelho judicial impedir a realização da Assembleia do Batasuna. O juiz da Audiência Nacional espanhola ordenou a suspensão das actividades do Batasuna por mais dois anos. Proíbe assim a Assembleia Nacional do Batasuna convocada para sábado em Barakaldo. O juiz decretou também a continuação da clausura dos espaços, estabelecimentos e página web da organização da esquerda independentista.
Mais uma vez perseguem-se os direitos civicos e políticos do povo basco. A repressão espanhola não impedirá a continuação do trabalho do Batasuna em prol do direito do povo basco à independência e ao socialismo. A Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) não só saúda a realização da Assembleia Nacional do Batasuna como repudia a actuação do aparelho judicial, totalmente manietado pelo poder político.
domingo, 8 de janeiro de 2006
Mais de 40 mil pessoas apoiam presos políticos bascos
Costumam dizer os papagaios da informação espanholista que a luta do povo basco é algo focalizado numa parte ínfima da população. As forças armadas repetem até à exaustão que a ETA será vencida pela força. Os governos espanhol e francês mantêm a sua firme vontade de violar as leis internacionais que os obrigam a levar os presos políticos bascos para as prisões das suas terras.
Aqui, como nos Estados espanhol e francês, recebemos apenas a visão que transmitem os órgãos de comunicação social manietados pelos governos. Por isso, talvez não se venha a saber senão pelos órgãos de imprensa alternativos e independentes o que se passou hoje.
Após semanas de intensa actividade da ETA, após semanas de intenso debate no País Basco sobre os presos políticos, o Fórum de Ibaeta convocou uma manifestação para hoje, sábado. A motivação era clara, o apoio aos presos políticos bascos, homens e mulheres que sofrem nas prisões por lutarem pela independência e socialismo para a sua pátria. Elaborou-se um manifesto de exigências, reivindicações com vista à defesa dos direitos dos presos e apelou-se ao massivo apoio nas ruas de Bilbau.
Que aconteceu? A luta focalizada, pirrica, inexistente, bramada por grande parte dos jornalistas espanhóis, caiu por terra perante o colapso das ruas de Bilbau. Mais de 40 mil pessoas numa torrente humana quiseram mostrar o seu apoio aos presos independentistas bascos. As fotos realmente não enganam. Nem a vontade da meia dezena de autocarros cheios de gente impedida de avançar pela Guardia Civil e que decidiu simplesmente cortar a estrada em protesto.
Este povo merece ser livre!
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