terça-feira, 29 de abril de 2008

Luta armada pode estender-se pelos Estados francês e espanhol

A organização armada Irrintzi anunciou hoje, através de um comunicado, um aumento das suas acções e assegura que, perante a impossibilidade de poder negociar soluções em torno do conflito político sobre Euskal Herria, ameaça "a totalidade do território francês e espanhol com acções armadas".

No comunicado, assumiu ainda seis acções realizadas desde Agosto do ano passado, entre elas a última levada a cabo no passado dia 23, na qual colocaram duas bombas em frente a uma imobiliária e à Oficina de Turismo de Bidaxune.

A organização dirigiu-se também à ONU e à União Europeia para que os Estados sejam obrigados a respeitar os direitos humanos. A Irrintzi exige o reconhecimento de Euskal Herria e que o Estado francês promova um referendo para a criação de um "marco de autonomia institucional.

A Irrintzi é uma organização independentista basca que opera em Iparralde (parte do País Basco ocupado pelo Estado francês). Irrintzi é o nome de um grito tradicional basco. As primeiras acções conhecidas remontam a 2006 quando a organização fez uma série de sabotagens, entre as quais um ataque à bomba contra a casa de verão do ministro francês da Administração Interna Michele Alliot-Marie.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

domingo, 27 de abril de 2008

Durango, 26 de Abril: Lakua tenta silenciar a esquerda abertzale






Os agentes da polícia autonómica empregaram-se ontem a fundo para impedir as celebrações do 30.º aniversário do nascimento do Herri Batasuna que a esquerda independentista pretendia realizar em Durango, e, assim, obstruir o caminho à mensagem que este movimento queria passar à sociedade basca.

Sem esperar pela Audiência Nacional, foi o próprio Ministério do Interior de Lakua, encabeçado por Javier Balza, que vetou a realização de uma manifestação e de diversos actos de celebração que teriam lugar em Landako. Depois desta actuação do Governo de Gasteiz, o magistrado do tribunal especial, Fernando Andreu, manifestou hoje de manhã que nem sequer tinha que tomar uma decisão sobre o assunto.

O impulso repressivo de Balza teve correspondência no enorme contingente policial que se deslocou para as ruas de Durango. Poucos minutos antes das 17h, fez-se notar a primeira viatura policial nas imediações da Feira de Exibições de Landako, e vários ertzainas colocaram-se à frente das pessoas que gozavam a tarde ensolarada e esperavam pelo começo das celebrações, junto ao Kafe Antzokia. Dez minutos depois, apareceram dois novos veículos, e desta vez os agentes policiais saíram deles com o claro propósito de intimidar os que se iam aproximando de Landako, posando com as suas armas. Não foi preciso muito para ver chegar o contingente policial completo, com mais seis brigadas móveis. Entretanto, a polícia autonómica obrigou dois jovens que tinham estacionado um veículo ali perto a abrir a mala do carro e, às 17h30, um par de agentes dirigiu-se ao interior do Kafe Antzokia em busca de representantes da esquerda abertzale. Militantes históricos do independentismo como Tasio Erkizia, Itziar Aizpurua, Anjel Alcalde e Txomin Ziluaga foram obrigados a identificar-se, tendo iniciado uma negociação com os agentes. Iñaki Olalde, Julen Aginako, Itziar Lopategi e Kepa Bereziartua também se aproximaram, mas as conversações não frutificaram, uma vez que os ertzainas insistiam que a celebração estava proibida e que não iriam permitir que se tivesse lugar.

Tapam a boca a Olalde

Os representantes do movimento independentista optaram por destacar o sucedido perante os meios de comunicação, tendo Olalde denunciado que o PNV se tinha “adiantado” ao PSOE e ao Governo espanhol na proibição do 30.º aniversário do Herri Batasuna. Na sua perspectiva, a formação jeltzale [PNV] “quer deixar claro perante Madrid que está disposta a fazer de criado e a preparar o caminho para repetir a fraude política de há trinta anos”. Num dia gritam Gora Euskadi Askatuta! [Viva o País Basco livre!] e no seguinte intensificam a estratégia repressiva impulsionada pelo PSOE”, acrescentou, em alusão ao PNV.

O porta-voz independentista pôde terminar a sua declaração na íntegra em euskara; contudo, quando começou a pronunciá-la em castelhano, os agentes exigiram-lhe que se calasse. Olalde estava a dizer que a esquerda abertzale pretendia transmitir à sociedade basca, nas celebrações de ontem, que conta com a proposta de marco democrático para solucionar o conflito político e criar um cenário de paz; mas, nesse instante, um agente precipitou-se sobre ele e tapou-lhe a boca. Acto contínuo, a polícia autonómica fez anunciar a partir de um altifalante que a mobilização era ilegal e que as centenas de pessoas ali congregadas deviam dispersar. A resposta à ameaça dos agentes foi dar meia volta e iniciar uma manifestação pelas ruas de Durango.

Manifestação reprimida

Foram muitas as pessoas que secundaram a marcha, à frente da qual seguia uma faixa em que era visível o lema da comemoração dos 30 anos da fundação do Herri Batasuna, e na qual se gritaram palavras de ordem contra o PNV, o PSOE e a favor da independência. A polícia municipal cortou o tráfego para que a marcha pudesse prosseguir, mas, quando a cabeça da manifestação se aproximou da Zona Antiga da localidade, deparou com um muro de agentes armados. Os manifestantes detiveram-se, pararam a marcha e começaram a cantar o «Eusko Gudariak» [hino basco] com o punho erguido; nesse momento, os ertzainas desataram a correr atrás deles. Pelo menos duas pessoas foram detidas depois da primeira carga, e a mobilização dispersou-se com as cargas repetidas nas ruas adjacentes. Ainda assim, muitos dos participantes conseguiram furar o cerco policial e chegar à praça de Santa Ana, onde se foi possível celebrar o comício político.

Olalde voltou a tomar a palavra nas escadarias da igreja da Zona Antiga e, acompanhado por Itziar Aizpurua, Txutxi Ariznabarreta e outros representantes do movimento independentista, assinalou que as moções “éticas” apresentadas pelo par PNV-PSOE são um pedaço de “sarcasmo”, quando os jeltzales enviam “o seu braço armado” para impedir a comemoração de Landako ou evitam a realização de uma conferência de imprensa a tiros, como aconteceu na semana passada em Orereta (Errenteria). Para além disso, teceu duras críticas sobre o aval que estas duas formações dão à “tortura, ao encarceramento de porta-vozes políticos e ao sistema judicial”. O representante independentista afirmou que, do mesmo modo que há trinta anos “venderam Euskal Herria por um prato de lentilhas”, o PNV pretende realizar juntamente com o PSOE uma “nova fraude”, e necessitam debilitar a esquerda abertzale.

Carga policial no fim do comício

Durante as celebrações, realçaram que o PNV tem “medo” da mensagem da esquerda abertzale porque nos últimos 30 anos demonstrou o seu “compromisso com a independência e com a criação de um marco democrático para solucionar o conflito”. Recordando as declarações de Jon Idigoras segundo as quais, se o HB não existisse, teria que ser inventado, assegurou que o político de Zornotza, falecido em Junho de 2005, representa o carácter da esquerda abertzale: “somos teimosos, nós, os Bascos, nos nossos objectivos políticos, e toureiros porque quase sempre agarramos o touro pelos cornos; outras vezes toureamo-lo, mas, desgraçadamente, recebemos muitas vezes cornadas dolorosas”.

A polícia autonómica seguiu as intervenções a partir de um dos lados da praça. Todavia, quando o comício estava a caminhar para o seu fim, com os assistentes a cantarem «A Internacional», um agente pegou no microfone e deu por terminada a iniciativa. Pouco depois, um grupo de beltzas * entrava na praça e carregava contra os presentes a cassetete, provocando vários feridos.

Fonte: Gara

* polícia basca de elite anti-distúrbios; temidos e desprezados no País Basco, os agentes deste corpo policial são conhecidos por beltzak ou beltzas [negros] por causa do uniforme que envergam.

Moções “éticas” contra a ANV não passam em Arrasate e Hernani

As moções “éticas” propostas pelo PNV e pelo PSE, com o objectivo de expulsar Ino Galparsoro e Marian Beitialarrangoitia da presidência dos municípios de Arrasate e Hernani, respectivamente, saíram derrotadas nas sessões plenárias realizadas nas sedes desses municípios.

Em Arrasate, os oito votos favoráveis à moção – quatro do PNV e quatro do PSE – foram travados por nove votos contra – sete da EAE-ANV, um do Aralar e um da EB-Zutik – e quatro abstenções – a do vereador do EA, a do PP e as dos outros dois edis da EB-Zutik. No final da sessão, a presidente deu a palavra aos cidadãos de Arrasate e, quando um deles aproveitou a ocasião para denunciar a inutilidade deste tipo de iniciativas relativamente à solução do conflito, os quatro vereadores do PSE abandonaram o salão, vivendo-se então momentos de tensão.

Salão a abarrotar

A Câmara Municipal tinha aberto as suas portas por volta das 18h e, desde então, dezenas de pessoas juntaram-se nas imediações do edifício, em silêncio, para mostrar o seu apoio à formação ekintzale [ANV], exibindo cartazes onde se lia “Guk independentzia” [Somos pela independência]. Quando a presidente do município, Ino Galparsoro, entrou no salão plenário, tanto o interior da Câmara como o espaço contíguo, no exterior, estavam a abarrotar de gente, que a recebeu com gritos de apoio como “Ino, herria zurekin” [Ino, o povo está contigo] e “ANV aurrera” [ANV, força]. De realçar também o enorme contingente policial destacado pela Ertzaintza, assim como a presença de inúmeros meios de comunicação social.

PNV e PSE também não alcançam o seu objectivo em Hernani

Também em Hernani a moção “ética” promovida pelo PNV e pelo PSE, apesar de reforçada pela votação favorável dos vereadores do EA e do PP, se viu rejeitada no debate que teve lugar na Câmara Municipal. A abstenção da representante do EB-B/Aralar, Beatriz Fernandino, e os votos contra dos oito vereadores da EAE-ANV fizeram com que se registasse um “empate a oito”. Perante essa situação, Marian Beitialarrangoitia fez valer o seu voto na qualidade de primeira edil, desempatando a votação e, dessa forma, anulando as pretensões dos promotores da moção.

Fonte: Gara

Julgamento contra o Movimento Pró-Amnistia: acusados afirmam que a AN “é parte interessada na negação dos direitos de Euskal Herria”

Josu Beaumont e Julen Larrinaga compareceram hoje em Donostia acompanhados por outros 18 elementos constituídos réus no processo contra o movimento pró-amnistia e reafirmaram a decisão que deram a conhecer na última segunda-feira, coincidindo com o início do julgamento, de renunciar à sua defesa. No momento em que tinha início o julgamento na Casa de Campo, os acusados tornaram público, através da página de Internet www.askatu.org, um manifesto no qual explicavam o seu posicionamento perante o julgamento.

De acordo com o que expuseram, decidiram dar “passos concretos” no âmbito do seu objectivo de “erguer um muro contra a repressão”, e esta renúncia à defesa é um deles, com o qual pretendem mostrar a sua “total convicção” de que o movimento pró-amnistia vai ser condenado neste processo e de que os direitos democráticos básicos como o de reunião, associação ou mobilização não podem ser julgados num tribunal.

“Pensamos que essa batalha já está ganha em Euskal Herria”, onde existe “uma convicção maioritária de que a Audiência Nacional actua por impulsos políticos e é mais um braço da aposta repressiva do Estado”, acrescentou Larrinaga, que explicou ainda que agora pretendem destacar que o debate não deve girar em torno da questão da legalidade do movimento anti-repressivo, “mas antes da ilegalidade da repressão”.

Sentados atrás de uma mesa em que figurava a fotografia de Maite Díaz de Heredia, os acusados matizaram que a sua renúncia à defesa não significa que não vão “denunciar politicamente o referido tribunal” nem apresentar como testemunhas “presos políticos e os seus familiares” para que relatem os seus casos.

Também consideraram “significativo” que um dos membros do tribunal que os julga, Juan Francisco Martel Rivero, seja o que “mais casos de tortura arquivou” na Audiência Provincial de Madrid “sem requerer nenhuma investigação” sobre essas denúncias.

Larrinaga realçou, além disso, que a própria presidente do tribunal que os julga desde a segunda-feira passada, Teresa Palacios, tenha dito que eles não julgam “ideologias mas actividades supostamente delitivas”, algo revelador, na sua perspectiva, da necessidade do tribunal sair em sua própria defesa.

Denunciou também o silêncio mantido pelos partidos políticos em volta do julgamento e fez uma comparação com o modo como estes se envolveram no denominado “caso Atutxa”.

Por último, os acusados fizeram um apelo aos cidadãos para que participem na jornada de mobilização prevista para a próxima sexta-feira.


Fonte: Gara

ANV apresenta as suas próprias moções nos municípios

Nas vésperas da sessão plenária que debateu a moção “ética” promovida pelo PNV e pelo PSE no Município de Arrasate, com o objectivo de afastar a ANV [Acção Nacionalista Basca] dos destinos da edilidade, a formação ekintzale fez saber, numa conferência de imprensa ocorrida em Donostia, que estas moções não têm outro propósito que não seja o de “isolar e criminalizar a esquerda independentista”, e anunciou que iria apresentar as suas próprias iniciativas nos municípios bascos porque possuem a legitimidade que lhes foi atribuída pela cidadania nas eleições do ano passado.

A primeira edil de Hernani, Marian Beitialarrangoitia, referiu que das moções propostas pela EAE-ANV “localidade a localidade” fazem parte cinco pontos: primeiro, que “a petição de demissões e as moções de censura não contribuem para a solução do conflito”; em segundo lugar, que “a chave do problema reside na territorialidade e no direito à autodeterminação”, e que “a cidadania basca tem direito a decidir o seu futuro, que urge dar passos para que o possa materializar, e que Espanha e França devem respeitar a sua decisão”. O texto afirma também que os municípios “irão trabalhar para que essa mudança política tão desejada se torne realidade”, e que “todos os projectos políticos têm direito a ser defendidos em igualdade de condições, e que haverá empenho para isso”.

Fonte: Gara

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Jovens detidos em Oarsoaldea denunciam maus tratos

Os jovens detidos na passada sexta-feira na comarca guipuscoana de Oarsoaldea declararam ter sofrido maus tratos nas instalações policiais durante os cinco dias em que permaneceram sob regime de incomunicação, às mãos da polícia espanhola. De acordo com a Askatasuna, os jovens receberam múltiplos golpes na cabeça, foram obrigados a permanecer nus e foram ameaçados com a detenção dos seus familiares. Nalguns casos, inclusive, chegaram a mostrar-lhes as ordens de detenção.

No caso de Haizea Iriarte e Xabier Lujanbio, actualmente um casal, os agentes levaram-nos para duas salas contíguas, em que Lujanbio podia ver Iriarte. De acordo com a sua denúncia, quando os polícias interrogavam Lujanbio, e não obtinham a resposta desejada, desnudavam a sua companheira.

O juiz Grande-Marlaska ditou ontem prisão incondicional para cinco dos dez detidos. Os dois jovens presos ontem devem comparecer amanhã perante o juiz, segundo a Askatasuna.

Fonte: Gara

Intensifica-se a repressão contra os jovens

Na sequência da grande operação realizada na passada sexta-feira em Oiartzun, Errenteria e Arrasate, em que foram detidas 10 pessoas, a polícia espanhola prendeu dia 22 mais dois jovens em Errenteria, a quem acusa de participação em actos de kale borroka no ano de 2005. De acordo com a informação chegada ao GARA, os detidos são Gaizka Ibeaz e Iker Iraola.

A Askatasuna, por seu lado, informou que na operação de hoje, ordenada pelo juiz da Audiência Nacional Fernando Grande-Marlaska, as forças policiais espanholas tinham como objectivo prender mais nove pessoas (além das capturadas em Errenteria), tendo-se dirigido aos domicílios desses cidadãos, mas sem os ter encontrado nas suas casas. O organismo anti-repressivo denunciou mais esta operação policial levada a cabo em Errenteria, afirmando que a localidade guipuscoana se converteu no “alvo da mais brutal repressão”. “Estamos a assistir à aliança repressiva que o Governo do PSOE e o PNV estão a realizar juntos”, acrescenta.

Para além disso, chamou a atenção para o perigo de torturas que acarreta o regime de incomunicação aplicado a todos os detidos na sexta-feira passada, sob o qual permaneceram, desde a sua detenção, nas instalações da polícia espanhola em Madrid, e sob o qual compareceram, hoje, perante o juiz da Audiência Nacional Fernando Grande-Marlaska.

Com tudo isto, a Askatasuna apela à cidadania que participe nas mobilizações de denúncia das detenções.


Sete operações

Com a desta madrugada, são já sete as operações efectuadas pelos diversos corpos policiais contra jovens independentistas nos últimos meses. A mais recente, sem contar com a de sexta-feira, teve lugar a 19 de Fevereiro em Gasteiz, dela resultando a detenção de seis pessoas. Poucas semanas antes, a 23 de Janeiro, a polícia prendeu oito jovens na comarca de Lea-Artibai. Essas duas operações foram precedidas de outras quatro em Donostia e Burlata, no final de Outubro e em Novembro de 2007, e na comarca de Uribe-Kosta e em Araba, em Outubro e em Julho, respectivamente.

Fonte: Gara

Etxerat: “O balanço da repressão no mandato de Zapatero é brutal”

A associação de familiares de presos e refugiados políticos bascos – Etxerat – deu ontem a conhecer o “brutal balanço repressivo” do primeiro mandato de José Luis Rodríguez Zapatero à frente do Governo espanhol. Segundo denunciaram, a “violência exercida” durante quatro anos contra os presos e os seus familiares pelo Executivo do PSOE, com a “inestimável ajuda” dos partidos bascos (sobretudo o PNV), “foi diária”, e avisaram que não estão dispostos a “suportar outra legislatura de violência de Estado”.

Mattin Troitiño, filho do preso político Txomin Troitiño, que deveria estar em liberdade, depois de ter cumprido a pena que lhe foi imposta, e Juan Cruz Coto, pai de Egoitz Coto, encarcerado em Daroca, tomaram a palavra para informar sobre uma “realidade sistematicamente ocultada das consequências do conflito político”.

Também participaram na conferência de imprensa como exemplos do sofrimento que padeceram na primeira pessoa, o pai de Roberto Sainz – morto pela política penitenciária em Março de 2006; a mãe do preso político basco gravemente doente Angel Figeroa; o pai de Jose Mari Sagardui, Gatza – o preso político há mais tempo encarcerado na Europa (cumprirá 28 anos em Julho); Irantzu Abad, que esteve quase a perder a vida na sequência de um acidente ocorrido quando se dirigia a uma visita; e o pai de Xabier Gartzia, que se encontra em regime de isolamento na prisão de A Lama.

A Etxerat realçou que desde Março de 2004 faleceram cinco presos políticos bascos – Kepa Miner, Ohiane Errazkin, Kotto Altzuguren, Roberto Sainz e Igor Angulo –, “vítimas de uma política prisional cruel e carente de qualquer moral”, e que três familiares morreram e 270 sofreram diversos tipos de ferimentos nos 100 acidentes provocados pela dispersão.

Para além disso, recordaram que com Zapatero se atingiu a cifra de 735 presos políticos, o número mais alto da história recente, e que foram feitas 100 denúncias judiciais por tortura. Sobre as condições de vida na prisão, afirmaram que se “agravaram, chegando a ser insustentáveis”, uma vez que “o isolamento, a degradação da assistência sanitária, as legislações especiais foram o pão nosso de cada dia”.

Afirmaram ainda que são mais de 40 os presos que estão há mais de 20 anos na prisão, que 12 dos presos políticos se encontram gravemente doentes e que a 21 deles foi aplicada a doutrina 197/06 do Supremo Tribunal, impondo-lhes a prisão perpétua.

A Etxerat denunciou que a legalidade que se aplica aos presos “nem é sinónimo de justiça, nem eticamente correcta” e que “dá cobertura e impunidade à repressão mais brutal jamais conhecida nestas terras”. Por isso, indicaram que vão fazer tudo o que está ao seu alcance para acabar com esta política penitenciária e intervir também na resolução do conflito.

Dia internacional

Às 19h30 de hoje decorrerá na praça Etxebarrieta, de Bilbau, uma manifestação e um acto político relacionado com o Dia Internacional dos presos políticos. Para amanhã está previsto um debate sobre o tema, às 20h30, na Errondabide Kultur Elkartea.

A mãe de Figeroa “só” pede que “cumpram a sua lei”

Mari Karmen Fernández, mãe do preso político Angel Figeroa, que se encontra na prisão apesar de estar gravemente doente, como acontece a outros 12 presos, explicou que nos últimos meses as crises epilépticas que o seu filho sofre se incrementaram e criticou esta situação como “cruel e injusta e, digam o que disserem, ilegal”. Fernández declarou que “só pedimos que cumpram a sua lei, nada mais”, em referência à aplicação do artigo 92, que contempla a libertação dos presos com doenças incuráveis. “O Angel está gravemente doente e a prisão é o pior sítio para conseguir uma recuperação mínima. Qualquer pessoa que veja os relatórios o pode constatar”, acrescentou.

Fonte: Gara

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Liberdade * Askatasuna

Concentração- Marquês de Pombal - 15 horas
Jantar de Confraternização - Largo do Carmo - 21 horas
(inscreve-te no jantar escrevendo para borrokabidebakarra@gmail.com)

acusados no processo contra Askatasuna renunciam à defesa jurídica por já estar escrita a sentença

Os 27 cidadãos bascos constituídos réus no julgamento do movimento pró-amnistia, que hoje teve início em Madrid, renunciaram à defesa jurídica em termos “clássicos” por não reconhecerem ao tribunal de excepção nenhuma legitimidade nem quererem participar na farsa em que o desfecho, a sentença, já está escrito.

Sublinharam que o seu trabalho no movimento consistia na defesa dos direitos dos presos e na denúncia da repressão tanto no País Basco como a nível internacional.

LER O MANIFESTO

Começa o julgamento das Gestoras Pró-Amnistia - Askatasuna



Está previsto para hoje, dia 21 de Abril, na Audiência Nacional espanhola, o início do julgamento contra 27 pessoas acusadas de integração na organização armada pela sua participação nas Gestoras Pró-Amnistia – Askatasuna, um organismo de defesa dos Direitos Humanos e de apoio aos presos políticos bascos, com mais de 30 anos de existência e que se tem destacado na denúncia da tortura.

Aos 27 acusados, que assumiram diversas responsabilidades públicas ou que trabalharam como advogados no movimento pró-amnistia basco, o juiz Baltazar Garzón acusa de “integração na organização armada”. O procurador pede, para cada um deles, penas de dez anos de prisão. O julgamento começará no dia 21 no edifício da Audiência Nacional na madrilena Casa de Campo, com sessões às segundas, terças e quartas das próximas semanas.

O movimento pró-amnistia basco é uma rede activa de diferentes plataformas cívicas, associações de direitos humanos e organizações activistas centrada na denúncia anti-repressiva, na solidariedade e na ajuda aos presos políticos bascos e seus familiares. As Gestoras Pró-Amnistia constituíram uma das maiores expressões organizativas deste movimento. Nascidas há mais de 30 anos, contam na sua existência com milhares de actividades – conferências de imprensa, manifestações, comícios, recolha de informação sobre a repressão, publicações -. Abrangendo quase todas as localidades e bairros do País Basco, as Gestoras granjearam um reconhecimento social e uma importante capacidade de mobilização. Em 2001 esta organização levou a cabo um processo de unificação com a Koordinaketa, sua homóloga no País Basco ocupado pelo Estão Frânces, processo do qual nasceu a Askatasuna.

Pouco depois do seu nascimento, a 31 de Outubro de 2001, uma operação policial a mando de Baltasar Garzón, responsável pelo tribunal Central de Instrução nº 5 da Audiência Nacional espanhola, saldou-se na detenção de 12 porta-vozes e responsáveis por diferentes áreas da Askatasuna. Enquanto eram confiscados e revistados vários locais e centros das Gestoras, a polícia procedia também a revistas a escritórios de advogados em Bilbau e Iruña. Em ambos os escritórios foram selados os computadores e a documentação dos 12 advogados que neles trabalhavam foi confiscada. Meios de comunicação e responsáveis políticos desencadearam uma campanha contra a actividade destes letrados e letradas, que trabalhavam em casos qualificáveis como “políticos”, sob o argumento de que pertenciam ao denominado pela polícia como “frente de macos” –presos– de ETA. O magistrado ordenaria posteriormente o desselo dos dois escritórios e a devolução do material em causa, não sem antes copiar todo o conteúdo informático e os documentos sequestrados durante as vistorias dos escritórios.

Por outro lado, Juan Mari Olano, coordenador nacional da Askatasuna, seria detido semanas mais tarde em Baiona (País Basco sob o estado francês) e depois de um longo processo, extraditado para o Estado espanhol. Olano e os 12 detidos na operação policial permaneceram quatro anos em prisão preventiva, o tempo máximo de encarceramento sem julgamento permitido pela lei. Seriam postos em liberdade sob altas fianças em 2004.

Em Fevereiro de 2004, numa outra operação policial, foram detidas outras cinco pessoas, porta-vozes da Askatasuna. Os seus domicílios foram revistados, assim como as sedes da associação de familiares Etxerat, em várias localidades bascas. Pouco depois Garzón ordenava a acumulação de todas as diligências prévias relacionadas com estas operações no processo 33/01.

O processo 33/01

Estas operações judiciais continuaram até à detenção, no passado mês de Setembro, de Juan María Olano e, em Outubro de 2007, de Ohiana Agirre, também responsável e porta-voz da Askatasuna. Ambos foram posteriormente presos por “reincidência em actuações públicas como representantes da Askatasuna”. Olano foi recentemente, em Março, libertado sub uma fiança astronómica. Mediante o processo de investigação 33/01 Garzón suspendeu a actividade das Gestoras Pró-Amnistía e da Askatasuna considerando o seu trabalho público ilícito pública e acusa 27 pessoas do delito de “integração da organização armada”. O juiz considera que todas as “actividades as Gestoras cumprem, sob o controlo e direcção da ETA” pelo que participar nas Gestoras é fazer parte da organização armada. Entre os elementos de acusação referidos no respectivo auto constava a pertença no passado a outras organizações sociais, a vinculação sentimental a presos ou refugiados políticos bascos, a participação em iniciativas de homenagem a presos, a organização de campanhas, a convocatória de mobilizações, a participação em reuniões, o desenvolvimento de projectos da organização... Actividades, todas elas, de âmbito público. Em comunicado os acusados insistem que o julgamento que se inicia “criminaliza sem fundamentos legais a solidariedade com os presos políticos, a oposição à repressão e a violência de Estado, e as acções em defesa dos direitos humanos”.

Fonte: Diagonal

sábado, 19 de abril de 2008

Repressão contra juventude

Esta tarde, houve confrontos entre a polícia e populares. Os distúrbios começaram quando as autoridades tentaram identificar três jovens que colocavam uma faixa da organização juvenil independentista Segi. Nesse momento, cerca de 50 pessoas enfrentaram a polícia que fez vários disparos e deteve três independentistas.

Ontem, dez jovens independentistas bascos foram presos numa grande operação policial.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Um poder local incómodo

A morte do militante do PSOE Isaías Carrasco, num atentado da ETA em Arrasate, foi o ponto de partida para uma estratégia de derrube de governos municipais da esquerda independentista. A moção registada na semana passada no Município de Arrasate dá agora lugar a réplicas como a de Elorrio, ainda que os planos futuros do PNV e do PSE também apontem para Pasaia ou Soraluze.

Mediante essa estratégia de generalização das moções, aclara-se pelo menos um par de questões. Por um lado, que a actuação de esses partidos, se bem que toma como ponto de partida a morte violenta de uma pessoa, não segue em caso algum o compromisso real de colocar soluções para que neste país não se continuem a produzir situações de violação de direitos fundamentais.

A partir desta primeira constatação, que se vê ratificada em parte pelo espectáculo, entre pouco sério e vexatório, protagonizado por distintas forças políticas sobre as moções “éticas”, pode-se chegar a uma segunda conclusão. Neste caso, convém perscrutar os “interesses partidários” que, desde o Eusko Alkartasuna, se atribuíam ontem mesmo à iniciativa de derrube de outros municípios que não sejam o de Arrasate.

Nas próximas semanas haverá ocasião para colocar o termómetro nas localidades para as quais os assinantes da moção dirigem, cheios de cobiça, o olhar. E isso permitirá comprovar circunstâncias muito particulares e descobrir não poucas ambições espúrias. Em Elorrio, a esquerda abertzale alcançou no ano passado uns resultados históricos, a que se juntou um voto de castigo à gestão especulativa levada a cabo pelo PNV na legislatura precedente; hoje, o governo partilhado entre a ANV e uma candidatura independente é um estorvo para, por exemplo, dar seguimento à construção do Comboio de Alta Velocidade. Outro tanto se poderia dizer de Pasaia e do porto exterior, projecto mimado pelo PNV e pelo PSOE. Inevitavelmente, o discurso ético não dá para explicar tantos e tantos interesses egoístas.

em GARA

Gestão municipal da ANV põe travão à estratégia do PSOE e do PNV


Apesar de ter sido vítima do apartheid político durante quatro anos, a esquerda abertzale recuperou o Município de Elorrio na sequência das eleições de 27 de Maio de 2007. E fê-lo, para além disso, obtendo os melhores resultados da sua história, ao conseguir a voto de 1672 cidadãos, que apoiaram assim a candidatura da EAE-ANV encabeçada por Niko Moreno (já tinha governado o município entre 1999 e 2003), e converteram o partido ekintzale na primeira força política a localidade biscaína. A EAE-ANV alcançou inclusive mais votos que o PNV e o PSE juntos, as duas formações que apresentaram uma moção pedindo a condenação da ETA e, em caso de recusa, que Moreno abandone a presidência do Município. O PNV conta com cinco vereadores e o PSE com um. O resto da Vereação é composto pelos seis vereadores ekintzales e um do grupo independente EHA.

O primeiro vereador de Elorrio manifestou ontem ao GARA que o apoio obtido nas urnas lhes dá “confiança e legitimidade” para assumir a situação. Segundo destacou, “não existe na rua esse sentimento de que à actual Edilidade falte apoio social” e assegurou que “ninguém concebe uma necessidade de mudança”. E crê que nem dentro do PNV haja essa “necessidade”, porque “estão conscientes de não possuírem legitimidade suficiente, e menos ainda apoiando-se no PSE e baseando-se em princípios éticos”.

Para além do mais, PNV e PSE não têm número suficiente de vereadores para obrigar a EAE-ANV a deixar os destinos da Câmara, e necessitariam do apoio do vereador da candidatura independente. Moreno afirmou que as relações com o EHA são “fluidas” e que o seu representante é um elemento-chave para levar avante qualquer iniciativa. Por isso, insistiu em que desde o governo municipal se deve passar aos cidadãos de Elorrio uma imagem de “tranquilidade e normalidade”.

Uma outra forma de fazer as coisas

A esquerda abertzale obteve resultados eleitorais muito bons em Elorrio na última década, e na legislatura anterior às ilegalizações Moreno governou a localidade biscaína, como actualmente, durante quatro anos. Em 1999, sob as siglas do EH, obteve um aumento importante de votos e conseguiu quatro vereadores, que, aliados a três edis de uma candidatura independente, arrebataram o Município ao PNV pela primeira vez desde 1979. A gestão municipal liderada por Moreno voltou a ser apoiada nas urnas em 2003, com o número de votos a subir até aos 1400, apesar de a lista da esquerda independentista ter sido ilegalizada pelos tribunais espanhóis. Nas últimas eleições, o aumento da votação voltou a repetir-se. Moreno considera que o principal motivo para que isto suceda reside no facto de a esquerda abertzale ter “outra forma de fazer as coisas”, em comparação com o PNV. Neste sentido, realçou o modo como o seu governo procura que a Câmara Municipal esteja “aberta” aos habitantes, e está convicto de que, se a formação jeltzale [PNV] regressasse ao Município, seria “um passo atrás”.

A gestão do PNV-EA, na legislatura anterior, foi muito criticada pelos elorrioarras, tendo inclusive uma associação de moradores interposto uma acção em tribunal contra o Plano Geral de Ordenamento Urbano, que previa a construção de 1100 fogos (implicando um aumento da população em cerca de 40%), e uma zona industrial. O juiz suspendeu o plano urbanístico por considerar que foi aprovado com irregularidades na sua tramitação. O governo local anterior aprovou rapidamente o plano, concretamente a 30 de Março, a dois meses das eleições, aproveitando a nova Lei do Solo. Assim que acedeu ao cargo, Moreno posicionou-se contra o plano.

Desde que a EAE-ANV governa, o Município de Elorrio caracterizou-se também pela oposição ao Comboio de Alta Velocidade e pelo trabalho realizado para que os cidadãos possam expressar a sua opinião sobre as obras deste projecto, através de uma consulta. Ainda que a Delegação do Governo espanhol tenha proibido o Município de a organizar, um grupo de moradores tomou a dianteira, e os habitantes mostraram a sua recusa.

GARA

terça-feira, 15 de abril de 2008

Nomes de militantes bascos ‘Ttotto’ e Arregi retirados a duas praças em Zizurkil

A sessão plenária do Município de Zizurkil, celebrada à porta fechada e custodiada por dezenas de polícias equipados com material anti-distúrbios, aprovou ontem por “unanimidade” a mudança dos nomes das praças Joxe Arregi e Joselu Geresta, ‘Ttotto’, tal como era exigido pelo PP, o PSOE e a Audiência Nacional espanhola, bem como a eliminação da ajuda, já incluída no orçamento de 2008, aos familiares dos presos políticos da localidade, no valor de 9000 euros. O mal-estar dos moradores fez-se notar no exterior da Câmara Municipal, com dezenas de zizurkildarras a protestarem sob apertada vigilância da Ertzaintza.

Como o partido político que mais votos alcançou nas eleições de Maio de 2007, a EAE-ANV, foi excluído da vereação, a actual presidente do município de Zizurkil, a jeltzale María Ángeles Lazkano, apresentou a moção que acabou por ter o apoio de todos os edis e que procede contra dois acordos municipais que, em 1981 e em 1999, decidiram dedicar o nome de duas praças do município a dois dos seus habitantes já falecidos. Arregi morreu em 1981 na sequência das torturas brutais que sofreu às mãos da polícia espanhola, e Geresta, também militante da ETA, morreu em circunstâncias estranhas, que a esquerda abertzale enquadrou no contexto da “guerra suja”.

A crispação que esta decisão em Zizurkil irá gerar já foi apontada no sábado passado pela esquerda abertzale, que, numa conferência de imprensa, perguntava aos actuais governantes se tanto Arregi como Geresta não eram também “vítimas”.

Vítimas “que ofendem”

Paradoxalmente, o texto aprovado com os cinco votos do PNV, os dois do EA, o do PSE, o do PP e o da EB-Aralar explica que as praças referidas “ofendem a sensibilidade das vítimas” e recorda que “os critérios ideológicos que mantêm os grupos políticos que integram a actual vereação” são diferentes dos das anteriores, numa clara alusão à esquerda independentista.

Se a polícia autonómica procedeu a um desdobramento impressionante em Zizurkil, a Guardia Civil realizou vários controlos de estrada durante todo o dia em diversos pontos de acesso à localidade guipuscoana. Não obstante, não foram um obstáculo para que dezenas de habitantes denunciassem a atitude do executivo municipal e, concretamente, do PNV e do EA, contra os quais apresentaram cartazes com o lema “PNV-EA, españolen morroi” [PNV-EA, criado dos espanhóis].

“PNV e EA fizeram o trabalho sujo ao Estado espanhol”

Mikel Arrastoa, que ocuparia agora a presidência do município de Zizurkil se não fosse o veto dos tribunais espanhóis ao concurso da ANV às eleições municipais, expressou ao GARA “a humilhação” que significou o plenário de ontem à tarde para a esquerda abertzale e para Zizurkil. Arrastoa começou por criticar a “ilegitimidade” da decisão ao excluir da Câmara Municipal a formação política mais votada na localidade, e denunciou “a humilhação” que foi a Ertzaintza ter impedido o acesso dos moradores ao edifício da Câmara. Foram cinco os representantes da esquerda abertzale que estiveram presentes no plenário, no qual Arrastoa tomou a palavra para denunciar que este tipo de medidas fazem retroceder os zizurkildarras a épocas de confrontação e de tensão. Para Arrastoa, o PNV actuou de forma insidiosa e nas costas do povo, e adiantou que “não vamos aceitar esta decisão. Como esquerda abertzale, continuaremos a usar esses nomes, porque são os seus, os de Arregi e ‘Ttotto’”.

Em termos semelhantes falou aos microfones da Info7 o ex-primeiro edil Juan Manuel Erasun, que sublinhou que o PNV e o EA se aventuraram a levar até ao final algo que “nem o PP” se atreveu, e criticou o facto de terem feito “o trabalho sujo ao Estado espanhol” num plenário de “humilhação, com gente de fora dentro do salão plenário e os zizurkildarras, vetados, cá fora”.

em GARA.net

“O Estado espanhol pretende acabar com as testemunhas da sua violência”

Mikel JAUREGI

Os processados no sumário 33/01, representantes do movimento pró-amnistia, mostraram ontem o seu convencimento de que, depois do julgamento que se iniciará contra eles na Casa de Campo a 21 de Abril, acabarão na prisão. “Muitos de nós vimos da prisão, e para ali seremos levados”. A razão desta afirmação funda-se na convicção de que “a sentença está escrita. Ao cabo de um julgamento que resultará numa farsa, seremos condenados”.

Josu Beaumont, detido na busca contra as Gestoras pró-Amnistia, expressou dessa forma o sentir dos 27 imputados, mas advertiu que “não nos esconderemos; no dia 21 de Abril estaremos na Casa de Campo e faremos frente a esta farsa com toda a dignidade. Como nós, de resto, membros do movimento pró-amnistia, o temos feito nestes últimos 30 anos, num trabalho que todo o País Basco conhece de sobra. Um trabalho público, firme e consciente, consistente na denúncia da repressão e no apoio aos presos e refugiados políticos”.

O navarro, ao referir-se à estratégia repressiva dos estados, e especialmente do espanhol, citou “os fuzilamentos, a guerra suja, as torturas, a política de atirar a matar nas manifestações, as prisões de extermínio, a dispersão, a perseguição, as ilegalizações... São milhares os cidadãos bascos que a sofreram, e nós, representantes do movimento pró-amnistia, temos sido testemunhas de tudo. Por isso não nos sentimos imputados, porque somos testemunhas”.

“Os ideólogos”

De facto, referiu que “os responsáveis últimos, os ideólogos” da linha de actuação mantida nestas três décadas pelo movimento pró-amnistia “foram os diferentes ministros do Interior espanhóis: Martín Villa, Rosón, Barrionuevo, Corcuera, Mayor Oreja, Rajoy, Acebes, Rubalcaba... Dizemos isso a sério. São eles que esboçam a política penitenciária e os que põem em marcha a ‘frente de makos’, são eles os que alimentam a linha contra a tortura, são eles os que dão alento à reivindicação de ‘alde hemendik' [daqui para fora]... Admitiu-o na sua época o próprio Felipe González quando disse que ‘os presos são razão de Estado'”.

Para Beaumont, um Estado “pseudo-democrático” como o Espanhol “nunca admitirá que faz uso da violência, pelo que opta por acabar com as testemunhas. Por isso actuam contra nós, contra o movimento pró-amnistia, e por isso inventam a teoria do ‘tudo é ETA’”.

Agradecimento

Juan Mari Olano expressou o agradecimento dos processados aos “milhares de pessoas que trabalharam e trabalharão no movimento pró-amnistia”, assim como “a todos aqueles que, para lá das ideologias, confiaram nele”.

Amnistia

O zaldibiarra ressaltou que, “quando reivindicamos a amnistia, não falamos só do regresso a casa dos presos e refugiados. Porque a amnistia é a solução, já que aborda as raízes do conflito”.
Ronda de que excluem os partidos, por “incapazes”

Juan Mari Olano e Julen Larrinaga, nas suas respectivas intervenções, informaram que os processados vão empreender uma ronda de contactos e interpelações “com todos os agentes, menos os partidos políticos”. A exclusão deve-se, segundo precisou Larrinaga, à “incapacidade que demonstraram nos últimos 30 anos para resolver esta situação”. Para além disso, fizeram um apelo ao conjunto de organismos de Euskal Herria e aos cidadãos “para que se mobilizem. Não em solidariedade connosco, nem com a Askatasuna, nem com o movimento pró-amnistia, mas antes em apoio aos que sofrem a repressão e para fazer frente a essa realidade”.

O zaldibiarra, na linha das declarações de Josu Beaumont, indicou que “foi a opressão que criou o movimento pró-amnistia. E quanto mais repressão, mais movimento pró-amnistia. E, a julgar pelo que Rubalcaba manifestou, parece que vem aí um ciclo bem comprido”. Acrescentou também que, “quando actuam contra o movimento pró-amnistia, o Estado nos está a dizer que continuará com a repressão, que a irá acentuar, e que, mais ainda, o quer fazer com absoluta impunidade, sem testemunhas que lhe sejam incómodas. Mas engana-se uma vez mais”.

Fonte: GARA

Esquerda abertzale acusa PNV, EA e EB de quererem pôr em marcha “um processo de ilegalização paralelo” ao de Madrid

Numa conferência de imprensa oferecida em Donostia, que teve como motivo a reunião da denominada Sala do 61 do Supremo Tribunal espanhol, Marian Beitialarrangoitia e Miren Legorburu realçaram não ser casualidade que, “enquanto em Madrid se prossegue com o processo de ilegalização, em Euskal Herria haja partidos que pretendem dar impulso a um processo paralelo”, através das moções que vão ser apresentadas contra a EAE-ANV nos municípios.

“O PNV, o EA e a direcção do EB, por mais que utilizem discursos diferenciados, não têm dúvidas em fazer parte de uma frente comum com o PSOE e o PP na sua estratégia ilegalizadora, tornaram suas as teses de Garzón, fabricaram a sua própria Lei de Partidos e vão impô-la mediante moções de censura”, denunciaram, para acrescentar que “aqueles que falam do direito a decidir fazendo caso omisso da vontade popular utilizam medidas repressivas para evitar que continuemos a gerir municípios”.

Divisão do saque

Depois de acusar essas três formações de “sentar as bases para dividirem o saque assim que expulsarem a esquerda abertzale da gestão municipal”, chamaram a atenção para o facto de não irem entrar em “falsos debates sobre ética” porque as moções, “apesar da maquilhagem ética que lhes tentam aplicar”, possuem uma intencionalidade política clara, cujo objectivo é “encurralar a esquerda independentista”, agora que o PNV “aposta por fazer pactos com o PSOE, numa operação política que, traindo os desejos de Euskal Herria, defende uma simples reforma estatutária”.

Para as representantes independentistas, não é inédito que o PNV, o EA e o EB ignorem a vontade popular, tal como fizeram nos municípios em que as candidaturas da esquerda abertzale foram anuladas – citaram como exemplo os casos de Lizartza e Ondarroa –, mas desta vez deram um “salto qualitativo”, ao “não respeitarem os resultados eleitorais” até nas localidades em que as listas da EAE-ANV não foram anuladas. “Querem dar-nos lições de democracia, mas pretendem tomar o poder nos municípios saltando por cima da vontade popular”, criticaram.
Beitialarrangoitia e Legorburu realçaram ainda que não irão deixar que se leve a cabo essa “operação política” e reafirmaram a “firme determinação” da esquerda independentista de desenvolver “a sua proposta democrática” e não consentir “uma nova fraude política”.
Concentrações

Para tal, convocaram concentrações para quarta e quinta-feira em frente às sedes dessa formação em Donostia, Bilbo e Gasteiz, sob o lema “Euskal Herria ez dago salgai. Iruzurrik ez” [O País Basco não está à venda. Não à fraude]. Em Donostia o encontro terá lugar na quarta-feira pelas 19h30, na sede do GBB, na rua Hernani. Na quinta-feira, as concentrações ocorrerão em frente à Sabin Etxea, em Bilbau, às 19h, e em frente à sede de ABB, em Gasteiz, às 19h30.

em GARA

sábado, 12 de abril de 2008

Concentração da Bai Euskal Herriari contra o julgamento de uma jovem por usar o EHNA [cartão de identidade basco]

Sob o lema «Euskal herritarrontzat ez dago justiziarik» [Para os Bascos não há justiça], representantes da plataforma civil Bai Euskal Herriari [Sim ao País Basco] concentraram-se ontem de manhã, pelas 11h, em frente ao Tribunal Provincial da Bizkaia, com o propósito de denunciar o julgamento contra uma jovem bilbaína por utilizar o EHNA.

Numa nota de imprensa, a Bai Euskal Herriari recordou como, assistindo em Dezembro à encarceração da maioria dos imputados no sumário 18/98, se levaram a cabo numerosos protestos por todo o país. Itxaso Viñe foi detida num desses protestos, em Bilbau. O julgamento contra ela estava previsto para o dia 6 de Março, mas foi adiado até hoje.
Desejo de viver com direitos

Depois das detenções relacionadas com o processo 18/98, os cidadãos fizeram chegar os protestos até ao Tribunal da Bizkaia. Mulheres e homens sentaram-se dentro do tribunal, entre eles Viñe, detida e imputada por se apresentar perante a Ertzaintza com o EHNA na mão. O delito, segundo a Bai Euskal Herriari, foi “o desejo de viver como cidadã basca com todos os direitos, o desejo de mostrar Euskal Herria com dignidade”.

A plataforma popular assinalou ainda que, quando teve início o julgamento relacionado com o sumário 18/98, “todos observámos como a Audiência Nacional espanhola admitia o EHNA”. Agora, “por mostrar o documento válido para julgar os cidadãos bascos em Madrid, em Euskal Herria a Ertzaintza detém-nos e leva-nos para o Tribunal Provincial da Bizkaia”, denunciam. “O delito que cometemos foi participar na luta a favor de todos os direitos dos cidadãos”, explicam.

em GARA

Demite-se edil do EA em Muskiz ao ver que representantes legítimos da ANV eram obrigados a sentar-se entre o público

A vereadora do EA [Eusko Alkartasuna] no município de Muskiz, Mari Leo Calleja, apresentou a sua demissão depois de na sessão plenária de ontem se ter obrigado os porta-vozes da ANV a sentarem-se com o resto do público e a abandonarem o lugar que ocupavam, junto à mesa dos vereadores.

Na sequência das eleições municipais de 2007, a EAE-ANV [Acção Nacionalista Basca] de Muskiz conseguiu dois representantes na Câmara Municipal, mas a sua candidatura foi ilegalizada pelos tribunais espanhóis, que os impediram de aceder aos seus cargos. Desde então, num município governado pelo EA e pelo PSE [Partido Socialista de Euskadi], os seus representantes têm vindo a intervir em cada um dos pontos tratados nas sessões plenárias. Na sessão celebrada ontem, o porta-voz do PSE, Fernando Martín, solicitou ao presidente do município, Gonzalo Riancho (EA), que fizesse cumprir o regulamento municipal e obrigasse os porta-vozes abertzales, que se sentavam perto da mesa dos vereadores, a sentar-se entre o público. Os dois representantes legítimos da EAE-ANV negaram-se a abandonar o lugar em que se encontravam, e o presidente do município decidiu suspender a sessão plenária.

Em declarações à agência EFE, Mari Leo Calleja, explicou que decidiu apresentar a sua demissão por ter aceitado aceder ao cargo de vereadora, que “pertencia à ANV” (caso a tivessem deixado apresentar-se), com a condição de que todas as pessoas, “legais ou ilegais”, pudessem ter voz nos plenários. Afirmou que o PSE aceitou estas condições quando chegou a um acordo de governo com o EA, e disse ainda que até ao momento se tinham vindo a celebrar “umas sessões plenárias magníficas, em que cada qual podia expressar a sua opinião, e que tudo correu muito bem até ontem, quando o representante do PSE decidiu pedir que se cumprisse a legalidade”.

Calleja, vereadora responsável pela área da Igualdade e Direitos Humanos, indicou que a EAE-ANV possui um apoio importante em Muskiz e que há que ter esta formação em conta. Assinalou ainda que apresentou verbalmente a sua demissão perante o presidente da edilidade, e que o fará por escrito nos próximos dias.

em GARA.net

Até à vitória sempre, Atxulo

Javier Larreategi, mais conhecido pelo seu pseudónimo da clandestinidade, Atxulo, faleceu no dia 9 de Abril na cidade onde nascera, Bilbau, depois de doença prolongada, aos 57 anos de idade.

Os que o conheceram asseguram que partiu em silêncio, quase na mesma clandestinidade que tanto viveu por ter escolhido comprometer-se com a luta pela libertação deste país e de uma larga trajectória como militante independentista.

Larreategi, que como consequência da sua militância política teve que escapar, nos anos 70, para o País Basco ocupado pelo Estado francês, foi um dos sete refugiados políticos bascos sobre os quais o governo regional dos Pirenéus Atlânticos impôs uma ordem de expulsão em 1972.


Atentado contra Carrero Blanco no filme "Operación Ogro"

Desde então, não passou muito tempo até que Atxulo partiu para Madrid com outros militantes da ETA, no âmbito do que a organização armada chamou "Operação Ogre". Segundo se publicou na época, Larreategi foi a pessoa que, apresentando-se como escultor, alugou a cave da Rua Claudio Coello na qual se escavou o túnel para colocar as cargas explosivas que no dia 20 de Dezembro de 1973 provocaram a morte do nomeado sucessor de Franco, o almirante Luis Carrero Blanco.

Um ano depois, em Novembro de 1974, o nome de Atxulo aparecia junto de outros 16 militantes bascos entre os processados pelo Tribunal de Ordem Pública pela acção que resultou na morte de Carrero Blanco. Poucos meses antes, em Junho, as autoridades espanholas pediram a Paris a extradição de Larreategi, mas tanto o juiz como o governo francês se opuseram ao pedido.

Dez anos mais tarde, em 10 de Janeiro de 1984, foi detido no território basco ocupado pelo Estado francês com mais 15 refugiados políticos. A justiça gaulesa fixou a sua residência obrigatória em Paris mas Larreategi não voltou a apresentar-se na esquadra desde finais de Janeiro, como estava obrigado diariamente.

A partir de 1986, as informações policiais insistiam na importância de Atxulo dentro da organização armada basca, já que o situavam como o responsável pelas relações internacionais da ETA. Os meios de comunicação social espanhóis localizavam-no na Argélia e, pouco depois, na Nicarágua, onde os sandinistas prosseguiam a sua luta pela libertação do país.

Conhecido entre amigos e inimigos pela sua larga história de militância na resistência basca, viveu na primeira pessoa capítulos transcendentes da luta pela liberdade dos povos oprimidos, começando pelo seu. Controverso, lutador infatigável, internacionalista convicto, Atxulo pertence à elite de uma geração que abandonou tudo para levantar a causa da liberdade.

em Gara.net

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Apelo à mobilização contra o julgamento do movimento pró-amnistia

Numa conferência de imprensa oferecida hoje em Donostia, ex-presos políticos bascos, familiares e advogados fizeram um apelo aos cidadãos para que se mobilizem no dia 25 de Abril perante o julgamento contra as Gestoras pró-Amnistia e a Askatasuna, que terá início quatro dias antes, a 21 de Abril.
A ex-presa Pili Aranburu forneceu informações sobre a jornada de mobilização organizada para o dia 25 de Abril, tendo afirmado que o objectivo do processo referido é o de “julgar a reivindicação pró-amnistia, a mobilização dos cidadãos contra a repressão”. “Enquanto o último preso não estiver em casa, o movimento pró-amnistia continuará a trabalhar”, referiu.
Na sua perspectiva, a maneira mais eficaz de fazer frente a este julgamento consiste em “organizar a pressão social e participar nos protestos”. Acrescentou ainda que somos testemunhas de uma “perseguição brutal”, e apresentou uma infinidade de exemplos disso mesmo. “Conhecemos demasiado bem o significado da prisão perpétua e da pena de morte, mas não é isso que constitui o delito, é antes a denúncia dessas injustiças, a solidariedade para com colectivos reprimidos”, explicou.
A partir das 10h do próximo dia 21 de Abril, e pelo menos até 23 de Julho, a Audiência Nacional espanhola acolherá o julgamento contra as Gestoras pró-Amnistia e a Askatasuna, uma causa em que se encontram imputados 27 cidadãos bascos. A Quarta Secção da Sala do Tribunal Penal emitiu no passado dia 29 de Janeiro um auto em que convoca os processados para a data referida, sendo que o Ministério Público espanhol pede para cada um deles penas de dez anos de prisão.

em GARA.net

LAB denuncia “castigo exemplar” de Lakua aos que secundaram a greve de Fevereiro

Os trabalhadores da Administração Pública que fizeram greve no passado dia 14 de Fevereiro estão a ver aplicadas, no seu último pagamento, deduções que vão até aos 180 euros, por “incumprimento de jornada”, quase o dobro do que lhes foi deduzido noutras paralisações, “quando a única coisa que fizeram foi exercer o seu direito à greve”, segundo denunciou o sindicato LAB. Como exemplo comparativo, aos trabalhadores que secundaram a greve convocada pelos professores de Educação Física, também em Fevereiro, foram-lhes descontados 90 euros.
A representante do sindicato Mari Carmen Urteaga compareceu em Donostia acompanhada por membros do LAB e de trabalhadores que participaram na greve de dia 14 para denunciar a actuação do Executivo de Lakua e a “decisão fascista” por este adoptada, com o objectivo de deslegitimar e “retirar o carácter político” ao protesto.
Urteaga afirmou que o Governo autonómico está a impor um “castigo exemplar” aos trabalhadores com o propósito de “punir o compromisso” e “deixar um aviso com vista ao futuro”.
O LAB considera “vistoso” que o conselheiro do Trabalho, Joseba Azkarraga, enquanto “aparentemente se mostra contrário às ilegalizações”, tenha “aplicado um castigo destas dimensões”. Por isso, crê que se trata de uma “decisão política”. “O Governo escondeu muitas vezes a cabeça ou colaborou com a repressão procedente de Madrid. Desta vez, o Governo e o conselheiro do Trabalho estão a fazer o trabalho do governador civil”, denunciaram. Para além disso, recordaram que na véspera de 14 de Fevereiro Azkarraga “pôs em causa a legitimidade da greve e ameaçou com consequências. Agora decidiu cumpri-las”.
Os representantes do LAB questionaram-se se o objectivo desta actuação “repressiva contra os trabalhadores” se deve ao facto de “o quererem vender em Madrid e pensarem que pode ajudar nas negociações” com o Governo espanhol.

em GARA.net

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A defesa de Arnaldo Otegi recorrerá à Europa perante a recusa do Tribunal Constitucional


Gari MUJIKA |

A advogada Jone Goirizelaia revelou o seu descontentamento ao GARA perante a negação, por parte do Tribunal Constitucional, do trâmite do recurso de Arnaldo Otegi, um facto que, a seu entender, evidência que esta causa «não tem nada de jurídico e sim de político» e de como as diferentes instâncias judiciais se submetem à estratégia que o Governo espanhol dirige. O Tribunal Constitucional informou anteontem que não admitiu a trâmite o recurso, interposto contra a detenção e posterior encarceramento de Otegi no passado dia 7 de Junho, do processo aberto pela sua participação numa acção política aquando o 25º aniversário da morte de José Miguel Beñarán Ordeñana, Argala.

Num feito sem precedentes, a sala do Penal do Tribunal Supremo espanhol ordenou a detenção e prisão de Arnaldo Otegi em 7 de Junho de 2007 sem emitir todavia a sentença sob a qual ratificou a condenação a 15 meses de prisão imposta pela Audiência Nacional ao dirigente abertzale pela sua participação numa acção política a 21 de Dezembro de 2003 em Arrigorriaga, no aniversário da morte de Argala, na sequência da explosão de uma bomba - um marco da guerra suja contra o independentismo basco.

Numa providência apresentada anteontem, o Tribunal Constitucional não admite a trâmite o recurso de Otegi, alegando que a defensa -exercida por Goirizelaia- «não satisfez de forma expressa o peso consistente para justificar a especial transcendência constitucional» do mesmo.
Goirizelaia informou este diário de que o recurso, com cerca de 200 páginas, foi apresentado em Junho de 2007 e que, entre outras coisas, exigia a aplicação da doutrina do Constitucional pela qual, nos casos de condenações a penas leves, como no caso de Otegi, o preso deve ser liberto até à resolução do processo.

Contra a esquerda abertzale

Goirizelaia denúncia que o Tribunal Constitucional «não fez nada nestes dez meses» com o recurso que pedia a suspensão da execução da pena, porque, no caso de ser admitida a trâmite, deveriam deixar o dirigente independentista em liberdade. A quatro meses da libertação prevista, Goirizelaia entende que neste contexto político em que todo o dirigente ou político da esquerda abertzale é preso, o Estado espanhol não está na disposição de libertar Arnaldo Otegi. É por isso que Goirizelaia critica que as instâncias judiciais espanholas se submetam a «à estratégia política» que caracteriza o Estado espanhol.

Não obstante, a advogada biscaína adiantou que vão recorrer deste caso a instâncias judiciais europeias e que, para além disto, estão também a trabalhar noutros sentidos.

Fonte: Gara

sábado, 5 de abril de 2008

Selekta Kolektiboa, hip hop basco


Os Selekta Kolektiboa cantam 'Gernika' para denunciar a ocupação do Iraque recordando o massacre de que o povo basco foi alvo em Guernica.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Bandeira espanhola içada em Bilbau


Acção antiga contra bandeira espanhola em Bilbau a partir de 2:52

O tribunal tinha dado o dia 7 de Abril como prazo para a colocação da bandeira espanhola na Câmara Municipal de Bilbau. A esquerda independentista tinha alertado ontem para "não cometerem o grave erro de a colocar". Hoje, às 2.00 da madrugada, a autarquia decidiu içar a bandeira do Estado espanhol no seu edifício.

A resposta será dada nas ruas, hoje, pelas 19.00 e na segunda-feira às 19.30. Os últimos cinco presidentes da Câmara Municipal de Bilbau recusaram-se a colocar a bandeira espanhola permanentemente na fachada da autarquia. Normalmente, içavam-na apenas durante as festas de Bilbau, o que provocava graves desacatos e a destruição da bandeira.

Ikurriña bai! Espainola ez!
Ikurriña [bandeira basca] sim! Espanhola não!

O significado da condenação

(Carta aberta a um amigo perplexo)

em odiario.info

Querido amigo:

Como bem sabes, tenho poucas dúvidas sobre a tua honradez e menos ainda sobre a tua inteligência, pelo que a tua perplexidade e indignação face à recusa da esquerda abertzale «condenar» os últimos atentados da ETA pareceram-me particularmente preocupantes. Porque se a perversa lógica da «condenação» calou fundo em pessoas como tu, temo que estejamos ainda pior do que parecia.

Não é necessário dizer-te que não apoio a ETA, não pertenço ao Batasuna e nem sequer sou basco, pelo que as razões que eu vejo para não «condenar» os atentados de 30 de Dezembro de 2006 e o do passado dia 7 de Março (nem qualquer outro) talvez te ajudem a compreender as dos que se vêem afectados pelo «conflito» (isto é, pela repressão) de forma muito mais directa e dolorosa que nós. Nos últimos anos expus essas mesmas razões em pelo menos uma dúzia de artigos (ver, por exemplo condenados, condenadores, www.lahaine.org/index.php?p=6764) mas, dadas as circunstâncias, creio que é oportuno repeti-las uma vez mais.

1. Se usamos o termo no seu estrito sentido jurídico, só os guises, e só depois de um julgamento justo e um veredicto de culpabilidade, se pode condenar alguém. Se o usamos no sentido religioso, condenar equivale a mandar para o inferno, isto é, a demonizar. E se o usamos em sentido figurado (como quando se condena um porta ou uma janela), equivale a bloquear de forma definitiva a incomunicar. Não é casual que o poder tente impor-nos um termo que permite, de imediato, criminalizar (sem juízo prévio, demonizar (equiparar ao mal absoluto) e incomunicar (negar toda a possibilidade de diálogo).

2. E mesmo no caso de ser lícito «condenar» publicamente certas acções, com que critério as escolheríamos? Não haveria que «condenar» também a inconcebível negligência dos que fizeram explodir a bomba do T-4 [1] sem que antes se assegurassem de que não estava ninguém no parqueamento? E por falarmos de negligência, não haveria que «condenar» todos os dias os acidentes laborais evitáveis, que no Estado espanhol são o dobro da média europeia (sai mais barato enterrar um trabalhador que pagar as medidas de segurança que poderiam salvar-lhe a vida), ou os acidentes de trânsito devidos a intoleráveis deficiências da rede viária? Com que autoridade e com que critérios alguém nos pode dizer o que devemos e não devemos condenar?

3. Mas vamos supor por um momento que, como dizia constantemente Aznar e também Bono, naturalmente), «o problema de Espanha é a ETA».

Esqueçamos as patadas, a especulação imobiliária, o emprego precário o desemprego, a violência de género, o envio de tropas para o Afeganistão e para o Líbano, as bases militares estadunidenses… E ainda que a ETA fosse realmente o único – o maior – problema do Estado espanhol, para tentar solucioná-lo e antes de «condenar», não haveria que analisar as causas da existência de uma organização com essas características? Somos muitos, dentro e fora de Euskal Herria, os que pensamos que se a tortura não fosse uma prática sistemática e impune (isto é, sistémica), a ETA estaria morta de inacção há muito tempo, porque o que alimenta as suas fileiras é, sobretudo, o ódio e o desespero que inevitavelmente gera o terrorismo de Estado.

Isto não justifica, (nem sequer explica) barbaridades como a bomba de Barajas ou o assassínio de Isaías Carrasco; mas explica o facto de alguns não condenarem a violência dissidente, quando ninguém condena a violência institucional, infinitamente mais grave.

Se o carniceiro que sequestrou, torturou, assassinou e enterrou em cal viva Lasa e Zabala não estivesse tranquilamente em casa a escrever as suas memórias; se Filipe Gonzalez se tivesse sentado no banco dos réus pela infâmia dos GAL; se Iñaki de Juana não tivesse sido condenado a catorze anos de prisão por um artigo de opinião; se não se tivesse perpetrado a aberração jurídica da sentença 18/98 [3];se não fossem apresentadas mais de setecentas queixas anuais por acções de tortura das várias polícias espanholas; se os presos políticos não fossem dispersados e segregados de forma inconstitucional…

Se este fosse realmente um Estado de Direito, o melhor da esquerda abertzale «condenaria» um atentado como o de 7 de Março. Ainda que nesse caso já não seria necessário, porque seguramente não haveria atentado algum.

Notas do tradutor:
[1] Bomba da ETA que explodiu num parqueamento do aeroporto de Barajas e matou dois emigrantes equatorianos que dormiam dentro de um carro.
[2] José Antonio Lasa y José Ignacio Zabala eram dois refugiados bascos, capturados pelos GAL («Grupo Antiterrorista de Libertação») organização criminosa criada em Espanha no tempo de Filipe Gonzalez. Tratava-se de polícias que actuavam à margem da lei, tal como os esquadrões da morte. Os seus crimes foram comprovados mas tanto os seus membros como Filipe Gonzalez, então Primeiro-Ministro e Secratário-Geral do PSOE, ficaram impunes.
[3] Sentença da Audiência Nacional, que declarou ilegais e dissolvidos os meios de comunicação, entidades mercantis, organizações políticas, rede de escolas de Euskara para adultos, a Fundação pacifista Josemi Zumalabe e condenou 46 pessoas a penas que somam 500 anos de cadeia como «membros, dirigentes ou colaboradores do grupo terrorista ETA», pelo simples facto de trabalharem nessas instituições.

Carlo Fabretti

* Escritor e matemático italiano, residente em Espanha

Tradução de José Paulo Gascão

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Comité Olímpico Internacional dá o País Basco como exemplo


Tommie Smith e John Carlos nos Jogos Olímpicos do México

Em resposta às pressões internacionais para que o Comité Olímpico Internacional (COI) critique a actuação da China nos recentes desacatos no Tibete, o presidente da organização desportiva deu uma resposta à altura. Hein Verbruggen afirmou que o COI não tem qualquer responsabilidade ou influência sobre a situação política no Tibete. E de uma cajadada só matou dois coelhos: "Observando as cidades candidatas aos jogos de 2016, deveria o COI estar obrigado a falar, porque Madrid é candidata, das pretensões de Euskal Herria de ser independente de Espanha? Ou o COI, porque Chicago é candidata, tem que pronunciar-se sobre Guantanamo ou sobre o Iraque?"

Na realidade o caso tibetano pouco ou nada tem a ver com o País Basco. Na vanguarda da luta pela independência tibetana está o clericalismo mais reaccionário apoiado pelas potências imperialistas. Não é por acaso que a comunicação social manipula a realidade do que se passa naquela região asiática. O mesmo jornalismo que diz defender os direitos humanos no Tibete não se preocupa com os quase 1000 presos políticos bascos, com os casos de tortura, com os exilados, com a ilegalização de partidos, com as cargas policiais, com os direitos humanos do povo basco. A razão é clara e prende-se com os interesses que estão na base de cada uma das lutas. No caso tibetano, às potências imperialistas interessa-lhes criar problemas à China e apoiar o velho sistema feudal no Tibete. No caso basco, não interessa criar problemas aos Estados espanhol e francês e apoiar uma luta que é levada a cabo por quem quer um País Basco livre e socialista.

Liberdade de Fernando Etxegarai em perigo!


Recepção a Etxegarai no dia da sua libertação

Fernando Etxegarai foi preso em 1987 e denunciou ter sido torturado pelas Forças de Segurança Espanholas. Depois de viver a dispersão prisional, foi libertado em Janeiro deste ano com 21 anos de prisão cumpridos.

O Estado espanhol emitiu uma ordem de busca e captura contra Fernando Etxegarai. Numa situação absolutamente insólita, o tribunal decidiu que Etxegarai deveria cumprir a totalidade da sua pena, 25 anos de prisão, isto depois do preso político basco ter cumprido 21 anos da pena e de ter sido libertado por outros juízes. A razão da libertação, segundo o tribunal, prende-se com as férias judiciais que levaram à decisão por um outro colectivo de juízes que estavam em substituição e que, como tal, a decisão deve ser anulada.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

'Gatza' preso há 28 anos

A Associação de Solidariedade com Euskal Herria publica uma parte da brutalidade vivida por 'Gatza' há quase 28 anos. Mais um retrato que ilustra a repressão de que são alvo todos aqueles que lutam pela liberdade no País Basco. Lê e passa a mensagem.

Amnistia e liberdade para os presos políticos bascos!
Viva 'Gatza'!


J.M. Sagardui Moja, 'Gatza'


'Gatza'

O preso político basco José Mari Sagardui Moja, 'Gatza', proveniente da localidade de Zornotza, está encarcerado desde 1980. A 8 de Julho deste ano, cumprirá 28 anos de prisão. Mais de metade da sua vida. Não há no Estado espanhol nenhuma pessoa que esteja há tanto tempo em semelhante situação.

'Gatza' só esteve em duas ocasiões em estabelecimentos prisionais no País Basco e em ambos os casos por muito pouco tempo. Tanto ele como a sua família conhecem bem a crueldade que supõe a política de dispersão: afastamento de familiares e amigos, solidão, risco continuado de acidentes rodoviários de familiares e amigos, dificuldades económicas.

Se 'Gatza' estivesse preso por delito comum ou por terrorismo de Estado já estaria livre. Contudo, 'Gatza' é um dos quase 900 presos bascos que não vêem reconhecido o estatuto político da sua situação, apesar das medidas repressivas que se aplicam aos encarcerados serem absolutamente políticas, variando a sua crueldade segundo a situação política do momento.

Estas medidas, para além de o afectarem também afectam Santos, o seu pai, Bego, a sua mãe, Kontxa, a sua companheira, e Goiztiri, a sua filha.

Santos e Bego durante estes 24 longos anos conheceram dezenas de localidades do Estado espanhol para estarem com o seu filho, em alguns casos apenas uns minutos. Viajar pode ser bonito quando se está de férias mas não é o caso. Fins-de-semana inteiros na estrada, perdas de dias de trabalho, a intranquilidade de não se saber o que se passa com o filho a cada momento.

Se esta é uma situação dura para os adultos imagine-se como será para Goiztiri com 8 anos.

Goiztiri conheceu o seu pai na prisão. Sempre longe do País Basco, primeiro em Puerto de Santa María onde a mãe a levava com poucos meses e de ali para Jaén, devido à política de dispersão aplicada pelos diferentes governos espanhóis. Goiztiri vê o pai uma vez por mês. Viaja horas e horas e dorme numa pensão para, no dia seguinte, poder brincar com ele num pequeno pátio da prisão.


Visitas


A prisão de Jaén está a 730 Km de Zornotza, a terra de 'Gatza'. As visitas só se podem realizar aos domingos entre as 16.00 e as 16.30. Há que estar na prisão meia hora antes. A viagem de regresso a Zornotza é longa e a chegada é já de madrugada.

A qualidade do parlatório é péssima. Para além de sujo, as comunicações são complicadas. Há que repetir muitas vezes porque se misturam as conversas dos vários visitantes e torna-se incompreensível. Tanto para 'Gatza' como para os seus companheiros fica uma sensação de impotência no final das visitas por tudo o que se tentou dizer e ouvir e que não se conseguiu. Para além disso, as visitas dos amigos são restritas uma vez que se proíbem as visitas de ex-presos.

As visitas pessoais só podem ser realizadas por familiares directos, pais, filhos e companheiros. Normalmente, têm a duração de cerca de hora e meia.

Estas visitas só se podem realizar nos domingos de manhã, o que obriga a sair de casa de véspera, dormir em pensões, o que agrava os custos das viagens.

'Gatza' tem uma filha, Goiztiri. Tem uma visita especial mensal. No seu caso, a visita realiza-se das 16.00 às 20.00 e, dependendo do funcionário que calhe, a criança pode ou não comer. Ou seja, há funcionários prisionais que só deixam entrar um iogurte para toda a tarde. Quando vai visitar o seu pai, a menina tem de percorrer 1500 Km.

Revistas

Os presos são fortemente controlados e em todos os âmbitos: na intimidade, nas relações afectivas, ideológicas e psicológicas (gravações das chamadas telefónicas, das visitas no parlatório, a correspondência é lida).

Controlam toda a rotina diária: os livros que lêem, o que fazem e julgam todos os movimentos, conseguindo assim que não possam ter vida própria e intima. Conforme o estado do preso, tratam-no de forma a que seja mais prejudicado.

Estudos

Os presos políticos bascos não podem fazer os seus estudos na Universidade do País Basco. Uma parte importante dos que o faziam tiveram de abandonar devido aos entraves levantados pelo governo.

A cela

'Gatza' está num módulo de isolamento como o estão a maioria dos presos políticos de Jaén. O isolamento é uma situação sofrem diariamente.

A cela é pequena, tem pouco espaço, não tem luz natural mas antes uma lâmpada.

Os presos estão durante 20 horas diárias na cela, em absoluto isolamento. Um dia e outro. Um mês e outro. Um ano e outro.

O pátio

Os presos podem estar quatro horas diárias no pátio. Uns dias de manhã, noutros de tarde. Os pátios parecem pequenas ruas onde não há nada. Nem sequer bancos. Durante as horas de pátio não podem ir para a cela e é durante essas quatro horas que podem fazer desporto ou tomar banho. Fora dessas horas nada. Só o isolamento da cela.

Actividades

'Gatza', como a quase totalidade dos presos políticos da prisão de Jaén, encontra-se de forma ininterrupta em celas de castigo. Como tal, não pode realizar qualquer actividade. Não tem direito a fazer trabalhos manuais como os restantes presos.

Música a favor dos presos políticos bascos


Familiares e amigos de presos manifestam-se com as suas fotos


A página da organização anti-repressiva basca Askatasuna disponibiliza um conjunto de canções de bandas solidárias com a luta do povo basco. Faz o download aqui.

Amnistia e liberdade para os presos políticos!

Faleceu o exilado político Patxi Otaegi


Homenagem a Patxi Otaegi no País Basco

Patxi Otaegi faleceu no Sara, onde se encontrava exilado, aos 87 anos. Neste momento, há milhares de bascos que estão forçados a viver longe da sua terra, das suas famílias e amigos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Declaração da organização armada ETA

A ETA mantém a declaração com que termina o seu último comunicado que "impôr outro ciclo autonómico espanhol a Euskal Herria aprofundará a dissolução e o processo de assimilação do nosso povo" e avisa a UPN, PSOE e o PNV de que "nunca reconhecemos o marco autonómico espanhol nem nunca o reconheceremos".

Para a organização armada, só o reconhecimento do direito à autodeterminação de Euskal Herria propiciará uma mudança política e "abrirá a oportunidade para que se possam materializar todos os projectos políticos".

Reivindicações

Na sua declaração, a ETA assume cinco acções armadas levadas a cabo nos últimos dois meses, entre elas as acções contra o Tribunal de Bergara, a antena de emissão de televisão de Arnotegi, a sede do PSOE em Derio e a esquadra da Guardia Civil de Calahorra, assim como a morte do ex-vereador do PSE de Arrasate, Isaías Carrasco.

A ETA critica a atitude que manteve o Governo de Zapatero durante o processo de negociação e sublinha que o objectivo foi "desactivar a luta contra o independentismo e levar a ETA a um processo de rendição, procurando uma saída falsa que deixara por resolver o conflito".

Da mesma forma, destaca que Zapatero "foi pelo mesmo caminho que Aznar", aumentando a repressão "em todos os âmbitos", e que o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, "continuando a ideia de 'vale tudo contra o independentismo', adecuou às necessidades dos dias de hoje a prática do terrorismo de Estado que aprendeu durante o mandato de González".

Perante isto, dirige-se aos militantes do PSOE para lhes perguntar: "Não acreditam que a ETA vai ficar de braços cruzados ao ver como se tortura, se detém, se condena a prisão perpétua ou se ilegalizam partidos com total impunidade?" e pede "aos socialistas do PSN e do PSE que se dizem progressistas e democratas que demarquem desta estratégia selvagem".


em GARA.net

[a declaração na íntegra será publicada na edição impressa de amanhã do GARA. posteriormente será aqui publicada.]