quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Guarda Civil detém oito dos condenados no processo 18/98 que permaneciam em liberdade

A Guarda Civil deteve, por ordem do Supremo Tribunal, oito dos cidadãos bascos condenados no processo 18/98 que permaneciam em liberdade provisória. Trata-se de Jabier Salutregi, Iñaki Zapiain, Elena Beloki, Xabi Otero, Inma Berriozabal, Juan Mari Mendizabal, José Luis Elkoro e Juan Pablo Diéguez, que foi preso no hospital, onde se encontrava a convalescer de uma operação. O Supremo decretou a absolvição de nove dos 47 condenados.

Auto da Audiência Nacional espanhola

GARAko langileen agiria / Manifesto dos trabalhadores do Gara

Nota de ex-trabalhadores do Egin


Os cinco primeiros foram presos ontem à noite, enquanto o histórico dirigente abertzale José Luis Elkoro foi detido hoje às 8h30 em sua casa, em Bergara. Os agentes deslocaram-se até ali ontem, pelas 22h, não o tendo encontrado nesse momento. Voltaram hoje de manhã e levaram-no. A Guarda Civil cortou a rua em que Elkoro reside.

Esta manhã, também se ficou a saber da detenção de Juan Mari Mendizabal, em Elgoibar. De acordo com pessoas que lhe são próximas, a Guarda Civil ligou-lhes às 2h15 da madrugada para lhes comunicar que Mendizabal se encontrava detido no quartel de Intxaurrondo. A família desconhece quando se deu a detenção.

Juan Pablo Diéguez, por seu lado, foi preso num centro hospitalar de Bilbau, onde se encontrava a recuperar de uma operação.

Os seus familiares afirmaram ao Gara que agentes à paisana, que não se identificaram, apareceram por volta das 8h30 na casa de Diéguez, em Bermeo, perguntando por ele. Os polícias mostraram a ordem de detenção relacionada com o processo 18/98. Os familiares responderam-lhes que Diéguez se encontrava no hospital da Cruz Vermelha de Bilbau, a recuperar de uma operação recente ao menisco.Uma hora mais tarde, dois agentes da Guarda Civil voltaram a aparecer na casa de Bermeo, enquanto outros se dirigiram para o hospital, onde detiveram Diéguez e o levaram de ambulância ao médico forense dos tribunais de guarda da capital biscainha. Os familiares advertiram que necessita de tomar vários medicamentos e de uma máquina de respiração.
Espera-se que o forense emita um relatório sobre a sua situação.

As primeiras detenções, ontem à noite
Foram os próprios familiares e vizinhos dos detidos que ontem informaram o Gara das detenções. A de Xabi Otero ocorreu na sua casa, em Agoitz. “Já durante tarde tínhamos vistos umas movimentações estranhas, carros com gente dentro... Por isso, um grupo de vizinhos foi até sua casa. Por volta das 22h15, chegaram dois carros e saíram agentes à paisana, alguns encapuzados. Disseram que vinham por causa do 18/98, e se dirigiram-se a Xabi, para que levasse roupa, que o iam levar. 20 minutos depois de se terem ido, voltaram dois jipes, para buscar o seu BI”, disse um amigo.

As detenções de Elena Beloki e Iñaki Zapiain ocorreram em Hernani, também nas suas casas. O segundo, trabalhador do Gara, foi levado entre agentes à paisana e agentes de uniforme pouco antes da meia-noite; sobre a detenção de Beloki pouco se sabe. O que os moradores confirmaram ao Gara foi o grande destacamento efectuado pela instituição militar no município.
Apesar de ter a confirmação por parte dos advogados de defesa, o Gara também não conseguiu conhecer as circunstâncias da detenção de Inma Berriozabal. Sobre a de Jabier Salutregi, os seus familiares precisaram que os guardas civis apareceram em sua casa, em Donostia, pelas 23h.
Notícia completa: Gara
Na sequência: Gara 01/05/2009




Avaliação da sentença do Processo 18/98 pelo advogado Iñigo Iruin. Fonte: kaosenlared.net

TGV, o grande sugador

(Tasio-Gara)

Nos últimos tempos, a plataforma AHT Gelditu! Elkarlana distribuiu cerca de 800 000 cartas nas capitais, grandes cidades e todos os municípios afectados pelo TGV em Hego Euskal Herria [País Basco Sul].
O propósito dessas missivas é, segundo explicaram representantes da plataforma, fazer saber que as pessoas maiores de idade em Gipuzkoa, Bizkaia e Araba “irão pagar 4859 euros” para financiar o denominado “Y basco”, e que os cidadãos de Nafarroa, “para poder adiantar o dinheiro da construção do TGV, irão ver cortadas inúmeras verbas destinadas a gastos sociais”.

Perante a “irritação” que o envio destas cartas causou ao Governo de Lakua, a plataforma AHT Gelditu! Elkarlana pediu-lhe que torne públicas “as verdadeiras contas” do TGV e que “não esconda” o facto de os contribuintes terem de enfrentar a “enorme” despesa pública de 6341 milhões de euros, o custo estimado da infra-estrutura.

Fonte: Gara

Seis anos depois, exigem o arquivamento do processo contra a Udalbiltza


Ontem, passaram seis anos sobre a operação policial contra a Udalbiltza (1) e centenas de pessoas exigiram o arquivamento do processo nas concentrações realizadas à tarde em frente a vários municípios bascos.

Em Iruñea [Pamplona], um grupo de autarcas e vereadores da esquerda abertzale pediu ao PNV, ao EA e ao AB que “reactivem” a Udalbiltza, porque “é a melhor resposta que se pode dar à repressão espanhola”. Tal como na capital navarra, houve concentrações em frente às sedes municipais em Bilbau, Ea, Aulesti, Mutriku, Azpeitia, Hernani, Lazkao, Zarautz e Agurain, e também nas praças Telletxe, em Algorta, e Untzaga, em Eibar.

Os 22 acusados neste processo enfrentam penas que oscilam entre os 10 e os 23 anos, mas, tal como realçaram a semana passada, acreditam que existem mais razões que nunca para encerrar o processo judicial.


Como recordaram, nos últimos tempos surgiram argumentos favoráveis ao arquivamento deste processo, como sejam a posição mantida pela Procuradoria no «caso Egunkaria», em que admitiu não ter razões para sustentar a acusação, e o relatório emitido pelo relator dos Direitos Humanos da ONU sobre o Estado espanhol. Realçaram ainda o apoio que receberam da sociedade, como o do Parlamento de Gasteiz ou veiculado nas mais de mil assinaturas de vereadores e ex-vereadores, em denúncia do processo judicial.

Fonte: Gara

Notícia relacionada: «Vêem novos elementos para encerrar o ‘caso Udalbiltza’, seis anos depois» (Gara, 26/04/2009)

(1) Assembleia de Municípios e Eleitos Municipais de Euskal Herria, criada em 1999, no Palácio Euskalduna, em Bilbau.

Os presos políticos bascos em Algeciras, em greve de fome


Os dezasseis bascos encarcerados na prisão de Algeciras iniciaram uma greve de fome como forma de protesto, depois de os guardas prisionais terem protagonizado um novo episódio de repressão sobre o preso Arkaitz Bellon, a quem deram uma sova há precisamente um ano.

Os prisioneiros políticos encarcerados na prisão de Algeciras-Botafuego iniciaram uma greve de fome como forma de protesto contra as agressões que os guardas prisionais lhes infligem. Mais concretamente, os presos bascos tomaram essa decisão depois de o elorriotarra Arkaitz Bellon ter passado por um novo episódio de inspecções arbitrárias e de ameaças.

De acordo com o Movimento pró-Amnistia, os guardas que há cerca de um ano bateram no preso político de Elorrio Arkaitz Bellon foram os mesmos que entraram pela sua cela adentro na última segunda-feira, “deixando-a de pantanas, entre insultos e ameaças”. Perante esta situação, os dezasseis bascos que se encontram na prisão referida – Xabier Abaunza, Arkaitz Bellon, Iñaki Cañas, Mikel Egibar, Josetxo Etxeberria, Arantza Garbayo, Jorge González, Sendoa Jurado, Asier Larrinaga, Karmelo Lauzirika, Xabier Makazaga, Inma Noble, Inma Pacho, Premin Sanpedro, Aurken Sola e Asier Tapia – anunciaram o início da greve de fome. O Movimento pró-Amnistia não deu informações quanto à sua duração.
Fonte: Gara

Processo 18/98: Iñaki O’Shea e Natale Landa em liberdade


O militante biscainho Iñaki O’Shea e a arrasatearra Natale Landa, condenados no âmbito do macrojulgamento 18/98+, abandonaram ontem, pelas 20h, as prisões de Dueñas (Palencia) e Curtis (Galiza), respectivamente, e já se encontram em Euskal Herria.

Enquanto o Supremo Tribunal espanhol continua a deliberar sobre os recursos interpostos pela defesa dos bascos e a Procuradoria espanhola relativamente às condenações “desproporcionadas” – sobre as quais ainda não se pronunciou –, O’Shea, condenado no processo Joxemi Zumalabe, e Landa, condenada a onze anos de prisão no processo Ekin, saíram ontem em liberdade. O militante biscainho era o único condenado da Zumalabe que ainda permanecia na prisão – além de Carlos Trenor, que também foi condenado no processo contra a Orain.

Fonte: Gara

Entretanto, mesmo há pouco: «A Guarda Civil começa a deter condenados no processo 18/98» (Gara, 30/04/2009)

Patxi Gómez e Txerra Martínez saíram em liberdade


O ortuellarra Patxi Gómez recuperou hoje a sua liberdade depois de 20 anos na prisão. Foi detido em 1989, sob acusação de estar ligado à organização armada ETA, tendo passado desde então por numerosas prisões dos estados espanhol e francês. Saiu hoje mesmo de Dueñas (Palencia) e, ao chegar a Ortuella, os seus conterrâneos estarão preparados para o receber.

Txerra Martínez García, habitante de Basauri, também saiu hoje da prisão de Zuera, depois de ter estado 18 anos na prisão. Foi detido em 1991, também sob acusação de ligação à ETA, e condenado a 20 anos. Conheceu bem a dispersão, já que passou por Carabanchel, Alcalá, Herrera de la Mancha, Valdemoro, Villabona, Bonxe, Valhadolide e Zuera.
Fonte: askatu.org

Nafarroaren Eguna 2009


Imagens das comemorações do Nafarroaren Eguna / Dia de Nafarroa, em Baigorri, no último domingo, dia 26. Gora Nafarroa! Gora Euskal Herria!
Algumas fotos em euskalherria.indymedia.org 1 e euskalherria.indymedia.org 2

Nota: optámos por mostrar aqui o vídeo editado pela nafarroan.com. Os vídeos que aqui apresentámos inicialmente, da Esku Nabarrak, via euskalherria.indymedia.org estão acessíveis em Esku Nabarrak 1 e Esku Nabarrak 2. Mila esker!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Análise política na Info7


Floren Aoiz na info7

O analista político comenta os últimos acontecimentos em Euskal Herria.
Entre outros aspectos: o custo do TGV em Nafarroa; a ordem judicial para retirar as placas em honra a ‘Txiki’ e Otaegi ou regresso do franquismo; a recusa da Audiência Nacional a entregar o vídeo com os interrogatórios policiais a Manex Castro; a ordem do Supremo Tribunal espanhol que impede os presos políticos de estudarem na Universidade do País Basco; a visita de Sarkozy a Madrid e as relações franco-espanholas.

Tortura: a Audiência Nacional espanhola oculta o vídeo de Castro


Quase dois meses depois de a Ertzaintza ter detido e mantido sob incomunicação Manex Castro, que denunciou ter sido maltratado na esquadra, a Audiência Nacional espanhola recusou-se a entregar a cópia do vídeo da sua detenção por considerar “pouco crível” o seu relato.

O Tribunal Central de Instrução número 6 da Audiência Nacional espanhola não irá entregar qualquer cópia do vídeo gravado pela Ertzaintza durante o período de incomunicação a que Manex Castro foi sujeito, argumentando que o testemunho de maus-tratos do jovem de Villabona não possui credibilidade de qualquer espécie. O juiz espanhol Eloy Velasco tomou a decisão na sequência do pedido feito pela Procuradoria.

No dia 25 de Março, a defesa de Manex Castro solicitou à Audiência Nacional espanhola uma cópia do vídeo que o Departamento de Interior de Lakua remeteu ao tribunal de excepção. No dia 20 de Abril, a Audiência Nacional espanhola rejeitou aceder a esse pedido por não considerar digno de credibilidade o relato de tortura efectuado pelo jovem de Villabona, que seria corroborado semanas depois numa entrevista publicada no Gara.
Para sustentar a rejeição, o juiz Velasco defende ainda que, nesta fase do processo, tem “a obrigação de proteger o segredo de justiça e a identidade dos agentes da Ertzaintza que aparecem na gravação”.

Denúncia ao Ararteko
Convém lembrar que Manex Castro foi detido pela Polícia autonómica na madrugada de 1 de Março e mantido sob incomunicação durante cinco dias, após os quais denunciou ter sido espancado e sofrido torturas psicológicas.
Para além de a Ertzaintza não ter cumprido o protocolo estabelecido por Lakua no que se refere às detenções, a de Castro foi a primeira num espaço de dois anos em que o detido foi mantido sob incomunicação. Por essa falta de cumprimento do estabelecido, a família de Manex Castro apresentou uma denúncia ao Ararteko [Defensor do Povo], com quem mantiveram uma reunião.
Notícia completa: Gara

O acosso: a Casa das Juntas de Gernika iça a bandeira espanhola


A Casa das Juntas da Bizkaia em Gernika içou a bandeira espanhola.
De acordo com fontes das Juntas Gerais, a bandeira espanhola foi colocada no domingo passado à entrada do recinto que delimita a sede foral em Gernika, junto à ikurriña, à bandeira europeia e à da Bizkaia.

No dia 20 de Abril a espanhola foi içada junto à ikurriña na sede das Juntas em Bilbau e no dia 5 de Fevereiro foi colocada pela primeira vez no exterior do Parlamento de Gasteiz, entre a bandeira europeia e a ikurriña.

Fonte: Gara

Mandam retirar as placas que o Município de Durango diz não existirem


Um tribunal do Contencioso Administrativo de Bilbau deu ordens ao Município de Durango para retirar duas placas que fazem referência a ‘Txiki’ e a Otaegi, na sequência de uma demanda efectuada pela Dignidad y Justicia. O Município, nas mãos do PNV, replicou, no entanto, que não existe nenhuma placa dedicada a estes dois cidadãos bascos.

A decisão judicial considera “irrelevantes” as alegações apresentadas pelo Município e considera que o silêncio da vereação é “eloquente”, acusando-a ainda de “passividade” por não retirar estes símbolos, que designa como “atentatórios aos direitos das vítimas”.
Tal como em Durango, os tribunais também mandaram retirar placas em Etxebarri e Algorta.

Fonte: Gara
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Na foto: Algorta, antes de a placa ser retirada.

Gernika evocou o 72.º aniversário do bombardeamento


No domingo, decorreram diversos actos por ocasião do 72.º aniversário do bombardeamento de Gernika, perpetrado a 26 de Abril de 1937 por aviões da Legião Condor nazi.

As cerimónias evocativas começaram da parte da manhã. Foram galardoados com os V Premios Gernika por la Paz y la Reconciliación a activista alemã pela paz Petra Kelly e o colectivo Ahaztuak 1936-1977; mais tarde, foi homenageado o jornalista George Steer, cujas crónicas sobre o bombardeamento de Gernika durante a Guerra Civil permitiram que o mundo tivesse uma noção da destruição provocada pelo ataque aéreo.

Da parte da tarde, pelas 15h45, coincidindo com a hora do bombardeamento, uma sirene deu o alerta; às 16h30, houve um acto religioso e uma oferenda floral em memória dos falecidos; por último, às 21h teve lugar uma manifestação silenciosa.

Fonte: SareAntifaxista

Fotos: SareAntifaxista e Gara


«Gernika 72 depois», de César Arrondo (nabarralde.com)

A Ahaztuak 1936-1977 homenageou o comandante da Guarda Civil José Rodríguez-Medel


“A sua atitude, juntamente com a de outros membros da G.C. e das Forças Armadas, inclui-se na mesma trajectória dos generais chilenos Schneider e Prats, dos capitães de Abril portugueses...”, recordou um membro da Ahaztuak 1936-1977.

A Ahaztuak 1936-1977 homenageou, em Iruñea, José Rodríguez-Medel Briones, chefe do Comando da Guarda Civil em Nafarroa, fuzilado no dia 18 de Julho de 1936 por defender a República, tendo sido o primeiro assassinado após o levantamento franquista.

O acto de homenagem decorreu no lugar onde se situava o antigo Comando, na rua Aloseaga, tendo-se ali juntado várias dezenas de pessoas.

Durante a cerimónia, um dantzari dançou um aurresku de honra em frente a uma cadeira coberta pela bandeira republicana e por um ramo de flores. Esteve presente Antonio Maira e foi lida uma carta de José Luis Pitarch, membros perseguidos da Unión Militar Democrática.


Fonte: SareAntifaxista

Notícia mais desenvolvida: kaosenlared.net

Fotos: Kaosenlared e Gara

Fim-de-semana de recepções e «ongietorris»

Unai Hernández, Amets Ladislao, Ibai Egurrola, Eli Zubiaga e Javier Gordo receberam o carinho dos seus conterrâneos no fim-de-semana passado.

- Javi Gordo foi recebido na Praça do Triângulo, em Tolosa. Foi detido em 1988 e, depois de sair em liberdade, viu-se obrigado a fugir para o México, onde foi preso no final de 2005. Desde então, tem estado em várias prisões do Estado espanhol. Recuperou a liberdade no dia 25 de Abril.
- Em Algorta, dezenas de pessoas participaram no ongietorri a Amets Ladislao, Eli Zubiaga e Ibai Egurrola. Durante o acto, recordou-se o vigésimo aniversário da implementação da dispersão massiva dos presos políticos bascos e lembrou-se a morte de 21 presos políticos bascos na prisão. Procedeu-se ainda à leitura de três cartas enviadas pelos presos algortarras Lander Labajo, Zigor Goikoetxea e Paul Asensio, a que se seguiu uma manifestação pelas ruas deste bairro do Município de Getxo.

Fonte: askatu.org


Ongietorri a Ibai, Eli e Amets, em Algorta.

PreSOS


Jovens detidos recebem o apoio de centenas de pessoas em Donostia

No sábado à tarde, sempre acompanhadas pela chuva, entre 800 e 1000 pessoas participaram em Donostia numa manifestação para denunciar as operações policiais contra os jovens bascos e, mais concretamente, a que faz que dez deles se mantenham atrás das grades, sob acusação de relação com a Segi. Ao todo, são 26 os detidos neste processo, quinze dos quais depois de se terem apresentado voluntariamente na Audiência Nacional espanhola.

Entre gritos de «Euskal gazteria aurrera» e invectivando o PSOE – a marcha passou à frente da sua sede na rua Prim –, a manifestação alcançou a Praça Easo, onde a operação foi evocada com base em vários pontos de vista. Um detido lembrou como foi a sua passagem pela esquadra, e depois um dos jovens que continuam presos apresentou também o seu testemunho, através de uma gravação feita na prisão. Lembram-se circunstâncias diversas, como a de vários detidos terem permanecido cinco dias sob incomunicação na esquadra e outros cinco na prisão para facilitar novas detenções.

Proibição em Sestao
Por outro lado, em Sestao a Ertzaintza impediu a realização de um evento contra a dispersão penitenciária que tinha sido autorizado pelo Município. De acordo com as informações avançadas pelos convocantes, os de uniforme apareceram no local e fizeram saber que, no caso de o acto se iniciar, “partimo-vos a cara”, tendo depois desmontado violentamente o que tinha sido preparado para a ocasião, cortando cordas e arrancando faixas. Alegaram que se tratava de uma homenagem aos presos e não o iriam permitir.

Em Hondarribia, 35 pessoas juntaram-se numa concentração em prol dos presos. Na sexta, em Mundaka, foram 20.

Fonte: Gara


Em Oñati, recolha de assinaturas em defesa dos presos

Começou a recolha de assinaturas em defesa dos presos políticos bascos em Oñati. A iniciativa arrancou neste fim-de-semana e espera-se que abarque diferentes âmbitos da localidade guipuscoana. A apresentação esteve marcada pela elevada participação.

Fonte: askatu.org

«Elkartasun Eguna», em Azkoitia

O evento iniciou-se da parte da manhã e contou com actividades ao longo de todo o dia. Mais para a tarde, mais de 350 pessoas participaram numa manifestação que percorreu as ruas da localidade.

Dados e avaliação emitida pelo Movimento pró-Amnistia:


- “Estamos muito satisfeitos com a participação no Elkartasun Eguna [Dia da Solidariedade], demonstrando-se uma vez mais que o povo de Azkoitia está com os presos políticos bascos”.
- 80 pessoas participaram na corrida popular.
- 140 pessoas estiveram presentes no almoço.
- Mais de 350 pessoas participaram na manifestação, à tarde.


Fonte: askatu.org

domingo, 26 de abril de 2009

Uma boa representação solidária



A Associação de Solidariedade com Euskal Herria participou, como vem fazendo há largos anos, no desfile comemorativo da revolução do 25 de Abril de 1974 realizado em Lisboa. Na defesa dos valores da liberdade, da independência, da soberania dos povos e do socialismo, integrámos com um espírito combativo e solidário a imensa corrente humana que desceu a Avenida da Liberdade.
Este ano contámos com uma maior presença de activistas e amigos, reflexo de uma crescente onda de preocupação, denúncia e apoio à causa da idependência e do socialismo em Euskal Herria.
Depois do Rossio a confraternização continuou pela noite.
A solidariedade continua e reforça-se. Mais uma vez queremos lembrar que O País Basco não caminha só.
Agradecemos a presença e o apoio de todos.

Debate realizado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas



No dia 22 de Abril, realizou-se mais um debate sobre a situação actual do País Basco.
Na mesa estiveram presentes dois activistas da ASEH acompanhados por dois amigos bascos.
Os elementos da mesa começaram por fazer um enquadramento da situação actual de Euskal Herria, tendo os dois amigos bascos contribuído com um relato das suas experiências e dos seus sentimentos enquanto bascos.

Depois, abriu-se o debate aos presentes, que foram muito activos e colocaram várias questões. Na plateia, estiveram presentes cerca de três dezenas de pessoas, que foram entrando ao longo do debate. Entre elas, madrilenos, catalães, bascos e, em maioria, os portugueses, o que demonstra que a solidariedade internacionalista está presente em Portugal.
Após alguns problemas técnicos, todos eles sanados, foram sendo projectados diversos vídeos enquanto o debate decorria.

Onde está Iñaki Etxebarria, refugiado político basco na Venezuela, detido há vários dias?

Kalvellido para Kaosenlared / Não extradites Iñaki Etxebarria!

A esquerda abertzale pediu à Venezuela que não colabore com o Estado espanhol na sua guerra contra as ânsias de liberdade e soberania do povo basco.

De acordo com informações avançadas pelo Movimento pró-Amnistia e anti-repressivo basco, Iñaki Etxeberria foi detido pelas autoridades venezuelanas há pelo menos três ou quatro dias.
Desconhece-se por completo o seu paradeiro e a sua actual situação.
A esquerda abertzale pediu à Venezuela que não colabore com o Estado espanhol na sua guerra contra as ânsias de liberdade e soberania do povo basco, um Estado que recorre à tortura e a múltiplas formas de repressão contra cidadãos bascos sem qualquer tipo de protecção judicial, como até a ONU denunciou. Um estado que ilegaliza partidos e prende políticos por defender a ideia de um povo basco soberano e socialista.

Será que a Venezuela vai uma vez mais trocar cidadãos bascos por dinheiro espanhol e entregá-los a um Estado que oprime nacional e socialmente o povo basco? Onde ficou o internacionalismo?

Têm sido muitas as mostras de apoio e solidariedade da esquerda patriótica basca à causa bolivariana e à de toda a América Latina, desde centenas de activistas que ali aportaram até gente que chegou a dar a vida em selvas que ficam a milhares de quilómetros do País Basco. Chegou a hora da dignidade socialista.

Fonte: kaosenlared

Mais informação: http://venezuela.indymedia.org

«Temor perante a possibilidade de a Venezuela extraditar o refugiado político Iñaki Etxeberria», kaosenlared.net

«Confirmam a detenção de um exilado basco na Venezuela há vários dias», Gara 26/04/2009

Comunicado: Asociación Venezolana de Amigos de Euskal Herria

«Lagunak de Caracas, Resumen Latinoamericano e Provea denunciam a detenção de Iñaki Etxebarria», askapena.org

sábado, 25 de abril de 2009

Liberdade / Askatasuna. 25 de Abril, sempre!


Os Betagarri associam-se à festa e cantam a «Grândola Vila Morena» (ao vivo, na Festa do Avante! de 2004). Gora zuek!!!

«Freedom fighters»


No Natal de 2003, 2004 e 2005, e como vinha sendo habitual, os habitantes da localidade navarra de Areso colocaram um grande olentzero (1) no centro da praça. Todos os anos, e com uma pontualidade surpreendente, o olenztero desaparecia. Apesar de crenças antigas e superstições, os habitantes chegaram à conclusão de que o personagem mítico não abandonava a praça pelo seu próprio pé, mas era sistematicamente sequestrado. Acertaram. Em 2005 soube-se que tinha sido um destacamento da Guarda Civil de Leitza o autor dos sequestros. Introduziam, pela calada da noite e com má intenção, o olentzero num jipe do Corpo e depois, num descampado, despedaçavam-no.

No ano de 2001, a Sociedad de Ciencias Aranzadi foi requisitada para investigar os vestígios arqueológicos aparecidos nas obras para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Plaza del Castillo, na capital navarra. As ruínas que se deixaram entrever remontavam a dois mil anos: um menir, uma necrópole muçulmana, umas termas romanas e uma grande muralha. Sugeriu-se que os sonhos da velha Iruñea repousavam nesses lugares. O Município de Iruñea optou, no entanto, pela especulação urbanística e, apesar das ordens judiciais, proibiu à Aranzadi o acesso às obras. Na lixeira da localidade de Beriain, durante uma inspecção efectuada em Fevereiro do ano seguinte, apareceram, de acordo com a imprensa, “abundantes vestígios arqueológicos, datados entre os século I-II da nossa era até ao XVI”. Eram provenientes da Plaza del Castillo que o município iruindarra entregara aos construtores do parque de estacionamento.

Nos primeiros meses de 2009 assistimos a uma ofensiva dos tribunais e das instituições hispanas contra a evocação dos lutadores antifascistas bascos que alguma vez foram objecto de uma iniciativa municipal em prol da sua memória. Estes antifascistas, freedom fighters, lutadores pela liberdade na terminologia internacional, lutaram contra um sistema fascista, como o fizeram milhares de companheiros na Europa contra regimes similares.

É precisamente no Velho Continente onde a memória destes combatentes perdura de maneira tangível. No Estado francês, que pela proximidade conheço melhor, ruas, praças, placas e monumentos recordam aqueles freedom fighters. Em Baiona, Biarritz, Maule, Angelu... as referências são numerosas, inclusive uma rua com o nome de uma fuga de prisioneiros do campo de concentração de Gurs.

Na literatura, para além disso, a actualidade resgata a memória. A tradução para castelhano de El cartel rojo (2), a história de um grupo de arménios resistentes na Paris ocupada, é uma das últimas novidades. No cinema, pude ver nestes últimos meses Flame y Citron (3), uma dupla de dinamarqueses que eliminavam sem contemplações os colaboracionistas, Espías en la sombra (4), sobre as mulheres da Resistência anglo-francesa, Resistencia (5), um grupo de ucranianos, enfim... um poço sem fundo.

No Estado espanhol, no entanto, tudo é diferente. Recordemos que, na Europa, o fascismo foi derrotado na Guerra Mundial pelos aliados e que aos seus defensores coube o desprezo eterno. No Estado espanhol, ao invés, Franco morreu à beira de cumprir 83 anos, depois de executar, um ano antes, sete antifascistas. A um deles, alemão de Leste, até lhe alterou a identidade e a nacionalidade, para que não ficasse rasto da sua memória.

Espanha é diferente porque jamais julgou o franquismo. Nem o derrotou. Dizem que pelo menos o condenou por unanimidade a 20 de Novembro de 2002, aniversário da morte do ditador. Em Março de 2006, condenou-o, da mesma maneira, o Conselho da Europa. Mas os freedom fighters, lutadores pela liberdade, lutadores antifascistas, não são tratados da mesma forma que na Europa.

E se nos referirmos ao País Basco, o tratamento é humilhante, escandalosamente discriminatório. É como se houvesse um guião permanente em que se diz: “O Estado espanhol teve vários lapsos históricos no século XX, conheceu uma ditadura mais ou menos violenta mas, no que se refere aos bascos, a sua atitude foi sempre impecável”. Em consequência, os freedom fighters espanhóis recebem ou hão-de receber a honra que merecem. Os freedom fighters bascos, pelo contrário, só merecem o ostracismo, o esquecimento. Mais ainda. O PP e o PSOE apoiam a criação de uma Comissão da Verdade para investigar os crimes do franquismo na Comunidade Valenciana. Os mesmos partidos recusam-na veementemente na basca.

Durante anos, e até há alguns dias, como quem diz, a resposta a este guião foi a da agressão aos símbolos da memória. Dezenas de lápides foram ultrajadas nos últimos tempos, não já respeitantes ao franquismo, mas até aos executados da Guerra Civil. Há alguns meses, a placa que recordava os fuzilados no bairro donostiarra de Ulia desapareceu. Roubada. Pouco antes, a caverna de Otsoportillo, em Urbasa, para onde tinham sido atirados dezenas de republicanos, apareceu também manchada, com símbolos nazis.

Se o mesmo tivesse acontecido na Europa com algum cemitério judaico ou com algum emblema da resistência ao fascismo, a agressão teria chegado ao Parlamento de Estrasburgo, que a teria condenado por unanimidade. Os culpados, perseguidos e encarcerados. Mas Espanha é diferente. A mofa e o escárnio fazem parte da sua cultura política. Que esperar de um governo que promove um polícia condenado por tortura, o que matou Joxe Arregi? Que nos vão contar depois de dar uma medalha de reconhecimento ao guarda civil que matou Gladys del Estal, aquela ecologista que sonhava com um mundo mais racional?

Os freedom fighters bascos são, para este sistema de guião pré-concebido por juízes, políticos e outros, a escória da Europa. Pelo contrário, os freedom fighters europeus, e até alguns espanhóis, são “lutadores pela liberdade”. Não tenho a menor dúvida em relação a tão rotunda sentença: o guião existe.

A proibição da homenagem a Alberto Asurmendi e Jokin Artajo, mortos na Ulzama quando preparavam uma sabotagem, em Abril de 1969, é uma decisão inaudita para uma sociedade democrática que diz ter reconhecido o seu passado e que o condenou. A decisão de mandar retirar o nome de uma rua dedicada a Eustakio Mendizabal, que foi morto a sangue frio e à queima-roupa por um polícia na Páscoa de 1973, não deixa de ser um sarcasmo quando Melitón Manzanas, torturador entre torturadores, recebeu a mais alta distinção do Estado, nada menos que em 2001, em plena era democrática.

O ataque à memória de Txiki e Otaegi segue pela mesma senda. Foram condenados à morte por um tribunal fascista. No caso de Ángel Otaegi, julgado com José Antonio Garmendia, também condenado à morte, o julgamento durou pouco mais que quatro horas. Sem peritos, sem garantias. O de Txiki, desfigurado já na foto oficial que o regime distribuiu depois das torturas que sofreu, foi outra farsa. De novo a morte em poucas horas.

A decomposição do regime franquista não se ficou a dever, precisamente, às artes de uma oposição moderada (moldada) que, logo à primeira, aceitou todos os símbolos do terror, desde a bandeira até à imposição do enterramento da memória. A decomposição ficou-se a dever, entre outras circunstâncias, aos freedom fighters, lutadores pela liberdade. Quando o regime matou Txiki e Otaegi e outros três antifascistas espanhóis, uma greve geral parou o país dos bascos. O PNV recusou-se a secundá-la. Não era conveniente. Nas prisões, os reféns políticos declararam greve de fome. O PCE rejeitou-a. Não era conveniente.

Euskal Herria é politicamente incorrecta. Por isso, vale tudo, até as perversões mais insólitas. O olentzero sequestrado, o património da velha Iruñea numa lixeira, a proibição expressa de investigar o passado, as placas destroçadas, a memória dos nossos antepassados desonrada. Pelos vistos e de acordo com esse guião, todo o sinal de progresso e justiça é, claramente, inconveniente. E por mor dessa inconveniência continuaremos a assistir a renovados sequestros de olentzeros. Sequestros dos nossos mitos mais íntimos e das nossas lembranças mais honradas.

Iñaki EGAÑA
historiador

Fonte: Gara

(1) Olentzero: http://www.komunika.net/olentzero/ / http://eu.wikipedia.org/wiki/Olentzero%20/ / http://en.wikipedia.org/wiki/Olentzero%20/ / http://es.wikipedia.org/wiki/Olentzero

(2) Philippe Ganier, L’Affiche rouge, Paris, Fayard, 1975

(3) Flammen & Citronen, de Ole Christian Madsen (2008)

(4) Les Femmes de l’ombre, de Jean-Paul Salomé (2008)

(5) Defiance, de Edward Zwick (2008)

Ataque contra a página de Internet apurtu.org


Em virtude disso, a página de Internet anti-repressiva apurtu.org denunciou, numa nota de imprensa, a campanha de criminalização que tem vindo a sofrer.
Este é o conteúdo da nota, originalmente em euskara e castelhano:

PERANTE A CAMPANHA DE CRIMINALIZAÇÃO CONTRA A APURTU.ORG

Da parte da página de Internet Apurtu.org, queremos denunciar a criminalização que temos vindo a sofrer nos últimos meses. O nome do nosso meio de comunicação já foi mencionado em diversas ocasiões, relacionando-o com diferentes actos que foram proibidos a posteriori pela Audiência Nacional. Desta vez, foi o ABC que publicou um artigo que diz estar fundamentado em informações da “luta antiterrorista”. Um artigo que, por certo, se apresenta repleto de falsidades e de mentiras. Tudo isto vem à tona depois de termos posto em marcha o inovador canal de televisão on-line Apurtu Telebista, que preparámos com os vídeos que temos vindo a publicar.

Cremos que o verdadeiro objectivo deste artigo é preparar o terreno e a opinião pública para um eventual ataque à liberdade de expressão. Não seríamos os primeiros. Neste país foram encerrados numerosos meios de comunicação, sem que depois nada aconteça, mesmo quando se mostra não existirem provas contra os visados. Desta vez, as acusações são para fazer rir, e rimo-nos mesmo quando lemos o artigo do ABC. Mas, ao mesmo tempo, entristece-nos, já que temos consciência de que, por trás deste artigo, há um plano repressivo, e que tudo isto é apenas um primeiro passo.

Reafirmamos o nosso trabalho jornalístico. Não somos profissionais, apenas um grupo de pessoas que procuram apresentar uma informação que na maioria dos meios de comunicação é totalmente silenciada. Além disso, fazemo-lo melhor que outros que se consideram profissionais e seguem os mandamentos do Ministério do Interior para atacar companheiros de outros órgãos de comunicação. Cremos que isto não deveria ser considerado delito numa democracia.

Por último, fazemos um apelo aos restantes meios de comunicação no sentido de não alimentarem nem darem credibilidade às acusações sem fundamento baseadas em informações policiais, e para que denunciem este novo ataque à liberdade de expressão. Ao dar-se ao luxo de silenciar aqueles que dizem o que eles não querem ouvir, estão a violar o direito a uma informação livre e veraz, e já ninguém possui verdadeiramente liberdade para expressar a sua opinião ou para informar. Se não temos direito a informar sobre realidades cruentas que existem ao nosso redor – e ainda nos acusam de “pró-etarras por isso” –, quem o vai fazer? Nós, pela nossa parte, continuaremos a trabalhar, que ninguém duvide.

Da parte da ASEH, expressamos a mais funda indignação perante este ataque à liberdade de expressão e manifestamos a nossa total solidariedade à apurtu.org. Aurrera! Besarkada handi bat hemendik.
Crónica relacionada: «A última intoxicação: presos com Internet nas celas», de Iñaki Iriondo (Gara, 25/04/2009)

Jonathan Guerra saiu em liberdade

Por ordem do juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón, Jonathan Guerra, um dos detidos no sábado passado pela Polícia espanhola em Gasteiz, saiu em liberdade, mas com a obrigação de se apresentar semanalmente às autoridades judiciais e sem poder abandonar o Estado espanhol, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.

Anteontem de madrugada, Garzón tinha dado ordem de prisão preventiva e incondicional aos outros quatro detidos no sábado juntamente com Guerra: Gorka Iriarte, Asier Ortiz de Guinea, Igor García e Sergio Bravo, acusados de “delitos de integração e colaboração com organização terrorista”.
Encontram-se todos na prisão de Soto del Real, segundo a mesma fonte.

Fonte: Gara

Na foto, manifestação de protesto, em Gasteiz, contra as últimas detenções.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Nafarroan.com fez sair um boletim a propósito do VIII Congresso da UPN


A propósito do VIII Congresso da UPN, a Naforroan.com fez sair um boletim em que reúne um conjunto de entrevistas e artigos de opinião que, em nosso entender, se revestem do máximo interesse para compreender a actual situação de Nafarroa.

Nafarroan.com: UPNren VIII. Kongresua / VIII Congresso da UPN
Fonte: apurtu.org

Convocada uma manifestação nacional contra o TGV para 9 de Maio em Iruñea

A AHT Gelditu! Elkarlana, coordenadora formada por uma grande diversidade de grupos sociais, ecologistas, sindicatos e eleitos em Municípios, deu a conhecer aos meios de comunicação e à sociedade em geral, mediante uma conferência de imprensa, os motivos por que decidiu convocar uma manifestação nacional em Iruñea, no próximo dia 9 de Maio, com o lema «Guztion artean AHT geldituko dugu, txikiziorako diru gehiagorik ez! (Entre todos, havemos de parar o TGV; não ao desperdício de dinheiro para a destruição!).

Actualmente, as obras deste macroprojecto já se iniciaram tanto em Araba como em Gipuzkoa e na Bizkaia. Em Nafarroa ainda não começaram devido à falta de acordo sobre o seu financiamento com o Governo do Estado espanhol. Segundo manifestaram os convocantes, tanto na CAB como em Nafarroa, a UPN, o PSOE, o PP, o PNV, a IU, o EA e as formações que compõem o NaBai “estão decididas a realizar esta obra sem dinamizar a informação e a participação pública”.

A AHT Gelditu! Elkarlana insistiu na ideia de que “estamos num momento-chave para conseguir a paralisação das obras”. Sustentam esta afirmação argumentando que a situação socioeconómica actual está minar a capacidade financeira das diversas deputações forais, enquanto as construtoras, as empresas adjudicatárias e a banca estão a aproveitar esta conjuntura para pedir mais injecções de dinheiro público, de modo a satisfazer os seus interesses económicos e políticos.
De acordo com a plataforma contrária ao TGV, numa situação caracterizada, por outro lado, pelo desemprego, os expedientes de regulação e a precariedade, o investimento nesta infra-estrutura deixaria às claras a sua nula utilidade social, além de supor um gravíssimo deficit e um grande endividamento para os municípios e as respectivas deputações. Neste mesmo sentido, consideram que “não é aceitável que se destinem milhares de milhões para realizar esta obra à custa da limitação e da suspensão de verbas públicas orçamentadas em matéria de saúde, educação, serviços sociais, políticas de emprego, etc.”.

Nafarroa e a assinatura do acordo
Durante os últimos meses foi constante a polémica a respeito da assinatura do acordo de financiamento das obras do Corredor Navarro de alta velocidade. A UPN, sobretudo pela boca de Miguel Sanz, e o Nafarroa Bai, com Uxue Barkos, interpelaram o PSN no Congresso dos Deputados madrileno, no sentido de levar Zapatero a cumprir a sua palavra e promessa de fazer que a alta velocidade “chegue quanto antes a Navarra”. No entender da AHT Gelditu! Elkarlana, a maioria dos partidos que fazem parte da oposição em Navarra estaria a desvirtuar a raiz do debate, centrando-se na discussão sobre fórmulas económicas de financiamento em vez de se questionar se este projecto é realmente necessário para Nafarroa.

O acordo ainda não foi assinado, mas tudo parece apontar para que nas próximas semanas isso venha a suceder, tal como Zapatero anunciou publicamente em diversas ocasiões. A assinatura do acordo seria o tiro de partida para as obras do TGV em Nafarroa, umas obras que vão custar mais de 3 mil milhões de euros e que, na prática, vão ser pagas por cada cidadão, que verá sair dos seus bolsos 4790 euros.



Contra a criminalização
A AHT Gelditu! Elkarlana considera que, “ao fazerem ouvidos surdos às exigências de uma grande parte da sociedade, as diferentes administrações que gerem o TGV em Euskal Herria decidiram carregar no acelerador e enveredar pela via dos factos consumados e da imposição”. Destacam, além disso, que esta imposição assumiu uma feição incriminatória, de repressão policial e judicial, o que definem como “tentativas descaradas de criminalizar a oposição social, ampla e plural, que faz frente ao TGV”.

Perante esta situação, a oposição ao TGV, longe de se encolher, dinamizou, durante as últimas semanas, uma busca de compromissos individuais e colectivos na luta pela paralisação do TGV. Com o lema “Nik ere aht geldituko dut” (Eu também vou parar o TGV), diversas pessoas e colectivos mostraram a sua adesão à plataforma AHT Gelditu e ao movimento de oposição ao macroprojecto.
E é precisamente no âmbito desta campanha que enquadram a manifestação nacional do próximo dia 9 de Maio em Iruñea, “como forma de dar visibilidade ao apoio de colectivos, pessoas, terras, comarcas e instituições, que estão empenhados em parar este projecto”. A manifestação partirá às 17h30m do Parque de Antoniutti, havendo depois festa na Parte Velha de Iruñea, e uma kalejira e várias actuações musicais.

Outras mobilizações
Aproveitaram ainda a convocatória para recordar que nos dias 10 e 17 de Maio irão decorrer consultas populares em Arbizu e Lizarrabengoa, para que os habitantes manifestem a sua opinião sobre o controverso projecto do TGV. Para este fim-de-semana, foram convocadas diversas mobilizações de protesto contra o TGV em Iruñea e Arbizu.

Fonte: nafarroan.com

Sete dos detidos no sábado são encarcerados e Jonathan Guerra vê prolongada a detenção

O juiz Baltasar Garzón mandou para a prisão quatro dos cinco jovens detidos no sábado – Igor García, Asier Ortiz de Guinea, Sergio Bravo e Gorka Iriarte – e prolongou a detenção de Jonathan Guerra. Alex Uriarte, Gorka Azpitarte e Jurdan Martitegi também foram encarcerados, depois de comparecerem perante a juíza Laurence Le Vert. Estes dois últimos afirmaram que a sua detenção foi bastante violenta.

Depois de os interrogar durante mais de seis horas, o juiz Baltasar Garzón mandou para a prisão Igor García, Asier Ortiz de Guinea, Sergio Bravo e Gorka Iriarte. Acusa-os de colaboração e/ou integração na ETA, segundo a EFE e a Europa Press.
Em relação a Jonathan Guerra, o juiz decidiu prolongar a sua detenção e agendar uma nova comparência para amanhã às 12h30, na qual, após examinar o computador do jovem, Garzón tomará uma decisão, segundo informou o Movimento pró-Amnistia. Até lá, continuará na prisão.

Laurence Le Vert, por seu lado, processou Jurdan Martitegi, Gorka Azpitarte e Alex Uriarte por “associação de malfeitores com fins terroristas”. Em seguida, a juíza deu-lhes ordem de prisão.
Os três cidadãos bascos são ainda acusados de roubo, posse de documentação falsa, uso de matrículas de veículos falsificados e “ocultação de extorsão relacionada com uma empresa terrorista”.

Detenção bastante violenta
Martitegi foi encarcerado em Nanterre, Azpitarte em Osny e Uriarte em Meaux, segundo informou o Movimento pró-Amnistia.
Esta organização afirmou que a detenção destes três bascos ocorreu de forma muito violenta, sobretudo no caso de Martitegi e Azpitarte – atiraram-nos para o chão, pisaram-lhes a cara enquanto estavam algemados, e iam-lhes dando pontapés.

Em virtude da violência da detenção, Azpitarte necessitou de assistência médica. O habitante de Eskoriatza tem numerosos hematomas na cara e pontos no sobrolho direito e no lado esquerdo da cara. No hospital, extraíram-lhe uma pedra que se meteu na pele enquanto o mantiveram no solo, de acordo com o Movimento pró-Amnistia.
Os detidos disseram que os polícias gravaram e fotografaram toda a detenção com os telemóveis.
No que diz respeito aos jovens detidos em Araba, Gipuzkoa e na Bizkaia, relataram que o tratamento recebido nas instalações policiais foi, “de um modo geral, correcto”.

Denúncia
O Movimento pró-Amnistia denunciou “a manipulação e a montagem mediática” em torno desta operação. “Vimos que a guerra de propaganda do Governo espanhol não tem limites, venderam mentiras e informação interessada todos os dias através das grandes agências e meios de comunicação, e, em vez de se difundir informação objectiva e veraz, primou o jornalismo feito sob claros fins políticos”, criticaram.

Lembraram que nos últimos 30 anos foram detidos mais de 35 000 cidadãs e cidadãos bascos em consequência do conflito político e que há actualmente 740 presos políticos bascos nas prisões francesas e espanholas. “A repressão não cessou durante estes anos, ficou claro que o conflito político dificilmente será ultrapassado com repressão, com prisão, com mais detenções e com mais operações policiais”, sublinharam.
Por fim, face à repressão, apelaram a uma “resposta contundente” e à participação nas mobilizações que terão lugar amanhã em Gasteiz.

Fonte: Gara

Gasteiz, sob acosso. Utzi Gasteiz bakean!

O magistrado da AN pede oito anos de prisão para oito jovens de Markina


Fernando Grande-Marlaska, o juiz instrutor da maioria das operações policiais levadas a cabo desde Junho de 2007 contra jovens independentistas por todo o país, já deu por concluída a fase instrutória das operações de Donostia, Oarsoaldea e Markina. No caso dos oito jovens detidos em Janeiro de 2008 em Lea-Artibai pela Polícia espanhola, a Procuradoria da Audiência Nacional espanhola aumentou o seu pedido de condenação: oito anos de prisão, por militância na Segi. Nos outros dois casos, ainda se desconhece o pedido de condenação formulado pela acusação.

Mas o número de anos de prisão a que podem ser condenados pode ser ainda mais elevado, tendo em conta que, pelo menos nestes três casos, Marlaska dividiu o processo em duas partes: uma, referente à militância na Segi, e a outra respeitante a acusações de acções de kale borroka. No entanto, consultados pelo Gara, os advogados destes jovens – mais de trinta só entre Donostia, Oarso e Markina –, vincam a fragilidade da acusação, por falta de provas.

Condenações não cumulativas
Segundo referem, não existem provas que demonstrem a militância de ninguém na Segi, e ainda menos provas sobre a sua suposta participação em acções de kale borroka. Contudo, basta uma declaração policial – auto-incriminatória ou de terceiros – para existir nível probatório. Ainda que por si só não seja válido, segundo a doutrina do Supremo espanhol, se nas inspecções os polícias apanharem umas T-shirts, uns autocolantes ou DVD relacionados com a Segi, isso converte-se em prova. Assim, estariam em jogo entre 6 e 12 anos de prisão.

Com essas mesmas declarações policiais, Marlaska também pretende atribuir-lhes várias acções de kale borroka, o que aumentaria a pena. E cada caso implicaria uma condenação particular. A defesa insiste na inexistência de provas contra estes jovens que, ainda por cima, denunciaram ter sido sujeitos a tortura.
G.M.

Fonte: Gara

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Análise política na Info7


Dani Gómez
O jornalista da Catalunya Radio comenta as dificuldades do PSE para formar uma maioria estável no Parlamento de Gasteiz
Dani Gómez na infoZazpi

Floren Aoiz
O analista político tece comentários sobre o último congresso da UPN, a substituição de Miguel Sanz e as últimas detenções em Perpinyà e Euskal Herria.
Floren Aoiz na infoZazpi

Os oito bascos que continuam detidos em Paris e Madrid comparecem hoje perante o juiz


Os três cidadãos bascos detidos no sábado em Montoriol foram transferidos esta madrugada para Paris, onde serão presentes à juíza Le Vert. Por outro lado, os cinco jovens que permanecem em poder da Polícia espanhola serão conduzidos esta tarde à Audiência Nacional espanhola.

Jurdan Martitegi, Alex Uriarte e Gorka Azpitarte foram levados da esquadra de Montpellier em dois automóveis, pelas 5h25. A Polícia francesa cortou a circulação automóvel em frente à esquadra para proteger a saída da comitiva, que se dirigiu para o aeroporto da cidade. Dali, os detidos foram levados para Paris.
Uma vez na capital francesa, os três passarão a estar à disposição da juíza Laurence Le Vert. O período de incomunicação termina hoje à tarde para os três detidos em Montoriol no sábado passado.
Ontem, pela primeira vez, veio a público uma versão detalhada do ocorrido durante a detenção. A agência Europa Press admitiu que houve “um disparo para o ar”, algo que o ministro Alfredo Pérez Rubalcaba tentou negar.

Por seu lado, Jonathan Guerra, Asier Ortiz de Guinea, Gorka Iriarte, Igor García e Sergio Bravo, que continuam sob incomunicação em poder da Polícia espanhola, serão levados esta tarde à presença do juiz Santiago Pedraz, segundo avançou o Movimento pró-Amnistia.

Fonte: Gara


O Gaztetxe de Gasteiz comemora o 21.º aniversário durante três semanas


Com o lema «Gaztetxeak 21 eta zuek auzotik at», as actividades começaram ontem à tarde, com um debate da Etxerat sobre os presos da Alde Zaharra [Parte Antiga]. As celebrações vão durar até 10 de Maio, e os representantes do gaztetxe apelaram à “participação conjunta nas diferentes iniciativas previstas”.
Durante estas três semanas haverá debates, projecções de documentários, uma prova de boulder (escalada), olimpíadas das Gazte Asanbladas de Gasteiz e várias actuações musicais. Neste sábado, haverá ainda o tradicional almoço popular.

Espaço «imprescindível»
Desde 1988, o Gaztetxe de Gasteiz anda a dar “cor à cidade”, que, no entender destes jovens, todos os dias “amanhece um pouco mais cinzenta”.
Realçaram que a casa da colina é, há duas décadas, um espaço “imprescindível”, e acrescentaram que, com a organização participativa e a autogestão, “põem em causa a forma de fazer política das instituições”. Afirmaram ainda na conferência de imprensa que, “embora haja muito para comemorar, continua a haver muita luta pela frente”.

Neste sentido, o Gaztetxe tem denunciado o controlo social que existe no bairro, e ontem destacaram que, nas últimas semanas, esse controlo “aumentou” com a presença da Guarda Civil e da Polícia espanhola nas ruas do bairro.
Na sua perspectiva, por trás desta intensa presença policial, “existe uma tentativa de controlar um bairro que não se deixou dominar”. Mas a Alde Zaharra de Gasteiz “jamais será o bairro-montra que os turistas desejam”.

Zuriñe ETXEBERRIA

Fonte: Gara

Mais informação: http://www.gasteizkogaztetxea.org/

Gaztetxeak 21 ta zuek auzotik at! 21 anos de Gaztetxe e vocês fora do bairro!

Arturo Villanueva, ‘Beñat’, detido em Belfast


O iruindarra Arturo Villanueva, ‘Beñat’, foi detido hoje de manhã pela Polícia em Belfast, no Norte da Irlanda. A Audiência Nacional espanhola tinha emitido um mandado de captura a nível europeu.

O iruindarra [natural de Iruñea] foi detido em Belfast pelas 9h15 (hora de Euskal Herria), segundo relataram ao diário Gara pessoas que lhe são próximas.

Villanueva tinha sido detido em Março de 2001, encarcerado e posteriormente processado, juntamente com outros trinta jovens, no âmbito da causa aberta contra a Jarrai, a Haika e a Segi [perseguição a jovens bascos independentistas], e o tribunal de excepção espanhol – Audiência Nacional – tinha emitido um mandado de captura contra ele a nível europeu.
Prevê-se que Villanueva seja levado hoje até ao tribunal de Laganside.

Fonte: apurtu.org


Adenda
Ontem, logo após ser presente ao juiz no complexo de Laganside, o iruindarra saiu em liberdade sob fiança de 5000 libras (5600 euros). Deverá ainda apresentar-se às autoridades todos os dias, entre as 7h e as 9h da manhã, e estar em casa antes das 21h.
O julgamento para examinar o mandado emitido pela Audiência Nacional espanhola irá decorrer no dia 13 de Maio.
Nas imediações do tribunal juntaram-se 40 pessoas para expressar o seu apoio ao jovem basco.

Trabalho em Belfast
Arturo Villanueva vivia há cinco anos na capital do Norte da Irlanda, onde trabalha e está bem integrado. Nos últimos anos, participou em giros políticos para dar a conhecer o conflito irlandês e a luta republicana, e também trabalhou no comité de apoio a Euskal Herria.
O Movimento pró-Amnistia denunciou a detenção e expressou a sua solidariedade aos familiares e próximos do iruindarra. Quis ainda agradecer o apoio que os refugiados políticos bascos receberam na Irlanda e no mundo.

Fonte: Gara

A Irrintzi assume acções de sabotagem contra uma imobiliária, o TGV e uma casa


Num comunicado enviado aos órgãos de comunicação, a organização Irrintzi reivindica os três ataques ocorridos nos últimos meses.
Concretamente, este grupo assume a a acção de sabotagem contra a agência imobiliária Guy Hoquet, de Angelu, a 24 de Dezembro; contra a linha de TGV que liga Hendaia a Paris, a 13 de Janeiro; e contra una casa situada em Angelu, no dia 24 de Fevereiro. Também assume uma “tentiva” de ataque, a 24 de Dezembro, em Capbreton.
O documento, além de assumir estes ataques, denuncia a situação que se vive em Euskal Herria, tanto a sul do Bidasoa, denunciando “a falta de legitimidade” do próximo Governo de Gasteiz, como em Ipar Euskal Herria. Para além disso, a Irrintzi anuncia que “continuará a sua luta, procurando não causar vítimas civis”.
Fonte: Gara

terça-feira, 21 de abril de 2009

Apurtu Berriak 2009ko Apirila / Abril de 2009: quando a versão oficial fracassa


Na edição de Abril, Apurtu Berriak analisou o auto judicial que decidiu dar continuidade ao processamento de 15 guardas civis, acusados de torturar Igor Portu e Mattin Sarasola em Janeiro de 2008. As provas existentes dão a entender que a versão oficial, apresentada pelo ministro espanhol do Interior Alfredo Pérez Rubalcaba, é falsa.
Fonte: apurtu.org

Martitegi, Uriarte e Azpitarte continuam na esquadra de Montpellier


As autoridades francesas prolongam a detenção dos três bascos em Montpellier, sabendo-se que foram interrogados pela Polícia espanhola mas sem se entrar em detalhes sobre o que aconteceu no momento da detenção. A juíza Le Vert prorrogou a detenção.

A agência EFE refere que um porta-voz da Polícia em Montpellier fez saber que os três cidadãos bascos presos no sábado devem ser levados para Paris “com toda a probabilidade” amanhã de manhã.

Hermetismo total sobre a operação
Entretanto, mais de dois dias passados sobre a operação policial de Montoriol, a situação dos três bascos detidos permanece caracterizada por um total hermetismo e pela presença de elementos estranhos, a começar no momento da detenção, em que, de acordo com os moradores da localidade, se ouviu um disparo. O diário local L’independant difundiu a imagem de manchas de sangue espalhadas pelo chão, mas não foi avançada qualquer explicação. Mais ainda, o ministro Alfredo Pérez Rubalcaba disse ontem que não tem conhecimento tiro algum. Os habitantes de Montoriol não viram ambulâncias.

As dúvidas só poderão ser dissipadas quando os detidos deixarem de estar sob incomunicação. Para a confusão reinante contribuiu a decisão da juíza Laurence Le Vert de adiar a transferência para Paris de Jurdan Martitegi, Alex Uriarte e de uma terceira pessoa que seria Gorka Azpitarte. Dizia-se com toda a certeza que seriam levados ontem para Paris, mas por volta do meio-dia mudaram de planos.

O que se sabe é que os detidos foram interrogados na esquadra de Montpellier não só pela Polícia francesa mas também pela espanhola. Um porta-voz francês confirmou-o à ETB, embora afirmando que os agentes espanhóis só intervieram nas primeiras horas ou dias, e que depois se foram embora. Seja como for, Paris decidiu que os três bascos continuem por enquanto nos calabouços de Montpellier.

Outro aspecto relevante é a ênfase dada ontem pelas autoridades francesas à afirmação de que os detidos tinham recebido a visita de um advogado “de 21 em 21 horas”. O jornal Gara pôs-se em contacto com os seus advogados e estes desmentiram categoricamente tal afirmação. Afirmaram que isso não tem enquadramento legal e que não aconteceu em casos anteriores com muito menor impacto mediático e político. Realçaram ainda o facto de desconhecerem qualquer dado sobre a situação dos detidos.

Arakama, livre
Se não existe dado algum sobre os três detidos em Montpellier, o mesmo acontece relativamente aos capturados em Euskal Herria. A única excepção é a de Olaritz Arakama, jovem detida no sábado à tarde no bairro de Judimendi, em Gasteiz. Ontem, soube-se que tinha sido posta em liberdade no domingo, sem lhe ser aplicada qualquer medida cautelar.

Sob incomunicação nas mãos da Polícia espanhola, continuam o seu companheiro, Asier Ortiz de Guinea, e Igor García, Jonathan Guerra, Sergio Bravo e Gorka Iriarte. Alguns meios de comunicação afirmaram que já foram levados para Madrid. Ontem não se soube nada sobre novas inspecções, mas é preciso ter em conta que toda a operação está a ser efectuada com o maior sigilo e sem informações oficiais.

O Movimento pró-Amnistia veio expressar a sua preocupação pela situação em que se encontram os detidos, e lembrou o testemunho de tortura de um dos últimos detidos em Hernani. Para esta organização, a operação “dá a medida da bebedeira repressiva dos estados”, tanto pelas detenções realizadas como pelas declarações posteriores dos mandatários espanhóis. A eles, lembrou-lhes que, após a morte de Francisco Franco, “mais de 35 000 cidadãos bascos foram detidos por motivos relacionados com o conflito político. No ano passado foram 390. Rubalcaba e os seus acólitos insistem cegamente na repressão, e, depois de cada operação, aborrecem-nos com a propaganda de guerra habitual nos governos fascistas”.

Face a estas manobras, sublinham que a solução para o conflito “não virá do estado de excepção”, mas “dos direitos democráticos”. E pedem que as pessoas se mobilizem para lhe fazer frente.


Exigem a liberdade dos oito detidos
Uma manifestação que exigia a liberdade dos oito detidos percorreu ontem as ruas de Gasteiz. Cerca de 700 pessoas partiram da Plaza de Correos da capital alavesa, de onde é a maior parte dos detidos no último sábado. “Egindakoa ordainduko duzue”, “Herriak ez du barkatuko” ou “La Policía tortura y asesina” foram algumas das palavras de ordem. Embora a marcha tenha sido vigiada pela Polícia Municipal, agentes da Ertzaintza gravaram, quase sempre a partir dos seus veículos, o protesto.

No final da manifestação, foi lido um comunicado contra as detenções e inspecções. Além disso, os presentes ficaram a saber que os detidos “puderam" ser vistos pelos seus médicos de confiança e que se “encontram bem”. Anunciaram um novo protesto para esta quinta-feira, às 20h, no mesmo lugar. Da mesma forma que em Gasteiz, houve protestos contra as detenções noutros lugares de Euskal Herria: entre outros, Durango (120 pessoas na parte da manhã e 240 à tarde), Eskoriatza (150) e Errenteria (150).


Notícia completa: Gara

Macroprocesso 18/98: a defesa afirma que a sentença da AN se «sustenta no vazio»


Os advogados dos 47 cidadãos bascos condenados no sumário 18/98 pediram ontem a sua absolvição na audiência pública celebrada no Supremo Tribunal para apreciar os recursos apresentados contra a sentença emitida pela Audiência Nacional. A defesa alega que no acórdão do tribunal de excepção foram violados direitos fundamentais, que não se respeitaram as garantias jurídicas e que não existem provas para sustentar as acusações.

Lista de condenados e novos pedidos de condenação

O Supremo Tribunal começou ontem a analisar os recursos apresentados contra a sentença do macroprocesso 18/98. O acórdão foi emitido em Dezembro de 2007 pela Audiência Nacional espanhola e condenou 47 cidadãos bascos e cidadãs bascas a 525 anos de prisão. Os advogados dos processados pediram durante a audiência pública celebrada no Alto Tribunal a absolvição de todos os condenados, já que, em seu entender, a sentença não se fundamenta em provas que sustentem as acusações e porque, além disso, não se respeitaram as garantias jurídicas e foram violados direitos fundamentais.

O advogado Kepa Landa criticou a sentença por “fazer afirmações que se sustentam no vazio” e citou como exemplo as acusações baseadas no «Proyecto Udaletxe». Na sentença garante-se que a KAS teve a incumbência de elaborar um projecto de financiamento da ETA sob essa designação, mas, de acordo com o advogado, não se apresentou nenhum movimento económico nem documento que o certifique, e nem sequer existe um processo aberto na Audiência Nacional com isso relacionado.

Landa pediu também ao tribunal que não dê valor aos relatórios periciais, já que os polícias deveriam declarar na qualidade de testemunhas. A advogada Jone Goirizelaia, por seu lado, afirmou que a sentença omite que quatro dos imputados denunciaram ter realizado as declarações policiais depois de terem sido sujeitos a tortura. Para além disso, alegou que se violou o direito a um julgamento sem dilações indevidas, tendo em conta que as primeiras diligências se iniciaram em 1998 e que o processo se manteve parado durante anos.

Os advogados José María Elosua e Álvaro Reizabal defenderam perante o tribunal a ausência de delitos económicos ou contra a Segurança Social. Na sessão da tarde, o advogado Iñigo Iruin afirmou não existirem provas para condenar os processados por pertença e colaboração com a ETA, na medida em que não se especifica que acções teriam cometido.

Diminuição das penas
A audiência para analisar os recursos apresentados no Supremo prolongar-se-á até amanhã. Será nessa altura que a Procuradoria torna públicas as razões pelas quais decidiu apoiar parcialmente os recursos de cassação apresentados por 33 dos 47 condenados. Solicitará ainda a absolvição, por falta de provas, de cinco dos nove condenados pela ligação à Fundação Joxemi Zumalabe: Sabino Ormazabal, Olatz Altuna, Alberto Frías, Mario Zubiaga e Mikel Aznar. Neste sentido, ontem 500 vozes deram a conhecer um manifesto subscrito por políticos, artistas e organizações sociais catalãs em que exigem a livre absolvição dos imputados pela Fundação Zumalabe.

Manex ALTUNA

Liberdade sob fiança para Peio Gálvez, Iñigo Balda e Karmele Aierbe
O juiz da Audiência Nacional espanhola Baltasar Garzón decretou ontem a liberdade sob fiança do responsável pela comunicação da Ezker Abertzalea, Peio Gálvez, do ex-vereador abertzale em Donostia Iñigo Balda e da também militante independentista Karmele Aierbe. Foram todos detidos na operação policial levada a cabo em Fevereiro de 2008 por ordem do mesmo juiz, Garzón, e tiveram que pagar 10 000 euros para sair das prisões em que se encontravam.
Ao todo, foram presas 14 pessoas naquela operação, que decorreu um dia depois de vários dos detidos terem participado numa conferência de imprensa em que se convocou uma greve geral de protesto contra a “repressão judicial, política e policial”.

Gálvez, Aierbe e Balda fazem parte dos 44 cidadãos bascos recentemente processados por Garzón, sob a acusação de terem participado na “frente institucional da ETA”. Na semana passada foram todos notificados para comparecerem na Audiência Nacional, tendo a defesa pedido a sua libertação.

Fonte: Gara