O Parlamento Europeu manifestou, ontem em Estrasburgo, um forte apoio ao processo de paz no País Basco, apesar de reservas do Partido Popular Europeu (PPE).
Este apoio, aos esforços de paz do Governo espanhol, baseou-se numa proposta de resolução do grupo socialista europeu, cujo dirigente, Martin Schulz, considerou que "o caminho do diálogo é a única maneira de pôr termo à espiral de violência". A resolução teve o 321 votos a favor, 311 contra e 24 abstenções.
Em contraste, o PPE considera que a ETA não renunciou definitivamente à violência e que quaisquer conversações apenas lhe dão visibilidade. O dirigente desta bancada, Hans-Gert Poettering, lançou um apelo à organização separatista para que "mostre algum remorso".
O PPE apresentou uma contra- -proposta de resolução, que foi derrotada por 322 contra 302 e 31 abstenções, a advertir que o processo de paz pode pôr em causa os princípios democráticos da União Europeia.
Entre os eurodeputados portugueses, Assunção Esteves (PPE) decidiu não votar por considerar que a proposta socialista era "sensata", embora também quisesse manter a lealdade ao seu grupo político. Sérgio Marques(PPE) também não votou mas foi indicado que apoia a proposta do seu partido e que chegou atrasado ao hemiciclo.
Os eurodeputados comunistas Ilda Figueiredo e Pedro Guerreiro não depuseram o voto em relação à proposta socialista, embora tenham votado contra a do PPE. Mais tarde, Ilda Figueiredo sublinhou o apoio ao processo de paz mas, no que se prende com a resolução, acrescentou que gostaria "que fosse mais além".
em DN
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
sábado, 14 de outubro de 2006
Jo Ta Ke!
* Iñaki de Juana Chaos deu por finalizada a sua greve de fome mas continua debilitado
* A kale borroka prossegue no País Basco
* A ONU considera que o Estado espanhol continua a não seguir as suas recomendações para pôr fim à tortura e à dispersão dos presos políticos
* O Estado espanhol prendeu dois jovens, que diz estarem ligados à kale borroka
* Na Alemanha e em França houve concentrações de solidariedade com os presos políticos bascos
* O processo de diálogo não avançou um milimetro
No fundo, nada mudou. O Estado espanhol continua a exercer a sua política repressiva sobre o povo basco. E, como diz a mítica banda basca Su Ta Gar, Jo Ta Ke Irabazi arte!
domingo, 8 de outubro de 2006
Catalunha 2, País Basco 2
Mais de 56 mil espectadores assistiram hoje a uma tarde mágica de futebol. No estádio do FC Barcelona, Camp Nou, as selecções da Catalunha e do País Basco empataram a duas bolas. Em campo, as duas formações exigiram o reconhecimento oficial e a participação em torneios internacionais.
As bancadas do Camp Nou vestiram-se a rigor para uma partida que representou muito mais que um simples jogo de futebol. Faixas reclamando a independência da Catalunha e do País Basco, milhares de bandeiras dos respectivos países e mensagens de apoio aos presos políticos catalães e bascos. Mais que a disputa, o jogo valeu pela fraternidade demonstrada entre os adeptos das duas selecções. Palavras para quê?
Dois povos, uma luta.
Kale Borroka continua
Esta noite vários desconhecidos lançaram cocktails molotov contra tribunais da localidade de Tudela. Na manhã de ontem, numa localidade de Gipuzkoa, vários desconhecidos entraram na Câmara Municipal e fizeram pichagens nas paredes contra o PSOE e em solidariedade com Iñaki de Juana Chaos.
A kale borroka tem-se intensificado nos últimos dias por todo o território do País Basco. A população, certamente descontente com o avanço nulo do processo de diálogo e com o tratamento dado aos presos políticos bascos, tem demonstrado que a paz que desejam não é com amarras mas com a liberdade.
A kale borroka tem-se intensificado nos últimos dias por todo o território do País Basco. A população, certamente descontente com o avanço nulo do processo de diálogo e com o tratamento dado aos presos políticos bascos, tem demonstrado que a paz que desejam não é com amarras mas com a liberdade.
Milhares de pessoas exigem respeito aos direitos dos presos
Mais de 15 mil pessoas responderam ao apelo do Foro Ibaeta e manifestaram-se nas ruas de Donostia pelos direitos dos presos políticos bascos. As fotografias de todos aqueles que deixam uma parte das suas vidas na prisão pela liberdade de Euskal Herria encabeçavam a marcha de protesto.
O Foro Ibaeta apela a que se leve a luta "aos bairros, povoações, centros de ensino, empresas" para se acabar com "a vingança e a chantagem" que as instituições espanholas usam contra os presos bascos. "Não há outro caminho que o compromisso diário".
"Que agrupem imediatamente os presos políticos bascos em Euskal Herria; que ponham imediatamente em liberdade, e sem condições, aos 160 presos e presas sequestradas que já cumpriram as penas que lhes impuseram; que libertem imediatamente os 6 presos doentes, e doentes pela injustiça crónica das políticas penitenciarias".
Enviaram um "abraço caloroso" aos homens e mulheres que formam o EPPK [Colectivo de Presos Políticos Bascos] e a quem lhe é próximo "nestes momentos tão dificies e crueis". E nomearam, desse colectivo: Iñaki de Juana, "sequestrado pelo Governo espanhol e alimentado com uma sonda contra a sua vontade"; José Mari Sagardui, Gatza, que está há 26 anos preso, longe e isolado; Jon Agirre, preso que sofre de doenças graves e ao qual negaram sistematicamente a aplicação do artigo 92 e prolongaram a pena até 2011 quando devia ficar em liberdade já neste mês; e Filipe Bidart, a quem negam a liberdade condicional apesar de cumprir os requisitos estabelecidos pelas autoridades francesas.
Em referência aos mais de 600 presos dispersos " nos 80 Guantanamos de França e de Espanha", o texto do Foro Ibaeta destaca que os querem "vivos, donos dos seus direitos, em casa. E conseguiremos. Não porque os governos se convertirão, da noite para o dia, aos principios democráticos; conseguiremos porque cada vez mais gente está comprometida em dar uma resposta social proporcional a esses ataques brutais".
Fonte: Gara.net
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Delegação visita Iñaki de Juana Chaos
Uma delegação do Foro de Ibaeta visitou o preso político basco Iñaki de Juana Chaos, há 58 dias em greve de fome. Segundo Juan Mari Olano, representante do movimento pro-amnistia, Iñaki perdeu mais de 24 quilos desde que iniciou a greve e, apesar da deterioração do seu estado físico, encontra-se "psicologicamente muito forte".
Iñaki reafirmou a sua intenção de prosseguir a greve de fome que mantem há quase dois meses. Não está disposto a permanecer "nem mais um segundo" na prisão, segundo Olano.
Fonte: Gara
Solidariza-te com Iñaki de Juana Chaos em http://www.petitiononline.com/eh1959/petition.html
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
domingo, 1 de outubro de 2006
Autodeterminação é a palavra-de-ordem!
Sob o lema da autodeterminação, mais de 16 mil pessoas encheram as ruas das cinco capitais bascas neste sábado. A esquerda independentista pretendeu, através das manifestações, marchar contra o bloqueio do processo de paz e pela solução real do conflito, como noticia o diário basco Gara.
Durante as acções de protesto ouviram-se muitas palavras-de-ordem solidárias com Iñaki de Juana Chaos, o preso político basco há 56 dias em greve de fome.
Antes das mobilizações populares, Joseba Permach, dirigente do Batasuna, afirmava que as próximas semanas iriam ser decisivas para saber se entre todos seriam "capazes de encontrar as bases mínimas para iniciar o diálogo político".
A kale borroka [luta urbana] também se tem intensificado. O governo espanhol, depois de agitar a legalização do Batasuna como desculpa para fazer encalhar o processo, avança agora com a kale borroka como nova desculpa. A verdade é que antes de ter estalado a kale borroka o processo já estava paralizado.
As ruas bascas vivem o protesto diário de independentistas comprometidos com a luta pela liberdade do seu povo. Segundo o Gara, na madrugada de ontem, um grupo de jovens atacou em Ondarroa duas sucursais do BBVA [Banco Bilbao y Viscaya] e um tribunal com cocktails molotov, para além de incendiar uma barricada de pneus.
Enquanto isto, passearam-se, durante a semana, militares espanhóis. Marcharam atravessando aldeias bascas, fazendo paraquedismo nas praias bascas, querendo mostrar quem ocupa o território da parte sul de Euskal Herria. Vários cidadãos bascos mostraram o seu repúdio manifestando-se contra a sua presença.