quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

É um deserto circular, o mundo


Muitos me dirão que sou um velho repetitivo, que a minha mensagem está caduca e que os meus dedos ficaram presos nas ramagens do passado. É provável que apenas preste atenção ao presente e que, apesar da minha actividade em redes de comunicação, com aparelhos sem fios e entre viagens ultra-sónicas, veja as circunstâncias que nos envolvem reflectidas no espelho da repetição.

A realidade é pesada. No dia 1 de Outubro de 1939, 226 donostiarras foram presos no interior da igreja dos padres Franciscanos porque, presumivelmente, tinham ido a uma missa no aniversário de um gudari morto. Os detidos foram parar às prisões de Ondarreta e Zapatari e julgados um ano depois «por actividades anti-españolas y comisión de actos indiscretos y aún sacrílegos por aprovecharse de solemnidades litúrgicas».

Entre os detidos naquela operação estava o meu bisavô e um dos seus filhos. Outros três dos seus filhos estavam na prisão, entre eles o meu avô. O pobre homem mal podia exteriorizar a aflição pelo futuro dos seus atrás das grades, suspirava por notícias deles e cometeu aquela «loucura» religiosa sabendo que ele mesmo poderia ser detido. Parece uma brincadeira, mas aconteceu como o conto.

Naquela época, o pai da minha companheira era julgado no Dueso, acusado de «queimar igrejas». Quando recebeu a notícia da acusação, não pôde senão reprimir um sorriso. Jamais tinha entrado numa igreja. Menos para a calcinar. Era uma calúnia, das muitas que foram lançadas aos soldados bascos que tinham ficado cercados em Santoña, depois de acordos alcançados entre jeltzales e italianos. Mas era preciso condená-los por alguma coisa. E isso inventava-se com suma facilidade.

No dia 24 de Novembro de 2009, uma operação policial espanhola terminou com 33 jovens enviados para as prisões e a inspecção de cerca de uma centena de habitações e estabelecimentos. Foi a maior razia policial no País Basco em todo o século XXI. As condições das detenções, as denúncias de maus tratos, o regime de incomunicação, a humilhação e a apreensão de numerosos pertences de uso habitual (livros, discos, vídeos, computadores, apontamentos universitários), transformando-os em «activos terroristas», foram descritos pelos meios de comunicação. «Não deixes que a realidade te estrague uma boa notícia», refere o velho adágio. Neste caso, a notícia estava escrita há já dezenas de anos. A realidade, conhecemo-la de sobra. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Um destes últimos detidos era meu filho, tetraneto daquele pai afligido pela sorte dos seus, neto daquele gudari de Santoña cuja sentença, à falta de recursos, transformaram em folha paroquial. Dir-me-ão que ligo coisas desordenadas de forma desafiante e que o sangue é apenas isso, um fluido que circula por veias e artérias. Mas, deixem-me, pelo menos, que o questione. Octavio Paz dizia-o na sua «Elegía Interrumpida»: «Es un desierto circular el mundo. El cielo está cerrado y el infierno vacío».

Quando as patadas caem sempre do mesmo lado, com que lidamos desde o princípio dos tempos na tertúlia caseira, há uma armadilha no panorama. Uma armadilha enorme, directamente proporcional ao objectivo que quer perseguir. E esse objectivo não é outro senão a posse de um pedaço de terra, também da riqueza que gera, claro, e a obrigatoriedade de ter um apelido não desejado. O resto é fumarada.

Não inventamos nada, senhorias. A vida é um remake. Vocês não fizeram mais que transformar a caligrafia em letra courier, o esboço a lápis em fotografia digital, a pomba mensageira em correio electrónico. A eterna roda da nora, como escreveu Antonio Machado.

O relógio parou em tempos perdidos, a areia ficou bloqueada no corredor da razão. Já passou mais de um mês desde que pedimos uma audiência com o autarca da nossa cidade. Com fama de tipo estupendo, dialogante e tolerante. Um disfarce de Carnaval. Não teve sequer um minuto para receber um grupo compungido de habitantes, pais e mães, alarmados pelas tropelias cometidas no sangue do seu sangue.

Ao invés, esse autarca circense deparou de imediato com um grupo de consumidores preocupados pela falta de energia para quadra de Natal. A sua agenda abriu-se para os visitantes extraterrestres e fechou-se para os que, humildemente, queriam partilhar a impressão de que ser jovem não é, necessariamente, um crime terrível. Continuamos como nos tempos de Weyler. E o estupendo não é o único. São os reizetes do espectáculo, porta-vozes do nada.

Outros recusaram-nos a sua presença no Parlamento basco. Queríamos, com a voz, descrever as seis letras do terror e as outras seis da vileza. Persiana à palavra, o mundo é dos surdos. Depois conferenciam sobre a transversalidade. Um embuste. Nunca acreditei nessa palavrão, menos ainda nos últimos tempos, quando os oportunistas da política a usam para manifestar a sua condição de democratas. Aqui, uns e outros estão em barcos diferentes. Ninguém salta. Quando soa o apito, só há abordagens mercenárias.

Aquele amigo que viveu mais de 65 anos no exílio, Mario Salegi, contou-mo há alguns anos, pela primeira vez. A nossa espécie é grupal. Os nossos trajectos podem ser mais longos ou mais curtos. Mais extravagantes ou mais previsíveis. Brancos ou pretos. E embora a corda se retese ou se estire mais do que é habitual, dizia Salegi, regressamos sempre à tribo. A casa, que Gabriel Aresti defendeu naquela memorável poesia. A sua vida, a de Salegi, foi a expressão máxima desta sentença barojiana.

E os sinais, os gestos de consolo ou de ânimo chegam sempre do mesmo lado. De casa, da tribo, mesmo que a palavra incite a uma imagem pré-histórica. Juro-vos que escrevo com computador. Nestas semanas essa percepção de grupo que somos aumentou. Na rua, no escritório, pelo telefone, por carta. Somos um povo que merece bastante mais do que recebe. Quando o muro de contenção se desvanecer, e as primeiras falhas já se vislumbram, a maré será imparável.

Esta é precisamente a nossa força. Sabemos que, face à adversidade, os laços se consolidam. Somos, para além disso, os da tribo, os únicos com memória. Fora do círculo, fora do cromlech, como diria Oteiza, fica o abismo. A mediocridade, a mentira, o dinheiro como único valor. O vómito.

Não há lugar para uma comissão da verdade sobre o franquismo, acaba de anunciar a porta-voz do Governo. Uma comissão que o Parlamento de Gasteiz tinha aprovado na sua legislatura anterior. A quem interessa a verdade neste mundo de ficção, neste teatro shakesperiano? Os que morreram quando as forças da ordem disparavam para o ar, nos controlos, nas esquadras, já estão mortos. Para quê ressuscitá-los?

A memória é a nossa espada. Regresso a ela. Essa nossa memória proporciona-nos o calor neste teatro que é o mundo. O que Weyler disse há mais de cem anos, guardava-o para hoje: «Yo no voy a hacer política de partido sino de guerra en defensa de la integridad nacional». Quando se referia à política de partido, estava a unir conservadores e liberais. Quando falava de integridade nacional, aludia à espanhola.
Quem renega o seu passado? Nisso andamos, apesar de a maioria desconhecer as façanhas do tal Valeriano Weyler, «pacificador de la Vascongadas, pacificador de Cataluña y pacificador de Cuba». Grande de Espanha e duque de Rubí. O modelo, a referência.

Não se conheceram, nem se encontraram no campo de batalha, por uma questão de poucos meses, mas aquele lugar cuja espanholidade Weyler defendeu, causando um milhão de mortos, teve um líder chamado José Martí, que deixou escrita uma citação que tenho sempre na carteira: «El amor, madre, a la Patria no es el amor ridículo a la tierra, ni a la yerba que pisan nuestras plantas. Es el odio invencible a quien la oprime, es el rencor eterno a quien la ataca».

Nesta altura, tenho tantos anos e tanta memória acumulada que, fora da minha casa, dos meus, do meu grupo, não albergo outros sentimentos que os anunciados por Martí. Gostaria que fosse de outra maneira. Mas nasci onde nasci. E estou extremamente orgulhoso dos meus e das minhas lembranças.

Iñaki EGAÑA
historiador
Fonte: Gara

Nota da ASEH relativa à proibição da manifestação convocada pela Etxerat


A ASEH, Associação de Solidariedade com Euskal Herria, em consonância com os seus princípios de luta e solidariedade, neste caso concreto com os presos políticos bascos e com os seus familiares e amigos, em defesa dos seus direitos e em denúncia da criminosa política penitenciária que sobre aqueles é exercida pelo Estado espanhol, de forma cada vez mais evidente e gravosa, contava enviar uma delegação à manifestação convocada para dia 2 de Janeiro, em Bilbau.
Subitamente confrontada com a proibição deste acto pleno de legitimidade - ainda que as imposições e os vetos, vindos do Estado espanhol, já pouco nos surpreendam -, a ASEH decidiu manter o envio da delegação a Bilbau, desafiando a legalidade fascista do Estado espanhol.

ASEH
31 de Dezembro de 2009

Urte berri on. Bom Ano Novo.

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ADENDA (31/12): Convocatória para uma nova manifestação em Bilbau
O EA, o Aralar, a Ezker Abertzalea, a Alternatiba e o Abertzaleen Batasuna deram uma conferência de imprensa em Donostia na qual deram a conhecer a convocatória para uma nova marcha em Bilbau, com o lema «Por los derechos que les corresponden, euskal presoak Euskal Herrira». A manifestação partirá às 17h30, neste sábado, da Praça do Sagrado Coração, em Bilbau.

Peio Urizar, Jon Abril, Tasio Erkizia, Jon Lasa e Mertxe Colina salientaram que a proibição decretada pelo tribunal de excepção espanhol representa «um ataque directo à liberdade de expressão e reunião» e «à sociedade basca», porque «violar os direitos dos presos também implica ir contra a sociedade vasca».
O sindicato LAB já tornou pública a sua adesão a esta convocatória e fez um apelo à participação da classe trabalhadora basca.
http://www.gara.net/azkenak/12/174823/es/Formaciones-politicas-llaman-manifestarse-contra-la-politica-penitenciaria-criminal-sabado-Bilbo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A AN espanhola dá ouvidos às solicitações da extrema-direita e proíbe a manifestação nacional de Bilbau


O Departamento do Interior de Lakua fez saber que o tribunal de excepção espanhol proibiu a manifestação convocada pela Etxerat - associação de familiares e amigos dos presos políticos bascos - para este sábado em Bilbau, com o lema «Euskal presoak Euskal Herrira dagozkien eskubideen jabe».
A plataforma de extrema-direita Dignidad y Justicia tinha solicitado ontem a proibição da marcha, por considerar que era apoiada por organizações como a Askatasuna.
O juiz Ismael Moreno entende que a manifestação poderia constituir uma forma «enaltecimento do terrorismo», segundo indicou a Radio Euskadi.
A Etxerat manifestou ontem o seu desejo de que 2010 fosse o ano de «compromissos reais e concretos» e que estes fossem «eficazes». Na presença de numerosos agentes que deram o seu apoio à marcha, pediu que se dissesse um gigantesco «não» à política prisional.
Fonte: Gara

«Estes são os seus instrumentos para tornar invisível uma realidade incómoda»
Entretanto, a Etxerat já reagiu à proibição, considerando tratar-se de «mais uma medida repressiva que vai contra o desejo da grande maioria da sociedade basca, contra os direitos civis e políticos, o direito de reunião e manifestação e a própria liberdade de expressão».
A associação dos familiares dos presos, que convocou a marcha, enquadra a censura na progressiva adopção de medidas que violam os direitos dos seus familiares e próximos. As intoxicações mediáticas, os ataques directos contra familiares, a cruzada contra as fotografias dos presos, a ameaça de ilegalização da Etxerat e as inspecções ilegais e a humilhação antes dos encontros com os presos acumulam-se num ano em que a dispersão cumpre vinte anos.

Para a Etxerat a proibição da manifestação inscreve-se neste contexto: «O Estado espanhol pretende legitimar judicialmente medidas de carácter político. Esses são os seus instrumentos para tornar invisível uma realidade incómoda: a constante violação de direitos dos presos e das presas políticas bascas e tentar silenciar a crescente onda solidária», declara.
Sublinha ainda que não irá abrandar o seu empenho em fazer chegar «a onda solidária com os presos políticos bascos a todos os recantos de Euskal Herria» e salienta que «está na hora de acabar com a interminável chantagem que representa a criminosa política penitenciária vigente».
Fonte: Gara

«Egunkaria»


A parcialidade - moral, política, mas sobretudo jornalística - com que os grandes meios de comunicação tratam as notícias em que se confrontam os interesses do poder estabelecido e dos que defendem alternativas populares é tão notória que o contraste, por mínimo que seja, com a deontologia do ofício do jornalismo deveria fazer corar os profissionais. Neste artigo o autor avança alguns exemplos, como o TGV, o feminismo e a violência de género, o tratamento dado às vítimas e a alguns verdugos... que mostram essa realidade. Ou, por outra, a contínua ocultação de algumas realidades. Tudo isso quando o julgamento do «caso Egunkaria» começou, após sete longos anos, na Audiência Nacional espanhola. Mais que duas bitolas, sistemas métricos contrapostos.

No livro TAV, las razones del NO (Editorial Txalaparta, 2009), faz-se referência ao seguinte acontecimento. Em Maio de 2007, mais de cento e vinte profissionais da investigação e do ensino da Universidade do País Basco tornaram público um manifesto expondo as suas razões contra o projecto do TGV. Numerosos meios (televisão, rádio, imprensa) estiveram presentes na conferência de imprensa. Contudo, no dia seguinte, todos os meios ligados de uma ou outra forma ao politicamente correcto, próximos a este ou àquele partido ou ao dinheiro, fossem públicos ou privados, decidiram que difundir aquilo não tinha interesse. Aconteceu exactamente o contrário com os elogios que a Asociación Catalana para la Promoción de Transporte Público fez ao projecto do «Y basco», que foram amplamente divulgados.

Ano 2009, Dezembro, ponte da Constituição. Com o lema «Treinta años después: ¡Aquí y ahora!», três mil e quinhentas mulheres juntam-se em Granada para participar nas V Jornadas Feministas Estatais. O grosso do feminismo organizado, independente e reivindicativo do Estado está ali. Mais de 130 actividades (mesas redondas, workshops, conferências, exposições, etc.) têm lugar ao longo de três dias. No domingo, dia 6, uma manifestação de vários milhares de mulheres, como nunca se tinha visto em Granada, percorre a cidade. O êxito de tudo aquilo reside não apenas na dimensão quantitativa e organizativa, mas também no conteúdo do que foi debatido. No entanto, enquanto dura tudo aquilo, os meios de comunicação, incluindo os locais, olham para outro lado: aquilo não existe.

Durante meses deram-nos a notícia pontual do desenvolvimento da «Gripe A». De como surgiu na zona norte do México; dos primeiros hospitalizados e mortos em todo o mundo, nos EUA e na Europa; daqueles que foram submetidos a uma quarentena num hotel ou numa escola. Os diversos ministros e conselheiras entediaram-nos com conferências de imprensa em que nos contaram as cento e uma mil ocorrências e medidas tomadas para prevenir tudo aquilo. E enquanto os meios de comunicação anunciavam a enésima praga bíblica, as multinacionais farmacêuticas preparavam o seu enésimo grande negócio. Dois terços das vacinas preparadas não foram utilizados e a parte usada não se sabe muito bem para que serviu, mas nenhum laboratório devolverá nenhum dos 3200 milhões de dólares de lucros obtidos, nem nenhum ministro esperto da Saúde se irá suicidar atirando-se do décimo andar de um hospital depois de comprovar o seu nível de imbecilidade.

A liberdade de expressão (na imprensa, rádio e televisão) não existe para o conjunto da cidadania. Essa liberdade está reservada no fundamental para quem detém o poder, e o poder, para quem tem o dinheiro. Apenas fontes multimilionárias podem aceder hoje à posse e ao controlo das grandes agências de notícias internacionais, das potentes editoras de imprensa e das cadeias de televisão. A informação é mais outro mercado em que só contamos enquanto consumidores. Os proprietários dos meios são os que seleccionam a informação a dar, fabricam a que precisam e marginalizam tudo aquilo que não convém aos seus interesses.

Em torno do julgamento relativo ao assassinato de Nagore Laffage, para além da muita hipocrisia institucional, houve sensacionalismo aos montes. Todas as cadeias, agências e meios estatais e locais devotaram ao julgamento e aos seus enredos rios de tinta e mares de fascínio mórbido. O mesmo se passou noutros lugares do Estado espanhol com assassinatos semelhantes. Quem não deu nenhuma importância ao facto de três mil e quinhentas mulheres terem debatido em Granada, como um dos seus temas mais importantes, a violência machista, não hesitou em dar-nos os mil e um detalhes que rodearam este caso. Aumenta-se a dimensão da árvore e esconde-se a existência do bosque, em cumplicidade absoluta com o habitat que propicia a existência deste.

Com o projecto do TGV, a notícia, quando se dá, costuma estar associada ao protesto e quase sempre relacionada com a violência e a irracionalidade. A Administração foge ao debate público através de mesas redondas ou tertúlias. Basta-lhe repetir vezes sem conta, sem o justificar de modo algum, que o TGV é progresso e bem-estar e que tudo o resto é uma idiotice chapada. E quando cento e vinte investigadores e professoras rompem o cerco informativo, um poder oculto consegue finalmente que as suas razões não sejam divulgadas nem publicadas. As frases ocas dos políticos e conselheiros, desenhadas em agências de publicidade, ocuparão o lugar roubado aos sólidos argumentos da intelectualidade universitária.

Actos convocados por gestos pela sua paz, aos quais acorrem dezenas de pessoas - cargos públicos incluídos - com o objectivo de clamar pela enésima vez contra a mácula do terrorismo, serão difundidos em todas as cadeias e meios, enquanto outros convocados por essas não-vítimas de nada, simples familiares de presos, detidas, incomunicáveis e torturadas, verão proibidos os seus actos por se atreverem a mostrar nesse actos as fotografias dos seus seres queridos, tudo para maior glória dos primeiros mártires do vitimismo oficial, Melitón Manzanas e Carrero Blanco.

O poder compra editoras, jornalistas e tertulianos, e a sua Agência «FBI» («Fontes Bem Informadas»), dependente do Ministério do Interior, depura e pré-cozinha as notícias a divulgar nas primeiras páginas. E quando deparam com um órgão de comunicação para o qual nada do que se disse é válido, porque é independente, euskaldun e não aceita os seus deuses bolorentos e falsos credos, lançam-no para o inferno da Audiência Nacional.

Começou o julgamento do «caso Euskaldunon Egunkaria». Um auto judicial atropelou-o, infringindo todas as normas razoáveis de circulação de que a liberdade de expressão se possa dotar numa sociedade democrática. Leis e tribunais de excepção julgam agora o periódico atropelado, que, seja qual for a sentença, ficará para sempre com as sequelas destes sete anos de suspensão e silenciamento. A massiva comparência de gente na manifestação de Bilbo num dia gelado foi um grito de indignação perante tamanha falta de vergonha.

O Olentzero já passou e as cartas aos Reis Magos já foram enviadas. Não se pede nenhum presente. Pede-se, tão-só e apenas, justiça e liberdade para o Egunkaria e os seus arguidos.

Sabino CUADRA LASARTE
advogado
Fonte: Gara

A Etxerat reitera o apelo à participação na manifestação a favor dos prisioneiros bascos


Tendo em vista a aproximação da manifestação do próximo sábado, em Bilbau, os representantes da Etxerat, a associação de familiares e amigos dos prisioneiros bascos fez um novo apelo. Pedem à sociedade basca que exprima «um gigantesco não» à política penitenciária do Estado espanhol e do Estado francês.

Esta manifestação recebeu novos apoios por parte da sociedade civil nas últimas semanas. Durante a manifestação, os organizadores vão exigir compromissos concretos aos agentes sociais e políticos, pois as políticas penitenciárias provocaram «muito sofrimento» no País Basco.

Particularmente afectada pelo novo decreto que ordena ao funcionários das prisões espanholas a inspecção corporal dos familiares e amigos dos presos políticos bascos, a Etxerat destaca muitos outros abusos cometidos sobre os seus seres queridos. Entre eles, a dispersão, as longas penas, o encarceramento de pessoas gravemente doentes e o isolamento.

A manifestação partirá da Praça Aita Donostia, na capital biscainha, às 17h30, e exigirá o «regresso dos presos bascos com os direitos que lhes assistem».

Para além disso, este ano a Etxerat vive um momento muito particular, uma vez que a associação que reúne os familiares e amigos dos presos políticos bascos foi alvo de uma «análise» promovida pelo conselheiro do Departamento do Interior de Lakua, Rodolfo Ares, que depois enviou um relatório para o tribunal de excepção espanhol. Ares - acicatado pelos seus companheiros de governação - pretende desta forma ilegalizar a associação.

G.T.
Fonte: lejournalPaysBasque - EHko Kazeta

Ver também:
«A Etxerat apelou à participação na manifestação contra a política prisional espanhola», em kaosenlared.net

Sugestão de leitura:
«Por Igor, por tod@s, por Euskal Herria!», artigo de Baserrigorri, em lahaine.org
"A nossa vontade de apoio a@s pres@s e ao que representam é incorruptível e inquebrantável."

Euskal presoak Euskal Herrira - Manifestação nacional, 2 de Janeiro, em Bilbau

As Presas e os Presos Bascos para o País Basco, donos de todos os seus direitos!

Para ler e assinar o manifesto:
http://elkartasunauholdea.wordpress.com/

Elkartasuna. Solidariedade


Fonte: lahaine.org

O olhar de Tasio


Bai, segur aski! Sim, claro! O dia brincadeira em EH era 28 de Dezembro, mas para nós continua a valer. Como não, se há tantos outros bonecos enjoadiços-fatxas sem-piada-nenhuma que nos vêm à memória! Vamos já recortá-los e corremos para o nosso euskal jai muito alegre-alai. Hurrengo arte! Até à próxima.
Desejosa e frenética,
a Tesoura Antifa

Comentário político na Info7 irratia


Iñaki Altuna, jornalista do Gara, tece diversas considerações a propósito da mensagem do rei dos espanhóis; considerações, também e fundamentalmente, sobre a situação dos presos políticos bascos e a forte política repressiva a que estão a ser submetidos; ainda a iniciativa da esquerda abertzale e o incómodo que esse debate gera tanto no Governo de Lakua como no Governo espanhol - no PS(O)E, portanto.

Iñaki Altuna
http://www.info7.com/2009/12/28/Comentario-político-Iñaki-Altuna/

Muitas visitas perdidas pelos presos e seus familiares no fim-de-semana passado


De acordo com a associação Etxerat, no último fim-de-semana os familiares dos presos voltaram a ficar sem muitas das visitas em função da política humilhantes de inspecções físicas que lhes pretendem impor. Os dados dizem respeito aos dias 23, 24, 25, 26 e 27 de Dezembro.

Em Sória, os presos Andoni Diaz, Gaizka Gañan e Xabier Gojenola ficaram sem visitas. O mesmo se passou em Curtis com Plazaola, Aritz Azkona, Gorka Lupiañez e Ainara Vazquez. Como forma de protesto, ontem e anteontem encerraram-se nas celas e hoje mantêm-se em isolamento.

Em Foncalent, todos os presos políticos perderam as visitas e em Castelló II Arkaitz Labeaga ficou sem visita no domingo.

Em Almeria, Araitz Amatria e Asier Larrinaga perderam os seus encontros. Nesta prisão mantiveram-se fechados nas celas de segunda a sexta-feira, como têm vindo a fazer nos últimos dois meses.

Em Málaga, Carlos Trenor e Jesus Mari Mendinueta ficaram sem visitas e em Herrera de la Mancha Mikel Askasibar, Jose Angel Biguri, Aranburu e Arkaitz Bello também.

Em Alcalá-Meco, Jose Miguel Etxeandia perdeu o seu encontro no dia 23 e o mesmo se passou em Córdova com Fernando Garcia, Arruti Azpitarte e Iñaki Alonso.

Em Dueñas, foi Jokin Urain que ficou sem visita e em Teruel, Josu Lezama.
Fonte: askatu.org

Igor González novamente transferido, agora para Badajoz
O preso bilbaíno Igor González Sola foi transferido da prisão de Puerto-III para a de Badajoz, depois de o terem retirado da prisão de Albolote, em Granada, onde tentou suicidar-se há uma semana. Também em Badajoz, na prisão das mulheres, encontra-se a sua esposa. Com tudo isto, os seus familiares não tiveram oportunidade de o visitar no fim-de-semana passado.
González tentou pôr cobro à vida cortando as veias no dia 22. A sua psicóloga de confiança, que o visitou na segunda-feira, já tinha avisado os responsáveis da prisão de Granada que o estado do preso era bastante delicado e que deviam ser tomadas medidas preventivas. Casualmente, desde há ano e meio, quando tentou pôr fim à vida pela primeira vez, o preso já foi transferido seis vezes. Desde a sua detenção, já passou, ao todo, por oito prisões diferentes.
Confrontada com esta situação, a psicóloga de confiança do preso afirmou que assim é complicado prestar-lhe uma assistência médica estável.
González foi detido a 25 de Março de 2005 pela Polícia espanhola e acusado por alegada integração na ETA. Dois anos mais tarde foi condenado à pena de 21 anos de prisão.
Fonte: Gara

Ken Zazpi - «Zapalduen olerkia»


«O poema dos oprimidos», dos Ken Zazpi, banda de Gernika (Bizkaia, EH).

[...]
esan maitea
(diz-me, amor)
esan laztana
(diz-me, querida)
entzun nahi dudana
(aquilo que quero ouvir)
esan laguna
(diz-me, amigo)

Istripuei
(aos acidentes)
berri txarrei
(às notícias más)
bidean galdu ditugun lagun guztiei
(a todos os que perdemos no caminho)
gugatik dena eman dutenei
(aos que deram tudo por nós)
askatasun haizeari
(ao vento de liberdade)
zuei
(a vocês)
haizeari
(ao vento)
zuei, zuei, zuei
(a vocês, a vocês, a vocês)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Promessas de ano novo


Durante estes dias descobri um programa que passam ao meio-dia. Centra-se basicamente em investigações policiais sobre homicídios, violações e crimes atrozes na Austrália. E flipei com as gravações dos interrogatórios, que eram reais, porque lhes faziam confessar as atrocidades cometidas só à base de inequívocas provas incriminatórias encontradas. Bem, isso não se vê por estas terras, e, claro, é surpreendente.

E lembrei-me da forma como começámos o ano há dois Janeiros atrás, com o ministro espanhol do Interior a anunciar as confissões «espontâneas» de Igor Portu, enquanto permanecia na UCI.

Dois anos mais tarde continuará a regozijar-se, não por continuar a não ligar nenhuma às recomendações internacionais e nada acontecer, ou por não gravar os interrogatórios a nenhum basco nas esquadras, ou porque as denúncias de tortura se mantenham todos os anos num patamar de números escandalosos e intoleráveis testemunhos. Agora contam com métodos mais avançados; para quê esquadras de vidro se o «sequestro express» é mais fácil e salvaguarda a impunidade? O ano que deixamos deixou-nos exemplos de sobra para o confirmar. E em todas as modalidades: desde interrogatórios ilegais nos montes até à imposição de mais dez anos de prisão a um ex-preso que cumpriu 20. Ou a repressão intramuros que força um preso basco a tentar tirar a vida a si mesmo. E embora esta violência «democrática» se omita nos boletins noticiosos, um mês após outro os rostos da repressão política tornaram-se mais visíveis. E doze dão para muita coisa.

«E, no entanto, ela move-se», dizia Galileu Galilei. As últimas respostas, unitárias e massivas, reuniram cores e signos, milhares de cidadãos. E o ano que nos saúda parece vir com a necessidade de que os bascos façam de alavanca activa logo bem cedo. E para começar com o pé direito, as ruas de Bilbo acolherão no sábado a exigência do respeito pelos direitos dos presos políticos bascos. Outra boa forma de dar um impulso e continuar a caminhar. Não vou prometer que em 2010 vou começar a ir ao ginásio e que deixarei de fumar, mas em relação ao que o italiano chamava mover-se, podem contar comigo. Urte berri on! [Bom Ano Novo!]

Gari MUJIKA
jornalista
Fonte: Gara

Patxi Gómez: «Não me vou esconder nem fugir»


Patxi Gómez, ex-preso natural de Ortuella (Bizkaia) a quem aplicaram a chamada «doutrina Parot», acrescentando dez anos à pena que já tinha cumprido.

Uma mensagem com miolo

Tasio

Não contem a ninguém, mas tenho de reconhecer que me encontro entre a meia dúzia de bascos que assistiram à leitura da mensagem de Natal do rei dos espanhóis na televisão de alguns bascos. Não o vivi em directo, mas gravei no vídeo e pude desfrutar bastante quando toda a gente foi dormir. E, confesso, é um espectáculo digno de ser visto a essa hora e nesse estado de alegria natalícia induzida. Que pena não terem posto legendas em euskara ou um intérprete para surdos-mudos. Teria sido um passanço, como dizem os mais jovens.

O rei dos espanhóis e das espanholas, aquele que Franco nomeou sucessor «a título de Rei» lá por 1969 falou do amanho com que o Foro dos Espanhóis se transmutou na Constituição de 1978 e sentenciou com ar apático que essa Constituição «garante um amplo leque de direitos e liberdades». E não pude evitar recordar-lhe - embora no lado de lá do ecrã não se oiça a voz - que com essa Constituição na mão um bando de foragidos disfarçados com uniformes, togas ou trajes de político profissional detém, tortura e encarcera as pessoas do meu país por escrever, dirigir um jornal, comprometer-se com a nossa língua, militar na cultura ou buscar soluções para a mácula da imposição, espanhola, pois claro.

A leitura do discurso teve momentos de humor. Quando, por exemplo, falou da necessidade de actuar «com inteligência e generosidade». E até fina ironia, quando revelou que «a solução para a crise exige que trabalhemos juntos». «Trabalhar»: disse-o, disse-o. Como os melhores humoristas, reprimiu um sorriso enquanto dizia a piada: «que seja para todos um ano carregado de paz, concórdia, recuperação económica e mais emprego». O que assinou a entrada das tropas sul-americanas do Exército espanhol no Iraque falou de paz. O que enche as ruas de Euskal Herria de guardas, polícias e soldados cada vez que pensa em vir falou de concórdia. O que passa por ser um dos homens mais ricos do mundo falou de recuperação económica. Quanto a «mais emprego», é melhor não dizer nada, que os tempos não andam para se soltar a língua.

Mas o melhor chegou quando saudou com entusiasmo «a rica diversidade, consubstancial ao próprio ser de Espanha». Nos arquivos do No-Do*, de certeza que se encontra algum discurso do Generalíssimo em que se repete a frase. É possível que o escrevente do discurso continue a ser o mesmo. Deve ser isso.

Eu, no ano que vem, não o vou perder. Vocês não se incomodem. Eu depois conto.

Martin GARITANO
jornalista
Fonte: Gara

No-Do: Noticias y Documentales; era um boletim informativo produzido pelo Estado espanhol que passava nos cinemas antes do filme em si, na época franquista (Fonte: Viquipèdia, català).
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Ainda sobre o tema, deixamos duas sugestões de leitura, em registos bastante diferentes:
- Em lahaine.org, «São apenas 270 000, às urnas!», de Joseba Izaga "Kanito", que, não deixando de ser uma reflexão crítica, é também uma preciosa fonte de informação - contra o que tem andado a ser propagado.
- «A última mensagem de natal do rei», de Koldo Campos Sagaseta, que descobrimos no Eusko Blog mas que também se encontra acessível no Gara e que é um sério pagode.

Políticos e meios de comunicação parisienses interessam-se por Jon Anza


O Colectivo Jon Anza fez ontem em Baiona um balanço «animador e positivo» dos contactos mantidos entre os dias 15 e 18 de Dezembro com diversos agentes políticos, institucionais, sociais e meios de comunicação parisienses, com o propósito de dar a conhecer o caso do desaparecimento do militante donostiarra. A delegação composta por um membro do Abertzaleen Batasuna, um colega de trabalho de Anza, Gabi Mouesca, Anaiz Funosas (Askatasuna) e pela companheira de Anza regressou «reconfortada» porque foi «ouvida» e porque todos os interlocutores prometeram divulgar o caso e utilizar os meios ao seu alcance para ajudar a esclarecer o desaparecimento.

Durante a tournée informativa, a delegação do colectivo reuniu-se com a senadora dos Verdes Alima Boumedienne, que, segundo referiu Funosas, «se comprometeu a pôr em marcha os dispositivos parlamentares adequados para tratar de esclarecer o sucedido». Entre as personalidades políticas, também se encontraram com um membro da executiva nacional da NPA e dois do comité de Ipar Euskal Herria, bem como com o responsável da Justiça do PCF, Henri Malberg, na sede da formação política. Os representantes de ambos os partidos afirmaram que vão seguir a questão e os primeiros irão publicar nos próximos dias um comunicado oficial de denúncia.

Em relação à comunicação social, contactaram com o semanário Metro - que no dia a seguir ao encontro publicou um artigo -, com Le Parisien - que foi o primeiro diário parisiense a divulgar a notícia do desaparecimento de Anza - e também com Le Journal du Dimanche. Todos garantiram aos membros do Colectivo Anza que continuarão a dar notícias sobre o caso.

Já conheciam o caso
Para além disso, os membros do colectivo mantiveram encontros com o conhecido advogado Antoine Comte, «perito em questões ligadas aos poderes estatais e a militantes políticos». Também com o sociólogo e professor da Universidade de Nanterre Laurent Bonelli, «especialista em temas de segurança e luta antiterrorista de Inglaterra, Espanha e França» que, como referiu Funosas, «estava bastante ao corrente das circunstâncias do desaparecimento de Anza». Outra personalidade que conhece bem o caso é Jean-Pierre Dubois, presidente da Liga dos Direitos do Homem (LDH), que não escondeu a sua preocupação «pela gravidade dos acontecimentos». «Dubois levou o assunto muito a sério e prometeu-nos que activará todos os recursos ao seu alcance, incluindo os senadores e deputados de diferentes tendências políticas que são membros da LDH», acrescentou Funosas.

A porta-voz abordou ainda o encontro com representantes da Embaixada de Espanha, a quem entregaram um dossier completo sobre o desaparecimento do militante e uma carta em que insta as autoridades espanholas a informá-los sobre as passos dados para esclarecer o caso. A embaixada prometeu uma resposta escrita a este pedido.

A tournée informativa terminou com uma conferência organizada pelo Comité de Solidariedade com o Povo Basco de Paris, em que estiveram presentes numerosos militantes de redes sociais de esquerda e também Monsenhor Jacques Gaillot, bispo célebre pela atitude crítica em relação à Igreja oficial.

Tournée proveitosa
Gabi Mouesca considerou esta tournée como «extremamente frutuosa», no sentido em que «os interlocutores não se deixaram influenciar pela militância de Anza e se interessaram pelo desaparecimento de um homem em território francês a cargo de agentes estrangeiros».

Mouesca assinalou também a «perplexidade» mostrada por muitos deles relativamente ao «mutismo dos 'grandes eleitos', em particular senadores e deputados de Ipar Euskal Herria sobre um caso tão grave» e destacou a influência que teve o artigo publicado por Le Monde. «Isto demonstra o peso e a importância dos meios de comunicação no momento de abrir fendas que possibilitem o esclarecimento dos factos», disse o porta-voz.

O colectivo pretende continuar a trabalhar para «romper o muro de silêncio» que envolve o desaparecimento. Afirmam, determinados, que «não vão deixar cair no esquecimento o que se passou com Anza» e dirigindo-se em particular a Michèle Alliot-Marie, actual ministra da Justiça - e do Interior quando o militante desapareceu -, exigem-lhe «em nome da família de Anza, e do povo basco em general, que diga toda a verdade sobre o seu paradeiro».

Por outro lado, o colectivo pede à procuradora de Baiona que ponha o caso nas mãos de um juiz de instrução «para que seja feita uma investigação como é devida». Segundo Mouesca, «este passo permitiria, entre outros aspectos, levantar o segredo sobre os passos que foram dados e a família poderia ficar a saber se das investigações resultou algum dado conclusivo ou se, pelo contrário, as pesquisas realizadas até agora não tiveram qualquer resultado, como diz a magistrada».

Arantxa MANTEROLA
Fonte: Gara

Na imagem inferior, membros do colectivo em frente à embaixada espanhola em Paris, onde foram recebidos.

Denunciam os gastos do TGV

A coordenadora de oposição ao Comboio de Alta Velocidade AHT GELDITU! Elkarlana editou uma folha em formato de jornal que está a ser distribuída em muitas localidades e bairros de Euskal Herria com o objectivo de denunciar o enorme desperdício de recursos públicos e dar um outro ponto de vista informativo acerca do TGV. Esta publicação foi apresentada aos meios de comunicação no dia 23 de Dezembro em frente ao Parlamento de Gasteiz, durante a concentração de protesto contra a aprovação do orçamento do Governo de Lakua.
Fonte: nafarroan.com

Ataque fascista contra a sede do LAB em Bilbau


Novo ataque fascista em Euskal Herria, desta vez contra o sindicalismo basco.
A sede do LAB em Bilbo foi o local que a Falange Espanhola escolheu para espalhar o seu lixo fascista. Passaram poucos meses desde que a Falange Espanhola criticou os métodos da Falange y Tradición, que eram os mesmos, com a diferença de que a Falange y Tradición chegou a fazer ameaças de morte directas, como no caso da Txupinera da Aste Nagusia bilbaína. Quanto ao mais, são basicamente a mesma coisa. O curioso nisto é a inscrição «Viva la G. Civil». Como é habitual, os fascistas estão contra o sistema, mas não hesitam em vitoriar a Guarda Civil.
Fonte: lahaine.org

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O saco de lona, uma história antiga


A lembrança dos treinos de boxe do seu pai, a dar socos num saco de lona, serviu a Amparo Lasheras, de forma inesperada, para suportar a sua passagem pela prisão, para sentir que não estava sozinha e descarregar a sua raiva. Assim o conta neste artigo dirigido ao preso político basco Igor González, a quem diz que também não está sozinho.

O meu pai gostava do boxe. Na sua juventude foi um boxeur amador com muito poucas lutas no seu activo e muitas horas de treino em frente a um saco de lona onde talvez, e sem o saber, descarregava a ira que não podia manifestar na rua, que naquela época pertencia unicamente a Franco. Domingo era dia de treino, de prática austera durante duas horas num armazém cinzento com lâmpadas despidas e amarelas e um improvisado quadrilátero em cujo centro balançava um saco de lona. Numa das esquinas, sentada numa cadeira em que os pés ainda não chegavam ao chão, eu lia histórias aos quadradinhos e esperava. Durante muito tempo, aquelas manhãs de domingo e a paixão do meu pai pelo boxe tornaram-se para mim uma agradável sessão de leitura, numa biblioteca atípica onde as aventuras da família Ulises, Carpanta, El Capitán Trueno ou as inventadas por Stevenson e Mark Twain adquiriam um sentido especial. Anos mais tarde, ao ler Julio Cortázar e descobrir nalguns dos seus contos o fascínio que este tinha pelo boxe, voltei a recuperar a estranha magia que para mim tinha existido entre a literatura e o boxe. Poucos eram os momentos em que levantava os olhos dos desenhos e olhava à minha volta, mas quando o fazia, a minha curiosidade centrava-se na rapidez, na segurança e na certeza com que, uma vez atrás doutra, o meu pai batia no gigante de lona. Então parecia-me que o fazia com força e hoje penso que também era coragem, alívio, raiva, necessidade, mesmo com essa dor aguda e angustiante que provoca a impotência de não poder fazer nada, de ter as mãos atadas e a palavra amordaçada.

Sempre considerei os dias de treino e de leitura naquele armazém húmido e um tanto desconjuntado da Parte Velha de Gasteiz como parte das lembranças mais ou menos queridas da minha infância. Nunca as analisei a fundo. No entanto, o tempo que passei na prisão obrigou-me a reorientar algumas das minhas experiências e a ir para lá das imagens calorosas que a memória me trazia. Nos primeiros dias, no escuro período de incomunicação e depois ao despertar cada dia no reduzido espaço de uma cela, sem outro horizonte que um muro e uma grade, recusei-me a aceitar a minha situação e senti a necessidade imperiosa de arremeter a soco contra tudo o que me rodeava e, em particular, contra o rosto impassível e esbranquiçado do juiz Garzón e a rotina implacável, malévola e carente de lógica com que, em alegre comandita com o ministro do Interior espanhol, instrui sumários e assina autos de prisão para homens e mulheres de Euskal Herria. Mas isso era impossível. À minha volta só tinha paredes, muros, e atingi-os até sentir dor, depois desanimei. Foi naquele instante de medo, raiva e impotência que recordei os treinos, o saco de lona, girando no quadrilátero, a testa suada do meu pai, o seu olhar e os socos, um atrás do outro, cada vez mais fortes... Em quem ou em que é que ele batia para lá do saco de areia e serradura? Talvez só a guerra, a guerra que lhe mostrou demasiado cedo o que era a morte, a dor e a miséria da repressão.

Dizer que todas as guerras são terríveis não é um tópico, é uma das poucas verdades absolutas que existem na vida. Dizer hoje que todas as prisões «democráticas» são aterradoras, centros de castigo com regulamentos pensados, calculados e criados para aniquilar a pessoa e a destruir, também é uma verdade absoluta. Por isso o Governo espanhol utiliza-as sistematicamente como uma arma eficaz para tentar o genocídio político que querem levar a cabo em Euskal Herria. As prisões espanholas não só arrebatam a liberdade, estão estruturadas para exercer uma vingança. E a vingança é sempre executada com frieza e crueldade. Uma companheira dizia-me: «isto é um submundo em que é preciso aprender a sobreviver». Ninguém está bem na prisão, e aprender a sobreviver nela, Igor, custa. Não é fácil. Tu sabe-lo melhor que eu. Não existem conselhos, não existem fórmulas, nem programas, nem métodos, nem sequer é uma questão de tempo. Só o apoio dos kides pode acender a luz onde se encontra o espaço suficiente para construir um quadrilátero e um saco de lona para socar, enquanto se chora, se grita, se odeia ou se luta.

Numa viagem ao Uruguai tive a sorte de conhecer o ex-dirigente do Movimento Tupamaro Mauricio Rosencof. Foi em 1986, apenas tinham passado alguns meses desde que recuperara a liberdade, depois de 12 anos encarcerado e torturado pela ditadura militar numa das famosas «latas», celas de aço, do Penal de Libertad. O seu testemunho deixou-me aterrada. Nunca tinha ouvido alguém descrever tanto horror, alguém que ainda podia escrever, sorrir e falar de futuro. Pensei nos presos bascos. Com uma ingenuidade imperdoável, disse a mim mesma que aquele pesadelo de tortura e isolamento era impensável em Euskal Herria. Hoje, quase 25 anos depois, a crueldade exercida sobre as presas e os presos políticos bascos superou a realidade do impensável e os socialistas ultrapassaram em muito os limites e os desmandos antidemocráticos dos militares uruguaios. Poderão envolver a sua política penitenciária e o seu genocídio político em celofane de mil cores, acompanhar os seus discursos com músicas celestiais e, nos meios de comunicação, criar uma realidade virtual de amor e paz, ao estilo Obama e com o ritmo trepidante de uma comédia de bons e maus. Por mais que o tentem, o seu plano fracassará. A pergunta «non da Jon?» continuará a percorrer Euskal Herria, tal como as denúncias de tortura, as detenções arbitrárias, a perseguição política, os julgamentos-farsa e as fotos dos mais de 760 homens e mulheres encarcerados nas prisões dos estados espanhol e francês. Cada um deles, com o seu nome e a sua história, com as suas penas e os seus anseios, com a sua fortaleza ou a sua tristeza, o seu ânimo ou o seu desânimo, fazem o caminho. Todos, Igor, deixam uma marca de veracidade na luta de Euskal Herria e fora dela. Todos vocês contribuem para ceifar a erva da mentira institucional.

Dir-me-ás que dentro e sem liberdade a esperança é mais dura, mais solitária, mais distante. Contudo, nem por isso deixa de existir. No dia 2 de Janeiro de 2010, dentro de uma semana, nas ruas de Bilbo milhares de pessoas andarão juntas numa marcha para avivar essa esperança e mostrar a realidade que outros querem ocultar. Para gritar solidariedade e denunciar a tortura e a ilegalidade de uma política prisional instaurada na vingança e na conveniência política. Para reclamar direitos e sobretudo para exigir liberdade. Embora todas as tardes, ao final do dia, ao fazer o balanço, uma pessoa tenha de olhar de frente para a solidão e buscar no seu interior a palavra ou o gesto capaz de abrir em cada manhã uma porta que a ajude a seguir em frente, ninguém está só, nem derrotado. Existirá sempre fora e dentro de cada qual um quadrilátero para subir e um saco de lona para socar não interessa como, nem com que força. Só é preciso procurá-lo.

Jamais pensei que a paixão do meu pai pelo boxe e aqueles treinos quase esquecidos fossem surgir como uma varinha mágica em momentos tão difíceis e que ainda me pudessem ajudar a escrever este artigo. Talvez seja um desses estranhos privilégios que a idade e a literatura conferem, e também o carinho. Não sei.

Só te queria dizer que neste momento não estás só. Nenhum, nenhuma de vós está. Não sabia o que te havia de contar para que nos ouvisses. De certeza que Julio Cortázar o teria contado melhor, eu só fiz o que pude. Agur Igor, até sábado em Bilbo.

Amparo LASHERAS
jornalista
Fonte: Gara

Um apoio enorme ao desejo dos desportistas


Os próprios organizadores do festival, os desportistas, consideraram o evento que ontem decorreu no velódromo de Donostia como um primeiro passo para o reconhecimento das selecções de Euskal Herria. Mas a verdade é que, tendo em vista a enorme recepção que lhe foi dada, esse primeiro impulso se pode catalogar como um passo gigante.

Nunca até à data se tinha organizado uma coisa idêntica em Euskal Herria. Tanto caras conhecidas do desporto como do mundo do bertsolarismo ou da cultura, e até a gente anónima, deram as mãos com força num mesmo lugar para reivindicar algo que, como ontem ficou à vista, tantas pessoas exigem.

O som da txalaparta à meia luz dava início a um acto que se prolongaria durante mais de duas horas. O primeiro grande aplauso da tarde foi arrancado por Maialen Lujanbio, actual txapeldun [campeã] do Campeonato de Bertsolaris de Euskal Herria, com um emocionante bertso em jeito de abertura para o primeiro vídeo da jornada.

O pelotari Oier Mendizabal substituiu-a com um breve discurso e cedeu o lugar aos apresentadores da gala: os jornalistas Arritxu Iribar e Xabier Usobiaga. Depois de agradecerem aos desportistas e ao público o trabalho realizado durante os últimos meses, apresentaram a primeira prova da tarde, a cargo dos xadrezistas Félix Izeta e Iñigo Argandoña.

O primeiro disputou doze partidas em simultâneo durante praticamente todo o evento; o segundo, uma partida com os olhos vendados. Momentos antes de finalizar o acto, os dois especialistas na matéria enfrentaram-se numa partida rápida. O vencedor foi Argandoña.

Um acto deste calibre não podia ser organizado sem um símbolo. A pedra que o artista Koldobika Jauregi desenhou especialmente para a ocasião foi a desculpa perfeita para que seis pares de harrijasotzailes levantassem o símbolo de todo um povo.

A pedra, de 183,8 quilos, foi levantada três vezes por cada par. Aí esforçaram-se, entre outros, Ostolaza e Luxarbe, Irigoien e Zelailuze, e, nas mulheres, Miren Urkiola e Idoia Etxeberria, que fizeram o mesmo mas com uma pedra de 105 kg.

Em seguida, os remadores assumiram o protagonismo para realizar um duelo de 1000 metros por equipas com o ergómetro. José Luis Korta e Mikel Orbañanos fizeram de treinadores. Na sessão masculina, o triunfo foi para os de Korta, com um tempo de 2.56 contra os 2.59 dos de Orbañanos. Nas mulheres, a vitória foi parar às mãos de Hondarribia, com um tempo de 3.39 contra os 3.51 de Getaria.

A sokatira [cabo de guerra, jogos de corda] também tinha algo para mostrar. Assim, Girizia (Oiartzun) e Beti Gazte (Lesaka) alcançaram um merecido empate no seu duelo. Ander Azurmendi e Aitor Eguzkitza, por seu lado, realizaram uma demonstração de kick boxing, a que se seguiu uma sessão de bertsos com três dos oito finalistas de Euskal Herria: Unai Iturriaga, Sustrai Colina e Jon Maia.

Os três magos da rima meteram-se com numerosos desportistas. Inclusive, até se atreveram a brincar com aquela história da Real Sociedad / Real Unión e o tema da monarquia.

Outros três bertsolaris daquela final apaixonante, Amets Arzallus, Andoni Egaña e Aitor Mendiluze, deleitaram o grande público mais tarde com outra dose de bertsos e quadras.

Parte final com emoção
A tarde encontrava-se no seu ponto mais alto, mas todo o acto emotivo necessita de uma faísca para que o coração acabe por explodir de júbilo. Essa faísca soltou-se com os escaladores Irati Anda e Eneko Karapeto, que, pendurados lá do alto do velódromo, se dirigiram para o centro do palco.

Entretanto, a música de Oreka TX e Iker Goenaga, ajudados por melodias realizadas com machados e serras, começaram a emocionar os presentes. Maialen Lujanbio voltou a aparecer para deixar os milhares de aficionados com pele de galinha. E uma ikurriña gigante abriu-se lá no ponto mais alto.

Todos os desportistas que presenciaram o acto subiram ao palco com uma outra ikurriña, mais pequena, e comandados por José Ángel Iribar e Inaxio Kortabarria - rememorando aquela imagem dos jogadores de Real e Athletic levando a ikurriña quando ainda era proibida -, demonstrando a todo um povo que a união pode servir para alcançar um mesmo objectivo, que é a criação de um âmbito desportivo que reconheça Euskal Herria.

Imanol CARRILLO
Fonte: Gara

Ver também:
Euskal Herriko Kirolariak
http://euskalherrikokirolariak.org/

Homenagem de artistas ao Artista K. Arizmendi


Os artistas do colectivo de arte contemporânea basca Ur prestam homenagem ao pintor Kepa Arizmendi através de uma exposição em La Poudrière, em Baiona; a exposição estará patente até 30 de Dezembro de 2009. É na Rue du Bastion Royal, perto do Mail Chaho-Pelletier. Aberta todos os dias das 15h às 19h, excepto ao domingo. A entrada é livre.

Em Junho último, na sequência de um derrame, o pintor Kepa Arizmendi faleceu em Baiona. Seis meses após esta partida dolorosa, os artistas do colectivo Ur prestam-lhe uma vibrante homenagem, apresentando ao público, com o propósito de divulgar a riqueza e a especificidade da sua obra, uma exposição em que se reúne uma série de quadros do pintor, bem como criações de outros artistas, amigos do Artista. Este último adeus feito de amor e de reconhecimento pode-se «sentir» na sala de exposições La Poudrière até 30 de Dezembro de 2009.

Kepa Arizmendi, refugiado político, era natural de Elizondo (Nafarroa) e viveu em Baiona muitos anos, dedicando muito do seu tempo e da sua energia à pintura. Membro do colectivo dos artistas de Baztan, em 2008 criou o colectivo de artistas «Ur» com o pintor Rikardo Paskual.

Homenagem à trajectória artística
Através de 23 obras, o curioso, o amigo pessoal de Kepa Arizmendi ou o simples amador das artes podem (re)descobrir o caminho artístico percorrido pelo artista. No princípio do mês, durante a vernissage, Jean-François Larralde, historiador especialista em arte basca esclareceu um pouco esta trajectória ao afirmar: «ele tinha-se afastado da visão fiel e tradicional da paisagem basca, inclinando-se para uma reconstrução pessoal da natureza. Tinha ultrapassado a visão clássica da natureza; 'compunha e distorcia' a paisagem baseando-se em imagens elementares».

Mais ainda, «ele tinha vivido em Paris, onde teve a oportunidade de descobrir os quadros de Cézanne. Por intermédio de Oteiza, descobrira as teorias de Malevich e esta influência sente-se na sua obra», lembrou Jean-François Larralde.

Em Baiona, os artistas que o tinham seguido de perto desejavam prestar uma última homenagem a Kepa Arizmendi. A exposição reúne ainda as obras de doze pintores e escultores, cada qual apresentando uma das suas obras. Entre eles, podemos encontrar Koldo Alberdi, Begoña Durruti, Rikardo Paskual, Rosa Valverde, Xabier Morras, Jose Mari Apezetxea, Ana Mari Marin e Gonzalo Etxebarria.

Os artistas sublinham unanimemente a grandeza do homem e do seu sentido de amizade. Iker Valle, escultor de Hernani (Gipuzkoa), diz mesmo: «por um acaso e para minha infelicidade, conheci Kepa Arizmendi este ano. Nós dávamo-nos bem e eu queria estar presente nesta exposição».

Para além de estimar a pessoa e a sua obra artística, Iker Valle realça que, graças ao Ur, conseguiu construir «uma experiência muito interessante». No âmbito desta exposição, o artista decidiu expor uma obra relativa ao «homem e às paisagens». Por seu lado, a célebre pintora Begoña Durruti afirma que «conheceu Kepa e que criou logo uma ligação com ele», acrescentando que queria «participar nesta exposição. Aqui, somos um grupo de amigos artistas, e Kepa ocupava um lugar de destaque entre nós».

Fonte: lejournalPaysBasque - EHko Kazeta

Outro conto de Natal

Ofuscado porventura pelo pisca-pisca das luzes de Natal da cafetaria, um menino morde um outro num braço. Imediatamente, o seu pai repreende-o suavemente. «Olha, se lhe deres um beijo, dou-te um caramelo». Fantástico!, de agora em diante, esse menino já sabe que uma boa dentada num braço de outrem pode acabar com uma recompensa.

Que gratificação poderá esperar o rapaz dos arredores de Paris que, numa noite destas, decidiu arrancar com uma dentada o dedo médio ao agente que se aproximou diligente num rotineiro controlo de identidade? Só o juiz de menores o sabe. O que os jornais da capital não questionam é que gesto fazia o polícia para que o adolescente só lhe mordesse esse dedo.

Também não esclarecem se o agente pertence às Companhias Republicanas de Segurança, corpo que cumpre 65 natais de fiel serviço aos interesses da indissolúvel, jacobina e chauvinista França. Como esquecer, por exemplo, aquele Agosto quente de 2008 em que os CRS alegraram as festas de Baiona com impressionantes gases lacrimogéneos e estéticas balas de borracha, deixando os arredores da igreja de Santo André num caos.

Não terão visto essa velha igreja, agora testemunho da fé de um bispo ultra-católico que nem permite veladas a favor das ikastolas, nem sequer que as meninas celebrem com os meninos a missa no altar. É um tradicionalista, este Monsenhor Alliet; confessa-o na sua pastoral de Natal.

O rapaz mordedor saboreia o seu caramelo na cafetaria, confundido ainda pelo pisca-pisca das luzes de Natal, pensando, talvez, num tentador braço carnoso episcopal a benzer sem parar. Como seria grande a recompensa!

Iñaki LEKUONA
jornalista
Fonte: Gara

domingo, 27 de dezembro de 2009

O ST espanhol prolonga a pena a um ex-preso, depois de já ter cumprido 20 anos


O ex-preso político Patxi Gómez, posto em liberdade há alguns meses, depois de passar 20 anos na cadeia, pode voltar a ser encarcerado a qualquer momento para cumprir mais dez anos, depois de o Supremo Tribunal espanhol ter revogado a decisão da Audiência Nacional de o deixar sair em liberdade.

O próprio Patxi Gómez compareceu ontem em Bilbau para dar conta do seu caso, na companhia do seu advogado, Alfonso Zenon, de membros do Movimento pró-Amnistia e de dezenas de habitantes de Ortuella (Bizkaia), de onde é natural.

Gómez, de 53 anos, foi parar à prisão pela primeira vez em 1989 e, após ter cumprido três quartos da pena a que foi condenado, saiu em liberdade condicional, em 2002, por ordem da então juíza de vigilância penitenciária de Bilbau, Ruth Alonso.

A Procuradoria recorreu da decisão na Audiência Nacional espanhola e, depois de permanecer um ano e quatro meses cá fora, o Tribunal Central de Vigilância Penitenciária, dependente do tribunal de excepção, deu-lhe ordem de prisão, com saída marcada para Junho de 2006. Um mês antes de ser posto em liberdade, foi-lhe aplicada a chamada «doutrina Parot», vendo o período de prisão aumentar em dez anos.

O seu advogado recorreu da decisão na Audiência Nacional espanhola, primeiro, e no Supremo, depois, solicitando que lhe fosse aplicado o Código Penal aprovado em 1995 em vez do antigo, sob cuja vigência tinha sido julgado, pelo facto de o considerar mais favorável ao ex-preso, uma vez que «o limite para os delitos que tinham levado à sua condenação está fixado em 20 anos de prisão».

Zenon afirmou que o tribunal de excepção deu provimento à solicitação e deixou Gómez em liberdade, entendendo que, depois de ter passado 20 anos como prisioneiro, já tinha cumprido toda pena a que fora condenado.

Contudo, a Procuradoria recorreu para o Supremo Tribunal espanhol, cuja resolução, adoptada esta mesma semana, refere que os juízes da Audiência Nacional «se enganaram e que o limite não são 20 anos, mas 30». [Surreal!]

O advogado disse que situações como esta não se dão «em nenhum país da Europa ou do mundo».

Tortura e aberração
«É desumano. Quando um preso vem cá para fora, fá-lo com uma sentença firme, de outra forma isto é uma espécie de tortura, pois uma pessoa já não sabe se da noite para o dia lhe vão aplicar uma nova doutrina ou se o voltarão a encarcerar», destacou.

Por seu lado, Patxi Gómez qualificou a situação por que está a passar como uma «tortura», já que «ando há oito anos com esta história atrás; metem-me cá fora, voltam-me a encarcerar, aumentam-me a pena, depois mandam-me cá para fora outra vez e agora isto. A nível pessoal e humanitário, é uma aberração», afirmou.

Na sua opinião, a decisão de o voltar a encarcerar é «uma vingança», repleta de «vontade revanchista», e perguntou: «que querem fazer com a minha vida? Até onde querem chegar?», dirigindo-se aos poderes políticos e judiciais espanhóis.

O habitante de Ortuella afirmou que não pensa ir-se embora, fugir ou esconder-se. «Não me vou embora do meu país nem da minha pátria», garantiu.
Fonte: Gara

O Colectivo de Presos anuncia uma nova iniciativa de luta nas prisões


O Colectivo de Presos Políticos Bascos - Euskal Preso Politikoen Kolektiboa (EPPK) - porá em marcha nos próximos dias uma nova iniciativa de luta nas prisões dos estados espanhol e francês. Na nota em que anunciam a sua decisão, sublinham que «é necessário abrir e pôr em marcha um processo democrático forte em Euskal Herria» e, nessa mesma linha, forçar os dois estados a empreenderem uma política penitenciária que se baseie no respeito pelos direitos dos presos.

Na mesma nota afirmam: «O nosso Estatuto Político deve ser reconhecido de forma oficial e positiva, de modo a sermos repatriados para Euskal Herria com todos os nossos direitos respeitados». Lembram ainda que o «EPPK tem mantido uma dinâmica política permanente em todas as prisões nos últimos anos» e que, com esta nova iniciativa, «queremos dar um novo impulso à nossa dinâmica de luta».
Notícia completa: Gara

746
presos políticos bascos faltaram ao encontro com as suas famílias na última noite de Natal. É o número dos que integram actualmente o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK).

573
encontram-se nas prisões do Estado espanhol, mas apenas sete deles estão em Euskal Herria (três em Martutene, dois em Basauri e dois em Langraiz). Por oposição, há 19 em Granada, 19 em Pontevedra ou 42 nas três prisões de Puerto de Santa María (Cádis).

166
encontram-se em prisões francesas, também a grande distância de Euskal Herria. Na zona de Paris, há 44 na prisão de Fleury-Merogis e 25 na de Fresnes.

7
estão em prisão domiciliária por sofrerem de doenças graves ou incuráveis: Bautista Barandalla, Ángel Figueroa, Belén González Peñalva, Mikel Gil Cervera, Marilo Gorostiaga e Mikel Ibáñez.

No Natal, enviaram mensagens de solidariedade da Irlanda aos presos bascos
O Belfast Basque Solidarity Committee juntou-se ao Coiste na n-Iarchimí numa campanha de envio de mensagens solidárias e de apoio, no Natal, aos presos políticos bascos detidos em Espanha, França e no País Basco.
Em nome da iniciativa conjunta, Kevin Morrison, do Belfast Basque Solidarity Committee, afirmou:

«Each year the Belfast Basque Solidarity Committee send messages of solidarity to Basque political prisoners who are held in over 80 jails across France, Spain and the Basque country. This year we are very happy to have the support of Coiste na n-Iarchimí.
Together with Coiste we have designed a poster which reflects messages of solidarity from ex prisoners from Ireland that also expresses the sense of community between those who face political persecution for their beliefs.
This year has seen many more people enter prisons, especially in Spain and the Basque Country due to a large amount of arbitrary arrests of people in political parties, social and youth groups and journalists. While this has been a fact of life over in the past number of years, this year has seen a marked increase in arrests and imprisonments.
We hope that the sending of these messages will in some way help ease the burden of those in jail over the Christmas period and let them know that people from around the world have not forgotten them.»


A isto, Michael Culbert, director do Coiste na n-Iarchimí, acrescentou:

«Obviously from an ex-prisoners support group we have at first hand experience, of prisoner difficulties and the hardship and isolation they may face, but this can be especially acute at Christmas time.
We are only too pleased to be asked to help out with this initiative and send these messages of support and solidarity.»

Fonte: askatu.org
Na foto: Kevin Morrison, do Belfast Basque Solidarity Committee, e Michael Culbert, director do Coiste na n-Iarchimí.

Urtzi Paul Larrea abandonou a greve de fome
Urtzi Paul, preso político natural de Getxo (Bizkaia), passou para um outro módulo, estando agora numa cela com dois membros do Colectivo. Desta forma, abandonou a greve de fome que tinha iniciado quando o colocaram numa cela com um preso social, segundo fez saber o seu advogado. Por outro lado, neste fim-de-semana terá as primeiras visitas.
Fonte: etengabe via askatu.org

As iniciativas relacionadas com a oposição ao TGV em EH não param



Uma das mais recentes foi a apresentação em Tafalla (Nafarroa) da obra TAV, las razones del no, publicada pela Txalaparta, a que já aqui fizemos menção anteriormente. Trata-se de uma obra colectiva em que profissionais de diferentes áreas expõem as suas razões e argumentos contrários à construção do TGV e, em concreto, ao projecto do «Y basco» e do corredor navarro de alta velocidade ferroviária.

Na quarta-feira passada, o livro foi apresentado na Casa de Cultura de Tafalla, numa sessão organizada pela Sociedade de montanha Alaitz, apoiada pela Assembleia popular de Tafalla contra o TGV. Iñaki Bárcena, co-autor e coordenador da obra com Josu Larrinaga, ambos professores da UPB, e que era para estar presente na sessão de apresentação, não pôde comparecer, sendo substituído por Luis Iriarte, outro dos colaboradores na obra.

Na sua intervenção, Luis Iriarte afirmou que «neste livro colaboraram e escreveram artigos vários professores universitários, sindicalistas, ecologistas e muitas outras pessoas, que expuseram e deixaram claras as razões para a nossa oposição ao TGV». Na sua opinião, «a desinformação que prevalece em grande parte da sociedade basca sobre este projecto é preocupante; o TGV representa uma despesa pública enorme e não cumpre os requisitos sociais e ambientais mínimos para ser considerado aceitável».

Há muitos outros aspectos a salientar nesta intervenção, que podem ser confrontados em:
http://euskalherria.indymedia.org/eu/2009/12/65524.shtml

Mais informação sobre actividades de oposição ao TGV em Euskal Herria em:
http://www.ahtgelditu.org/

Novo endereço de correio electrónico forçado da Sare Antifaxista


Sare Antifaxista * E.H.
A empresa Terra (que pertence à Telefónica, de Espanha) suspendeu o endereço ANTIFAXISTA@terra.es e apagou todas mensagens que o colectivo antifascista basco recebeu nos últimos anos.
Afirmam os nossos companheiros antifascistas:
«Não recebemos qualquer aviso ou notificação por parte da Terra. Também "é uma coincidência" que isto aconteça numa altura que esta página, a vossa página, de Internet atinge as 600 000 visitas.
Estamos à espera de receber notícias da Terra sobre o motivo da suspensão e a eliminação de centenas de emails.
Será que vamos receber explicações da Terra? Quer-nos parecer que não... Para onde nos iriam enviar as explicações, se nos anularam a nossa conta de correio?»

Novo endereço de correio / Posta helbide berria: sare.antifaxista@gmail.com

Fonte: SareAntifaxista

Vamos ver o que dá. Há uns tempos atrás, foi a Youtube que eliminou a conta basqueconflict, apagando todos os vídeos a ela associados, muitos deles felizmente já recuperados noutros locais.
http://www.worldinconflict.es/2009/11/youtube-suspende-la-cuenta.html

Aurrera, lagunak!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Crueldade com os presos políticos bascos


Não é novo, mas não é por isso que deixa de ser grave. Não constitui notícia para os grandes meios de comunicação, mas não é por isso que deixa de acontecer, de ser real. O Governo espanhol decidiu, seguindo a esteira de todos os seus predecessores, que o Colectivo de Presos e Presas Políticas Bascas é um laboratório perfeito para experimentar o sadismo político. Tudo com o objectivo de vergar esse colectivo e fazer chantagem com o independentismo basco, tendo a humilhação como arma. Não importam os custos humanos, não se tem consciência dos custos morais da habituação a este tipo actuação e os custos políticos parecem reduzir-se em presença de uma sociedade conformista e de meios de comunicação alinhados com o Governo nessa estratégia. Perante este panorama, que importância tem que um preso se tente suicidar, como aconteceu na terça-feira numa prisão do Estado espanhol? Que importância tem que no dia anterior um médico de confiança do preso tivesse alertado o seu colega para esse perigo, médico responsável pela saúde dos presos, e que este não tenha feito nada?

O mais grave em tudo isto não é que não se dê uma explicação pública, que não existam responsabilidades... mas que ainda haja uma justificação diária por parte de responsáveis políticos em nome do estado de direito e da democracia. Também que se pretenda fazer crer que isto evidencia a força do Estado. Para utilizar um símile que pode porventura agitar um pouco as consciências daqueles que se vacinaram contra a dor alheia e vêem o mundo com as lentes que lhes dão os poderosos, bater num animal que foi previamente fechado e preso não pode ser apresentado como um exercício de valentia, de fortaleza, ou de dignidade. A mera imagem incita à denúncia da mesquinhez, da cobardia, da miséria humana de quem o faz.

Seja Espanha como for, em Euskal Herria quem não vê é porque não o quer ver. Os factos estão aí, e a estratégia de extermínio a que respondem é reivindicada como própria por Alfredo Pérez Rubalcaba.

Fonte: Gara

A falta de assistência leva à tentativa de suicídio de um preso


O prisioneiro bilbaíno Igor González tentou suicidar-se na terça-feira cortando as veias na prisão de Granada. Na véspera foi visitado pela sua psicóloga de confiança, que, ao ver que não se encontrava bem, alertou os serviços médicos da prisão.

Os familiares e a psicóloga de Igor González desconheciam na quarta-feira o paradeiro do preso bilbaíno, que foi levado da enfermaria da prisão de Granada na terça-feira à tarde - depois de lhe tratarem as feridas - com destino a outro centro prisional.
Segundo disseram ao Gara, constava que ia ser levado para Badajoz, onde se encontra encarcerada a sua esposa, mas na prisão estremenha não tinha havido nenhuma entrada. «Não sabemos onde está; as Instituciones Penitenciarias não nos facultaram qualquer informação. Os companheiros de Granada tentaram impedir que fosse transferido, mas não lhes ligaram nenhuma», relataram. [Entretanto, de acordo com informações avançadas pelo Movimento pró-Amnistia, sabe-se que Igor González foi para a prisão de Puerto-III.]

A psicóloga de confiança deu a conhecer ao Gara as circunstâncias relativas a acontecimentos que, neste caso, têm já um precedente: uma primeira tentativa de suicídio, em Agosto de 2008, quando González se encontrava em Puerto. Por causa disto, a direcção da prisão gaditana aplicou-lhe o protocolo adequado - como estar acompanhado por outro prisioneiro durante 24 horas por dia -, de forma a evitar que se repetisse o sucedido, e a terapeuta começou a visitá-lo com vista ao seu tratamento.

Mas em Dezembro foi levado para Alcalá-Meco, e nesse momento começaram os problemas. A psicóloga teve de pedir a autorização necessária para ver o seu paciente, que leva cerca de três meses a ser aprovada. Mas, depois de a conseguir, deu-se uma nova transferência, neste caso para Navalcarnero. Regresso ao processo de autorização, que mais uma vez não daria em nada pouco tempo depois, já que se daria um nova mudança de destino: Granada. Tudo isto fez com que, em meio ano, a médica só o tenha podido ver cinco vezes.

«A tudo isto é preciso acrescentar outro tipo de obstáculos: nas visitas nunca nos deixaram a sós, não pudemos comunicar em euskara - uma vez saudei-o com um "kaixo" [olá] e ameaçaram cortar-me a visita -, éramos sempre gravados e uma vez passaram essa informação para um órgão da imprensa escrita, houve problemas com a medicação...», criticou.

Não ligaram às advertências
Há duas semanas, os seus companheiros do Colectivo encarcerados em Granada deram o sinal de alarme. «Achavam que não estava bem: não ia até ao pátio, sempre na cela, metido para dentro».

No fim-de-semana passado, González recebeu a visita dos seus familiares, que ficaram seriamente preocupados. «Nessa mesma segunda-feira decidi ir até lá abaixo apesar de não contar com autorização para estar com ele. Vi que estava mal, tal como o médico da prisão, que entrou comigo. Disse-lhe que tirassem da sua cela todos os objectos que pudessem ser cortantes, que estivessem em cima dele, que o vigiassem», referiu ao Gara.

Mas, pelos vistos, não ligaram nenhuma às suas advertências. Na terça-feira de manhã, depois de tomar o pequeno-almoço, o preso bilbaíno cortou as veias na sua cela. E poucas horas depois, assim que lhe trataram as feridas na enfermaria, voltou a ser levado para outra prisão.

A sua psicóloga insiste na «gravidade» do procedimento dos médicos. «Trata-se de uma clara negligência que penso denunciar à Ordem dos Médicos. Criam obstáculos ao correcto tratamento psicológico do paciente, fazem ouvidos surdos a uma situação que verificámos ser alarmante e, ainda por cima, autorizam a transferência depois de um acontecimento desta natureza».
Fonte: Gara

Ver também:
«Igor González aparece em Puerto-III depois da quinta transferência em ano e meio»

Numerosos actos em defesa dos direitos dos presos em pleno Natal
As mobilizações em defesa dos direitos dos presos repetem-se nestes dias de Natal, nalguns pontos com características especiais. Ontem, além de ser a última sexta-feira do ano, concentraram-se 56 pessoas em Berango, 150 em Hernani, 25 em Berriozar com a presença da Guarda Civil, 30 em Amurrio, 40 em Arbizu, 60 em Algorta, 38 em Basauri, 80 em Durango, 187 em Aulesti, 120 em Irun, 135 em Iruñea, 99 em Etxarri-Aranatz, 500 no bairro bilbaíno de Santutxu, 80 em Urduña, 175 em Errenteria, 37 em Lizartza, 25 em Zaldibia, 25 em Zalla, 15 em Irurtzun e 60 em Beasain. Também se mobilizaram 36 pessoas em Uztaritze, 11 em Muskiz, 45 em Lekeitio, 50 em Zumaia, 60 em Arratia, 21 em Mundaka, 32 em Aramaio, 60 em Lazkao, 93 em Galdakao, 45 em Getaria, 100 em Zarautz, 25 em Lesaka e 120 em Donostia.

Em Gasteiz juntaram-se 510 pessoas, sendo que na quinta-feira foram 900, atrás do Olentzero. Nesse mesmo dia também se concentraram 69 habitantes em Zaldibar, 150 em Lizarra ou 115 em Arrigorriaga. Outras 200 pessoas participaram numa manifestação em Zornotza relacionada com a noite de Natal. Durante o percurso passaram pelas sedes do PNV e do PSE, onde Olentzero deixou carvão, e denunciaram o desaparecimento de Jon Anza. Ontem, na mesma localidade, 70 pessoas concentraram-se pelos presos. Em Azpeitia, 400 moradores participaram na manifestação de quinta-feira e 200 em Barañain, onde ontem se juntaram mais 30 pessoas.
Na quarta-feira, 25 pessoas concentraram-se em Atarrabia e 200 em Iturrama (bairro de Iruñea). Para hoje à tarde foi convocada uma manifestação contra a dispersão em Burlata.

Mais de 30 presos sem «encontros»
De acordo com os dados recolhidos pela Etxerat, mais de trinta presos políticos bascos ficaram sem visitas durante o último fim-de-semana. Nas prisões de Cáceres, Almeria, Algeciras, Teruel, Curtis, Múrcia, Burgos, Ocaña, Herrera, Alicante e Alcalá, os «encontros» combinados com 29 presos bascos foram suspensos depois de os familiares e amigos se terem recusado a ser inspeccionados pelos funcionários para poder efectuar a visita.

A neve também impediu que familiares de vários presos chegassem a tempo aos «encontros» que tinham na prisão de Topas, já que tiveram de parar os seus veículos a 20 quilómetros da portagem de Burgos. Além disso, a Etxerat fez saber que nas imediações de várias prisões, como as de Teruel e Curtis, a Guarda Civil efectuou controlos em que os familiares e amigos dos presos bascos foram submetidos a inspecções.

Por outro lado, na quarta-feira um grupo de habitantes de Portugalete denunciou em conferência de imprensa o facto de o Plenário municipal ter «ignorado» uma moção apoiada por 500 pessoas, em que se pedia que fosse debatida a situação do preso político Juan Manuel Piriz, «Mungi».
Tal como recordaram, «Mungi» está há 25 anos na prisão, e, apesar de ter a pena cumprida, continua encarcerado, depois de o Supremo Tribunal espanhol lhe ter aplicado a pena perpétua.
Fonte: Gara

Ver lista de visitas perdidas em:
http://www.askatu.org/berria.php?id_edukia=4015&lang=eu