segunda-feira, 30 de abril de 2012

A dispersão penitenciária fez ainda um terceiro acidente no fim-de-semana

A Etxerat fez saber hoje que quatro familiares do gasteiztarra Iñaki Arakama sofreram um acidente este fim-de-semana em San Martín de la Vega, quando o iam visitar à prisão de Valdemoro.

Os familiares do preso basco saíram ilesos mas a viatura em que viajavam ficou bastante danificada, depois de embater contra uma divisória.

Trata-se do sétimo acidente de familiares e amigos de presos políticos bascos em 2012 e o terceiro neste fim-de-semana, depois dos que se deram em Granada com duas pessoas próximas de Txetxu Barrios e Iñaki Beaumont e com dois amigos de Oscar Calabozo e Gorka Vidal e a irmã de Iñaki Alonso, quando regressavam de Córdova.

A Etxerat lembrou que, desde que a dispersão começou a ser aplicada, há 23 anos, 16 familiares e amigos de presas e presos políticos bascos morreram na estrada e que «qualquer um de nós pode também perder a vida a qualquer momento» em função desta realidade.

«É preciso acabar imediatamente com esta política de dispersão. Não podem continuar a pôr em risco as nossas vidas todos os fins-de-semana. É preciso passar das palavras aos actos. É preciso eliminar este aterrador castigo a que condenaram os familiares e os amigos», sublinharam.

A Etxerat dará uma conferência de imprensa em Bilbo na próxima quarta-feira para apresentar uma leitura mais aprofundada da situação. / Fonte: Gara e etxerat.info

Leituras:
«Entrevista a Gemma Alonso, irmã do preso Iñaki Alonso, ferida em Bilbo» (Gara)
Gemma Alonso pasó la noche primero en la carretera y después en el hospital. Ayer, con el collarín que se ve en la imagen, y el susto todavía en el cuerpo, explicaba por teléfono a GARA que ni siquiera es la primera vez que se ve en esta situación.

«La crudeza de la dispersión ha invalidado en sólo 5 días el Plan de Interior», de Ezker Abertzalea (ezkerabertzalea.info)

Os arguidos do D3M e da Askatasuna apontam a situação de desamparo em que se encontram a três dias do julgamento

Os treze imputados no processo contra a D3M e o Askatasuna que vão ser julgados a partir de quinta-feira na Audiência Nacional espanhola chamaram a atenção para a «clara situação de desamparo» em que se encontram, na medida em que, a três dias do início, não sabem que juízes compõem o tribunal e porque apenas foram admitidas seis das 64 testemunhas apresentadas pela defesa.
Fizeram um apelo aos cidadãos para que participem na manifestação de sábado à tarde em Bilbo, que terá como lema «Todos los derechos para todos los proyectos. No a los juicios políticos». [Na foto, duas das processadas, Arantza Urkaregi e Amparo Lasheras.] / VER: Gara / Notícia mais desenvolvida: Gara 

Ver também: «D3M-Askatasuneko auzipetuek ez dakite zein izango diren epaileak» (Berria)

Juanjo Basterra: «Ni un paso atrás: La lucha continua, hoy más que nunca»

Mañana es el Primero de Mayo. En un tiempo difícil como el actual la clase trabajadora debe aportar su granito de arena para construir este gran pueblo, Euskal Herria. (Gara)

«El fraude de las privatizaciones», de Antonio ÁLVAREZ-SOLÍS (Gara)
Confiesa Alvarez-Solís que no entiende el interés de muchos ciudadanos por dejar en manos privadas los servicios públicos, máxime cuando «las privatizaciones constituyen un fraude». Por el contrario, alaba el socialismo que en Euskal Herria «preconiza el dominio público de los grandes factores culturales y económicos de riqueza».

«Unidad por el cambio en Nafarroa», de Alizia IRIBARREN ANDUEZA (Gara)
Se acerca el Primero de Mayo y la situación de recortes y reformas que están desmantelando el estado del bienestar debería posibilitar el acuerdo en los planteamientos y la unidad en la movilización.
«Íñigo, Gogoan Zaitugu», de Todo por hacer (lahaine.org) Eres la última víctima de un sistema montado para salvaguardar los intereses de una clase frente a la otra.

Os Amigos do País Basco na Argentina recordaram o 75.º aniversário do bombardeamento de Gernika

Com a leitura de um poema de Federico García Lorca, pelo escritor Vicente Zito Lema, terminou a primeira parte de uma emotiva cerimónia de homenagem, organizada pelos Euskal Herriaren Lagunak da Argentina, aos caídos e assassinados pelo fascismo espanhol de ontem e de hoje, que se realizou na Herriko Taberna Vasca de Buenos Aires, por ocasião do 75.º aniversário do bombardeamento da localidade biscainha de Gernika. / Ler crónica completa em EHL_Argentina

Ver ainda: «A denúncia da impunidade espanhola ecoa em Gernika», de Agustín GOIKOETXEA (Gara)
Na sexta-feira passada, o Lizeo Antzokia de Gernika foi o palco de uma Audiência Popular contra o franquismo - com uma sessão matinal e outra vespertina -, na qual se denunciou o «modelo espanhol de impunidade». Diversas testemunhas insistiram no pedido de verdade, justiça e reparação para as vítimas.

Obra dramática Gernika Sutan [Gernika em chamas]
Hamaika Telebista, Gernika-Lumo * E.H. Incluída nas iniciativas evocativas do bombardeamento de 26 de Abril de 1937, a peça de teatro popular Gernika Sutan percorreu os locais mais marcantes da vila, sendo representada por gernikarras de diversas gerações, que deram vida a diferentes «quadros». Desta forma, foram homenageados e evocados os que ali faleceram e viveram o incêndio. [A não perder!] / Fonte: SareAntifaxista

domingo, 29 de abril de 2012

A política de dispersão deixa um saldo de dois acidentes e três feridos neste fim-de-semana

Fim-de-semana negro por causa da dispersão: dois acidentes em menos de 24 horas voltaram a fazer soar o alarme e a chamar a atenção para o perigo subjacente à política de dispersão.

Todos os fins-de-semana, centenas de cidadãos e cidadãs bascos ficam expostos a graves riscos ao verem-se obrigados a fazer milhares de quilómetros, tal como recorda o movimento Herrira.

Desta forma, a dispersão transforma-se «numa cruel roleta russa para milhares de bascos e bascas ao longo de todo o ano». Desta vez, só por um acaso não estamos a falar de consequências irreparáveis, sem esquecer que a dispersão já tirou a vida a 16 familiares, amigos e amigas das presas e dos presos políticos bascos.

Depois de ontem uma amiga e um familiar de Txetxu Barrios e Iñaki Beaumont terem sofrido um grave acidente quando regressavam das visitas aos presos iruindarras na prisão de Albolote (Granada), hoje de madrugada a irmã de Iñaki Alonso (Portugalete) e amigos de Gorka Vidal (Zaratamo) e Óscar Calabozo (Trapaga) sofreram um acidente depois de os terem visitado na prisão de Córdova, quando regressavam ao seu país. São todos biscainhos. Com cerca 1600 quilómetros em cima e enfrentando condições meteorológicas adversas, perderam o controlo da viatura, que rodopiou várias vezes e foi embater violentamente contra a divisória central.

Os ocupantes tiveram de ser levados para o Hospital de Cruces. Apresentavam ferimentos vários, ligeiros, mas a todos foi colocado um colete cervical; a situação mais grave é a da irmã de Alonso, que sofreu um traumatismo crânio-encefálico. / Fonte: ateakireki.com e etxerat.info / Ver também: herrira.org

Concentrações pelos direitos dos presos: última sexta-feira do mês
Ver algumas fotos destas concentrações solidárias e reivindicativas em herrira.org
Nota: certamente por lapso, a foto de Iruñea está indicada como sendo a de Getaria (Gipuzkoa) e a da localidade guipuscoana do «ratón» aparece como sendo a de Iruñea. / Em cima, concentração em Elgoibar (Gipuzkoa) pela libertação de Otegi.

Recepção em Algorta: ongi etorri Gotzon!
No âmbito da iniciativa da última sexta-feira do mês, Gotzon Alcalde, que tinha saído da prisão no dia anterior, foi recebido em frente à Amnistia taberna, em Algorta (Getxo, Bizkaia). Ao aurresku e às palavras de um orador, seguiram-se as do próprio Gotzon, que recordou todos aqueles que ficaram lá dentro e definiu as duras condições do interior da prisão numa palavra: tortura.
Enfatizou ainda a necessidade de trazer os presos e os refugiados para casa. Por fim, cantou-se o «Eusko gudariak» e Gotzon encaminhou-se para o interior da taberna, para dali retirar a sua foto, acompanhado por alguns amigos e demais cidadãos. / Fonte: algortaHerrira / Fotos: algortaHerrira

Homenagem a Xabier Galdeano, morto pelos GAL, com exigência de direitos

Quase um mês depois da intervenção da Ertzaintza, que, recorrendo a uma ordem decretada pela Audiência Nacional espanhola, impediu a homenagem anual a Xabier Galdeano, jornalista, fundador e membro do conselho de administração do diário Egin - abatido no dia 30 de Março de 1985 em Donibane Lohizune (Lapurdi) pelas balas mercenárias dos GAL -, uma centena de pessoas participou ontem em Algorta num acto em que se exigiu o respeito pelos direitos civis e políticos dos cidadãos bascos. No decorrer do protesto, foram evocados esta vítima da guerra suja e o exilado Aitor Elorza, que foi encontrado sem vida no dia 16 de Janeiro de 2006 na sua casa de Baiona.

Apesar da chuva insistente, as pessoas que se juntaram na Praça Telletxe iniciaram a mobilização explicando o contexto em que se dava a convocatória, realçando a perseguição da Polícia autonómica a iniciativas habituais em Algorta, como a celebração de aniversários de presos, as concentrações a favor dos seus direitos básicos ou a homenagem a Galeano, uma pessoa muito querida na localidade pelo seu envolvimento na dinamização da San Nikolas Ikastola e em tudo o que se relaciona com a luta pela libertação nacional e social de Euskal Herria.

Cinco pessoas foram-se aproximando de um mapa do país no qual colaram peças com diversos direitos fundamentais, como os de liberdade de expressão, de reunião, de pensamento, de consciência ou de opinião. Simples mas espezinhados, segundo referiram, apesar do novo tempo que se iniciou. Foi então que a condutora da cerimónia comentou as extensas biografias do jornalista do Egin e de Aitor Elorza.

No caso do exilado, que faleceu com 45 anos, contou como teve de fugir de Algorta nos anos 80, as suas fases de vida no México e Ipar Euskal Herria e como foi uma das vítimas da repressão que o Governo francês exerceu sobre os refugiados políticos bascos. Depois de ter devotado mais de metade da sua vida à causa basca, Elorza adoeceu, vindo a falecer em 2006 e deixando um vazio importante entre aqueles que o conheceram.

No final de cada abordagem à vida das figuras de Galdeano e Elorza ouviu-se um «gora». Também não faltou o aurresku de honra em frente às fotografias de ambos os homenageados, a oferenda floral e dois bertsos em que se associou as suas figuras à exigência de respeito pelos direitos civis e políticos, especialmente neste tempo de esperança. O acto, apoiado por diversos colectivos de Algorta, terminou com a actuação dos componentes da Gorrondatxe Abesbatza. / Agustín GOIKOETXEA / Fonte: Gara

Kostas Papadakis: «En el marco del capitalismo no puede haber soluciones»

La profundización de la crisis, la brutal caída del nivel de vida y el grave deterioro de los servicios y las coberturas sociales han contribuido al crecimiento de los partidos «antimemorando», y entre ellos el Partido Comunista de Grecia (KKE) y el Frente griego de Izquierda Anticapitalista (Antarsya). GARA entrevista a sus dirigentes en vísperas de las elecciones del 6 de mayo. Kostas Papadakis, miembro de la dirección del Partido Comunista de Grecia (KKE) y responsable de Relaciones Internacionales del partido que ha estado en primera línea en las protestas contra los recortes sociales, defiende alianzas sociales a nivel de base para luchar por un cambio de sistema. (Gara)

«Gernika, doble ejemplo de que la violencia política ni empezó con ETA ni acabó el 20 de octubre» (editorial do Gara via pakitoarriaran.org)
La semana del 75 aniversario ha sido pródiga en emociones, pero también en reflexiones.

«Intxorta en nuestra memoria, y también en la de ellos», de Josuren MURGIZU BAKAIKOA, Intxorta 1937 Kultur Elkartea (SareAntifaxista)
En la tarde del 24 de abril de 1937, un enjambre de tropas de toda clase, acompañadas de nuevas y desconocidas armas, al mando de C. Alonso Vega, las cuales llevaban cuatro días intentando romper las defensas vascas en los Intxortas, tomaban Elgeta tras la ruptura del frente a la retaguardia de sus defensores. 75 años después, las mismas unidades del ejército que operaron entonces, han vuelto a tomar la pequeñita y recurrente estratégica villa guipuzcoana de Elgeta. Pero, claro, lo han hecho bajo evidente nocturnidad y humillante alevosía, protegidos, eso sí, entre las sombras de una fría y lluviosa madrugada. Evidentemente, no han encontrado defensores que les hicieran frente. Solo unas trincheras vacías y expuestas al recuerdo que, al parecer, les lastima y padecen todavía...

Baigorri foi mais uma vez o palco do Nafarroaren Eguna

A localidade de Baigorri (Nafarroa Beherea) foi o palco, este domingo [costuma ser o último de Abril], da festa do Nafarroaren Eguna (Dia de Navarra), uma jornada comemorativa para a qual as forças abertzales tinham convidado os cidadãos, por forma a reivindicarem a identidade própria da sua terra, numa altura em que se assinala o quinto centenário da conquista de Nafarroa. [Fotos: Nafarroaren Eguna - Berria e Turrune!]

Milhares de pessoas de ambos os lados da fronteira participaram no encontro festivo, no qual também se procurava estreitar laços entre diversas terras e culturas. O tempo esteve de feição e, para além do tradicional desfile, grupos de trikitilaris, gigantes e de dança de diversas localidades também contribuíram para o bom ambiente. [As muitas bandeiras de Nafarroa, ikurriñas e arranos beltzas que se viam, de acordo com a Info7, também deviam contribuir para um ambiente despoluído.]

No âmbito desta jornada, membros da esquerda abertzale, do EA e do Aralar exigiram «um quadro jurídico-político que nos forneça os instrumentos necessários para tornar realidade as demandas dos navarros e das navarras», num momento em que «tanto o Estado espanhol como o francês «nos recusam a possibilidade de decidir o nosso futuro e arremetem contra a nossa língua, o euskara, sem respeitar a vontade da maioria da sociedade navarra».

Afirmaram ainda que os estados espanhol e francês «impõem uma divisão artificial a um e a outro lado da fronteira, forçando-nos a romper as nossas relações históricas e naturais com os restantes territórios de Euskal Herria»; contudo, «o facto de pertencermos a uma mesma comunidade, com uma cultura e língua próprias, faz com que os laços que procuram quebrar sejam cada vez mais fortes», disseram. / Fonte: eitb.com / Mais info: Info7 irratia e kazeta.info

Sobre os actos convocados para este dia de comemoração de Nafarroa e dos navarros, ver: eke.org e basaizea.com

Jornada antifascista em Gernika, organizada pela Askapena e a Ahaztuak 1936-1977

250 pessoas participaram na manifestação convocada para hoje em Gernika, no âmbito das iniciativas organizadas pela Askapena e a Ahaztuak 1936-1977 com o lema «Ez Gernikan ez inon! Eraso inperialistarik Ez!» [Nem em Gernika nem em lado nenhum! Não aos ataques imperialistas!].

A 75 anos do bombardeamento fascista de Gernika, os gritos de «Herriak ez du barkatuko» [o povo não perdoará] ou «Ez Gernikan ez inon» [nem em Gernika nem em lado nenhum] ecoaram pelas ruas da vila como forma de compromisso com o passado, o presente e o futuro.

A jornada reivindicativa, que incluiu um almoço popular e um concerto de Rojo Cancionero, serviu de homenagem aos membros das brigadas internacionais que lutaram contra o fascismo até aos seus últimos dias.

Posteriormente, dezenas de pessoas assinaram as folhas em que os milicianos antifascistas selavam o seu compromisso antes de partirem para a frente de luta. Em nome das centenas de jovens que aderiram à defesa antifascista, o ponto mais emotivo da jornada foi a homenagem sentida a três integrantes das brigadas internacionais: Fritz Teppich, Nino Nanetti, Felipe Matarranz González e ainda ao gudari Marcelo Usabiaga.

O filho de Fritz recebeu, com lágrimas de emoção, uma placa evocativa que sintetiza a homenagem a tantos e tantas solidários que deram tudo na luta antifascista. / Fonte: askapena.org / Ver também: GaraFotos: Gernika (Askapena-Ahaztuak)

sábado, 28 de abril de 2012

Esquerda abertzale, EA, Aralar, Alternatiba e AB juntam forças para serem «mais eficazes»

Numa cerimónia que decorreu no recinto de feiras Ficoba, em Irun (Gipuzkoa), representantes destas cinco sensibilidades políticas assinaram um documento histórico que formaliza o acordo estratégico a favor da soberania nacional de Euskal Herria, que tinha sido anunciado no passado dia 17 de Abril em Baiona.

Documento: «Compromisso para a estratégia nacional» eus - cas - fra

Trata-se de uma «aposta firme e estratégica na acumulação de forças», com o propósito de «avançar em direcção a uma Euskal Herria soberana».

Na leitura e na assinatura deste documento participaram Rufi Etxeberria e Anita Lopepe (esquerda abertzale); Patxi Zabaleta e Rebeka Ubera (dirigentes do Aralar); Oskar Matute e Amaia Agirresarobe (representantes do Alternatiba); Pello Urizar e Miren Urrestieta (políticos do EA); e Peio Etxeberri-Aintxart e Mertxe Colina (Abertzaleen Batasuna).

O escrito inclui cinco pontos, que se estruturam em torno das seguintes ideias: Euskal Herria como nação soberana; a paz e os direitos civis e políticos; um modelo económico soberano, justo e ecológico; a construção de Euskal Herria; e a oficialização e normalização do euskara.

Inclui também uma série de princípios, como o direito a decidir; a pluralidade democrática; a igualdade entre homens e mulheres; a defesa do princípio da democracia; e o internacionalismo.

O escrito defende o «diálogo sem exclusões» uma vez «ultrapassados o conflito político e a violência em Euskal Herria», ao mesmo tempo que exige a libertação dos presos com doenças graves e o fim da política de dispersão, além de apelar ao «reconhecimento de todas as vítimas sem excepção» e reclamar a legalização de todas as forças políticas.
Para tal, o texto aponta como «rota o Acordo de Gernika e as conclusões da Conferência de Paz de Aiete».

Defende também «uma Europa social que reivindique a soberania dos povos que a integram», propõe a «superação» do actual sistema económico e social, e reivindica a territorialidade de Euskal Herria.

No final da apresentação deste documento, o histórico dirigente da esquerda abertzale Rufi Etxeberria lembrou que o compromisso assinado hoje tem por objectivo «desenvolver novas políticas» que conduzam a «uma nova Euskal Herria», sendo que os estados espanhol e francês «devem reconhecer o direito a decidir».

Com estas premissas, as cinco forças signatárias vão procurar «o apoio da maioria da sociedade» de Euskal Herria, para a conduzir até à independência. / Fonte: Gara


Ver também: «Ezkerreko bost alderdi abertzaleek estrategia nazionalerako konpromisoa sinatu dute» (Berria)

«A iniciativa Ezkerretik Bilduz aplaude o acordo estratégico nacional assinado por cinco forças abertzales» (Gara) / Ver também: Ezkerretik_Bilduz

Dispersão: uma amiga e um familiar dos presos Txetxu Barrios e Iñaki Beaumont sofreram um acidente

Oihana Beloki, amiga do preso Txetxu (Atarrabia, Nafarroa), e Richard Etxeberria, tio do preso Iñaki Beaumont (Iruñea), sofreram hoje um acidente, por volta do meio-dia.
Segundo informa a Etxerat, estavam a regressar a Euskal Herria, depois de terem feito as visitas na prisão de Albolote, em Granada, quando, com a estrada molhada, perderam o controlo da viatura, que saiu da estrada, deu uma volta no ar e foi embater numa árvore.
As duas pessoas não ficaram feridas, refere a Etxerat, mas o automóvel ficou em muito mau estado. Este é o quinto acidente provocado pela política de dispersão só este ano, refere a mesma fonte.
Concentração em Atarrabia
Na sequência de mais um acidente provocado pela criminosa política de dispersão, os cidadãos de Atarrabia convocaram uma concentração para a próxima segunda-feira às 19h30, na Antxo jakituna plaza. / Fonte: ateakireki.com / Foto: ateaireki.com

Ver: «Na sequência do acidente dos familiares em Granada, o Herrira exige que a dispersão acabe "imediatamente"» (ateakireki.com)

Dezenas de pessoas foram à prisão de Gradignan solidarizar-se com os presos políticos bascos
Convocada pelo movimento Herrira, a viagem até à prisão de Gradignan (Estado francês) foi feita por cerca de 50 pessoas, que assim expressaram a sua solidariedade aos presos políticos bascos que ali se encontram. Um deles é a jovem senperetarra Naia Lacroix, que se encontra isolada.
Apesar de por ali haver gendarmes com fartura e de o tempo estar mau, os presentes gritaram com grande entusiasmo; segundo fizeram saber, os presos bascos ouviram as suas palavras, e responderam-lhes. Depois de passarem algumas horas em frente à porta da prisão, os participantes na mobilização regressaram de novo ao seu país.
Recorde-se que no dia 30 de Março a Polícia francesa prendeu no mesmo local três pessoas que, do lado de fora da prisão, tentavam expressar a sua solidariedade a Naia. / Fonte: Gara / Vídeo: Marcha solidária à prisão francesa de Gradignan

Leituras:
«Las bombas de efecto retardado», de Iñaki EGAÑA (Gara)
Recordamos Gernika, y también, y sobre todo, esas bombas de efecto retardado que lanzaron en abril de 1937 y que, hoy, todavía siguen explotando entre nosotros. Como la del otro día en Elgeta. Y por eso nos conmoverá para siempre Txabi Etxebarrieta, aunque ni siquiera dé un nombre a una de nuestras calles. Y repudiaremos otros nombres a los que empujaremos al estercolero de la historia.

«Felipe X "el Mitómano"», de Xabier MAKAZAGA (Gara)
Todo habría dependido de cuán propicias fueran esas circunstancias y en todo caso las razones morales no habrían tenido peso alguno en su decisión. Porque Felipe X era y es un amoral redomado

«El final de la violencia», de Iker CASANOVA ALONSO (Gara)
Cuando Euskal Herria, al margen de presión o amenaza alguna pueda determinar de manera democrática su estatus político y definir libremente su organización interna y su modelo de relación con los estados español y francés, así como con el resto de la comunidad internacional, nuestro país habrá dejado atrás definitivamente la etapa de la violencia y habremos llegado a un escenario de paz y libertad.

Nork babesten gaitu zuengandik? Quem nos protege de vocês?


Imagens da manifestação que se realizou em Gasteiz no passado dia 20 de Abril. A mobilização decorreu sem qualquer problema, embora essa não seja a prática corrente. Ao passar pela esquadra da Rua Olaguibel, os agentes da Brigada Móvel fizeram questão de mostrar o seu potencial.
Seja como for, para quem ali se juntou as coisas são claras: ao longo do mês de Março houve cargas policiais, agressões, ameaças, controlo social, identificações... Mais grave ainda: Xuban Nafarrate foi parar à Unidade de Cuidados Intensivos e Iñigo Cabacas foi assassinado.
Noiz arte? Nork babesten gaitu zuengandik? ASKI DA!!!
Até quando? Quem nos protege de vocês? Basta! / Fonte: gazteiraultza.info

O LAB mobiliza-se no País Basco Sul em defesa da saúde no trabalho

Ontem, as quatro capitais de Hego Euskal Herria foram palco de mobilizações convocadas pelo sindicato abertzale LAB em defesa do direito à saúde no trabalho, algo que a tristemente famosa «reforma laboral» irá certamente atingir.

Em 2011, em Euskal Herria (incluindo Hegoalde e Iparralde) faleceram 80 pessoas - o que mostra bem como o patronato faz vista grossa às medidas de prevenção de riscos, com a conivência de políticos que «facilitam» o incumprimento das regras de segurança laboral. O número referente a 2012 também impressiona: 19 pessoas já perderam a vida. / Notícia completa: boltxe.info / Mais info: BilboBranka

Ver também: «Sopela presta homenagem aos trabalhadores do município que morreram em acidentes laborais» (Gara)
Por ocasião do Dia Internacional da Segurança e Saúde Laboral, a Câmara Municipal de Sopela (Uribe Kosta, Bizkaia) realizou uma cerimónia em homenagem aos trabalhadores do município que morreram em acidentes laborais. Ali, pediu-se às empresas e aos poderes públicos condições de trabalho «dignas, seguras e saudáveis».

Leitura:
«Revasquizar España», de Julio SÁNCHEZ (lahaine.org)
El País Vasco se ha convertido en el laboratorio de pruebas para un Estado que solo tiene de Estado (que es absolutamente todo) la fuerza con la cual imponer el terror. [...] El Estado Español quiere «revasquizar España», aplicar el esquema vasco para atenazar y coartar la capacida movilizadora de esa mayoría social que formamos todos aquellos que estamos sin empleo, que tenemos un empleo precario, los que debemos trabajar mas tiempo por menos salario, los que no podemos optar a una vivienda, a los que las instituciones parasito-financieras expulsa de sus casas, los trabajadores y las trabajadoras inmigrantes que vinieron a intentar vencer a la miseria que sus países natales, víctimas de la opresión del imperialismo, les ofrecen.

Larraga evoca os 47 habitantes fuzilados pelo franquismo

Colectivos de Larraga, com a ajuda dos vereadores do Bildu e do PSN, renderam uma emotiva homenagem aos 47 habitantes que foram fuzilados pelo regime franquista. Na ocasião, foi inaugurado um monumento em sua memória no futuro Parque da Memória.

O monumento figura 47 buracos de bala, um por cada vítima mortal, bem como arados, para recordar que os falecidos não eram mais que camponeses. Colocaram-se cravos vermelhos, amarelos e roxos em cada um dos buracos.

O autarca da localidade navarra, Antonio Lamberto (PSN), que é familiar de Maravillas Lamberto, uma das vítimas mais conhecidas, destacou o «reconhecimento especial» aos falecidos, tendo acrescentado que «não há nada para celebrar, mas sim muito para recordar». Afirmou ainda que na zona «não houve guerra», mas uma grande repressão e impunidade. / Fonte: Gara / Foto: Berria

Parque de la Memoria - Larraga (Nafarroa, EH) Fonte: SareAntifaxista

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Contra a pena perpétua: concentrações em Iruñea, Gasteiz e Bilbo

Convocadas pelo Herrira, realizaram-se hoje ao meio-dia, frente aos tribunais de Bilbo, Iruñea e Gasteiz, concentrações contra a sentença 197/2006, que permite prolongar as penas de prisão. Para o Herrira, o «Plano de Reinserção» que o Governo espanhol pôs em marcha não soluciona a situação dos presos, nem resolve a questão dos direitos humanos. Ver: Gara / Fotos: Iruñea (ateakireki.com), e Gasteiz (Berria)

Relatório mensal da Etxerat: Março
[Excerto da introdução.] Infelizmente a situação dos 639 presos e presas que compõem o Colectivo de Presos Políticos Bascos continua na mesma. Embora em Euskal Herria se esteja a fazer um esforço muito grande em prol da paz e da solução do conflito, o Governo espanhol mantém os nossos familiares na mesma situação, sem respeitar os direitos das presas e dos presos políticos bascos ou os nossos [familiares e amigos] e tentando colocar obstáculos à solução do conflito. Não se dão passos para que os direitos dos nossos familiares sejam respeitados. Como se pode observar neste relatório mensal, os seus direitos mais básicos não são respeitados: ter uma alimentação adequada ou poder sair da cela mais de uma hora é um verdadeiro luxo para elas e para eles.
Repetem-se, mais uma vez, as agressões físicas e o isolamento. Como se estar na prisão não fosse suficientemente difícil, a atitude que os funcionários mantêm para com as presas e os presos políticos bascos torna mais duro o tempo que estes têm de passar na prisão; as agressões, as ameaças, os insultos e as atitudes agressivas sucedem-se. / VER: etxerat.info / Relatório mensal da Etxerat: Março

Gotzon Alcalde libertado pouco depois de ser julgado na AN
No julgamento, o procurador Luis Barroso pedia 18 anos e 10 meses de prisão para o preso algortarra, por planear um atentado contra a casa-quartel de Getxo. De acordo com as mesmas fontes, a libertação de Gotzon pode ficar a dever-se ao facto de, muito provavelmente, vir a ser absolvido neste processo ou ao facto de já ter cumprido em situação de prisão provisional mais de metade da pena a que vier a ser condenado.
O biscainho, que foi detido juntamente com Leire Etxeberria em Fevereiro de 2006 na localidade francesa de Montluçon, apenas respondeu a questões colocadas pelo seu advogado, Alfonso Zenón; reconheceu ter colaborado com a ETA, embora tendo afirmado que «nunca» participou na planificação de nenhuma «acção concreta» nem em actividades dos «liberados», como o roubo de viaturas ou a falsificação de matrículas. A defesa pediu a sua absolvição, por falta de provas.
Depois do julgamento, Gotzon foi libertado, tendo saído da prisão de Valdemoro ainda ontem. Hoje, vai haver festa em Algorta! Ongi etorri! / Fontes: Gara e algortaHerrira

Labi e Xaporra recebidos de braços abertos em Zarautz
Passaram um ano na prisão depois de condenados por «enaltecimento do terrorismo» pela AN espanhola, na sequência de uma denúncia anónima. / Fonte: herrira.org

Leitura:
«Criminales chantajistas», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
Los presos politicos no necesitan reinsertase en una sociedad en la que están plenamente insertados. Por eso los dispersan, para alejarlos del pueblo. Obviamente después de décadas ya se han dado cuenta que sus esfuerzos han sido en vano. Se han quedado simplemente con una política penitenciaria criminal, cruel y sobre todo gratuita. Es el estado español el que persigue violentamente a la mayoría de la sociedad vasca que defiende los derechos de los presos políticos. Son los estados en definitiva los que deben de respetar esa voluntad.

EA, esquerda abertzale, Aralar e Alternatiba vão enviar uma delegação ao julgamento da D3M e do Askatasuna

Numa conferência de imprensa em Donostia, hoje, Oskar Matute (Alternatiba), Maribi Ugarteburu (esquerda abertzale), Iban Asenjo (EA) e Aser Lertxundi (Aralar) consideraram «muito grave» a realização do julgamento da D3M e do Askatasuna, na medida em que se trata de um processo de «carácter claramente político» contra 13 pessoas «acusadas de terem apresentado uma proposta eleitoral aos cidadãos bascos».

Na sua opinião, este processo representa a «continuação das políticas de ilegalização», bem como uma «nova concretização das medidas que o violam o direito à participação e à representação política que a grande maioria dos cidadãos bascos ultrapassou para sempre».
Depois de insistir na ideia de que o julgamento «viola direitos civis e políticos perseguindo apenas objectivos políticos», afirmaram que existe uma maioria social e política que pede ao Governo espanhol que «mostre uma atitude construtiva perante esta oportunidade histórica de superação do conflito político».

Pediram ainda aos cidadãos que adiram à manifestação que se irá realizar no sábado, dia 5 de Maio, em Bilbo, para «tirar o Governo espanhol do seu imobilismo», e fizeram saber que vão enviar uma delegação composta por elementos das suas forças políticas ao início do julgamento, que arranca a 3 de Maio, para expressar o seu «apoio e solidariedad» às pessoas processadas. / Fonte: Gara

Prosseguem as iniciativas de apoio aos treze arguidos da D3M e do Askatasuna
À medida que se aproxima o dia 3 de Maio, data do início do julgamento do caso D3M e Askatasuna, as iniciativas solidárias com os arguidos multiplicam-se, em particular nas suas terras e nos seus locais de trabalho. Na quarta-feira, no campus universitário de Leioa (Bizkaia) houve uma concentração de apoio à professora Arantza Urkaregi. (Gara)

Hoje, realizou-se uma concentração de apoio aos arguidos no processo D3M e Askatasuna frente à Câmara Municipal de Gasteiz. [Na foto de baixo.] Com o lema «Eskubide guztiak proiektu guztientzat. No mas juicios políticos» [Todos os direitos para todos os projectos. Não aos julgamentos políticos], quiseram denunciar o julgamento que se inicia na semana que vem. (Berria)

«Ziztadak», uma co-produção basco-catalã

Bilbo * E.H.
O documentário Ziztadak [moscardos] (2012) é uma co-produção basco-catalã que propõe uma viagem pelo universo das acções não violentas - como as dos insubmissos, de activistas de Iparralde, de Lemoiz ou de Itoiz -, que em muitos casos foram silenciadas e mesmo esquecidas no País Basco.
Ziztadak (trailer)
ZIZTADAK / TÁBANOS TRAILER from Fora de Quadre on Vimeo.
Realização de Oriol Andrés, Carles Castro e Gemma Garcia. Produção de Bidea Helburu e Associació de Periodisme Fora de Quadre. Mais info aqui. / Fonte: SareAntifaxista

Maiatza Gorria/Maio Vermelho: ciclo de conferências em Iruñea

Dia 2: Antxon Etxebeste, «Presente y futuro de Euskal Herria»
Dia 9: Nekane Jurado, «Crisis del capitalismo. ¿Que socialismo para EH?»
Dia 16: Lazaro Oramas, «Cuba y los mass media. Estrategia de la desinformación»
Dia 23: Karlos Ezkurra e Oskar De Miguel, «Euskal Preso Politikoen Kolektiboa, EPPK»
Dia 30: Julio Villanueva, «Mugitu! AHT gelditzeko. Desobediencia civil contra el TAV.»

Todas as quartas-feiras às 19h00, na Herriko Taberna da Karmen kalea. Deixa a play station sossegada e aparece! / Fontes: ateakireki.com e Sanduzelai_Leningrado

Etxaide destaca que o sindicalismo soberanista deve desempenhar «um papel hegemónico»
Numa conferência de imprensa que decorreu em Bilbo, a secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, acompanhada por Jabi Garnika, Sonia González e Gorka Berasategi, analisou o contexto em que o sindicato vai realizar o seu VIII Congresso (Barañain, 21 e 22 de Junho), na sequência da mudança geracional associada à renovação dos postos de direcção decidida no congresso anterior, que teve lugar há quatro anos na capital biscainha.

Etxaide disse que o LAB se vai apresentar «forte e coeso» no novo congresso, pois actualmente conta com «recordes históricos», tanto a nível de representatividade como de filiados, algo que lhe permitirá enfrentar este novo encontro com «grande ambição».
Para o LAB, trata-se de um congresso «ordinário» que se reveste, ainda assim, de uma importância «extraordinária», devido ao contexto de «profunda mudança a nível global e local» que provocou o «fim de um ciclo económico e social e exige a abertura de um novo». / Notícia completa: Gara

Ver ainda: «Maiatzaren Leheneko deialdiak», de LAB Sindikatua (lahaine.org)
Convocatórias para o Primeiro de Maio.

Leitura:
«Uno de mayo, día del poder popular», de Boltxe Kolektiboa (boltxe.info)
El 1 de mayo estaremos en la calle. Boltxe llama a acudir a las manifestaciones así como a todas las actividades que convoque LAB y los movimientos populares en la lucha por la soberanía de nuestro pueblo, por el socialismo y el antipatriarcado. [Gora maiatzaren lehena! Lotu borrokari! Viva o 1.º de Maio! Junta-te à luta!]

Já se conhece o programa musical do festival EHZ


Heleta (Nafarroa Beherea, EH)
Ekainak 29/30 de Junho - Uztailak 1 de Julho

Em Fevereiro, já tinham sido avançados os nomes de algumas bandas; hoje, em Baiona, foram anunciadas as restantes. Ver: ehz-feztibala.eu e kazeta.info

Raggasonic
Fonte: topatu.info

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gernika assinala a sua tragédia num silêncio só rompido pelas sirenes e pelos sinos

75 anos depois de Gernika ter sido arrasada pela bombas da Legião Condor, por ordem de Franco, o Estado espanhol recusa o reconhecimento da autoria, ao contrário do que fez a Alemanha. Às 15h45, hora em que começou o bombardeamento, as sirenes e os sinos evocaram de forma emotiva aquela tragédia.

Vídeo: O bombardeamento de Gernika (Gara)

Vídeo: Sirene e flores no cemitério (BerriaTB)

Fotos: 75.º aniversário do bombardeamento de Gernika (Gara)

Vídeo: Homenagem ao jornalista George Steer (Gara)

Ano após ano é, sem dúvida, o momento mais emotivo de todos. Todos os anos, pelas 15h45, hora em que se iniciou o ataque que reduziu Gernika a escombros, a vila emudece durante quatro minutos. Quatro minutos em que é apenas possível ouvir o ruído das sirenes e o tocar dos sinos que uma vez anunciaram a chegada iminente dos aviões das tropas fascistas.

Assim foi hoje também e um bom número de gernikarras veio para as ruas assinalar e evocar em silêncio o que se passou. Em muitas janelas e varandas viam-se ikurriñas com crepes negros.
Às 16h30 teve lugar no cemitério de Zallo a oferenda floral aos falecidos.

Actos de homenagem
Os actos comemorativos do 75.º aniversário do bombardeamento iniciaram-se na parte da manhã, com a apresentação da Declaração de Gernika 1937-2012 por parte da Gernika Batzordea. A essa hora também, foi apresentado o filme Gernika bajo las bombas, realizado pela EiTB.

Uma hora mais tarde, ao meio-dia, teve lugar a entrega do VIII Premio Gernika por la Paz y la Reconciliación, que este ano foram atribuídos a Roman Herzog, ex-presidente da Alemanha, de 1994 a 1999, à Lokarri e à Gernika Gogoratuz.
A entrega dos prémios serviu para dar a conhecer o acordo de cooperação que, sob o título «Marchemos juntos en paz», foi rubricado por sobreviventes dos bombardeamentos de Gernika e das localidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

O embaixador alemão referiu, na sua intervenção, que, com o reconhecimento há quinze anos da participação da Alemanha nos bombardeamentos, se quis estender a mão a Gernika. Hoje, ao receber o prémio em nome de todos os alemães, considerou que Gernika aceitou aquela mão estendida.

Por seu lado, o coordenador da Lokarri, Paul Ríos, desafiou os dirigentes políticos a fazer «um esforço sincero» para dar a todas as gerações que, de uma ou outra forma, estiveram marcadas pela violência a oportunidade de conhecer uma paz «baseada na convivência e no respeito».

Escultura de Basterretxea
Uma hora mais tarde começou a cerimónia de inauguração do monumento Agonía del fuego / Suak eragindako agonia, de Nestor Basterretxea, com a presença do escultor, testemunhas do bombardeamento, diversas autoridades, dantzaris e membros da Kultur Batzordea.

Basterretxea destacou que a sua obra, que visa render homenagem à memória dos que sofreram o bombardeamento, é a que «mais intensamente» desejou testemunhar. «Espero que esta imagem seja capaz de alcançar a dimensão da dor que a memória colectiva guarda», disse.

Basterretxea insistiu também na necessidade de não esquecer. «Perdoar sim, mas esquecer, jamais», sentenciou.

O artista natural de Bermeo (Bizkaia) cortou a fita com que se inaugurou oficialmente a escultura, juntamente com o lehendakari, Patxi López; o autarca de Gernika, José María Gorroño; e o embaixador da Alemanha no Estado espanhol, Reinhard Silberberg, que esteve presente em nome do ex-presidente Roman Herzog.

O autarca pediu ao Governo espanhol que «restitua a honra dos bascos dizendo a verdade» como, segundo recordou, fez o Executivo alemão em 1997. «Os separatistas bascos não queimaram Gernika, é a hora da verdade», realçou Gorroño, que pediu também, «sem mais demoras», que o Guernica de Picasso seja levado para a localidade.

Por seu lado, López referiu que o bombardeamento de Gernika não deve servir para «procurar ao passado vinganças presentes, mas para construir um muro que, no futuro, impeça a violência em nosso solo».

«Gernika Sutan»
Os actos comemorativos prosseguiram às 19h00, quando cerca de 200 habitantes interpretaram a obra Gernika sutan por toda a localidade, terminando frente à Câmara Municipal. Uma manifestaçaõ silenciosa, organizada pela Gernika Batzordea, será o último acto da jornada. / Fonte: Gara

Gernika, 1937-2012

Mais informação:
«Gernika, 75. urteurrena (dossier especial)» (Berria)

«Há 75 anos, os fascistas bombardearam Gernika» (boltxe.info)

«A dor de Nagasaki revivida em Gernika», de Mikel PASTOR (Gara)

«O grande encontro de 1987 como referência», de Mikel PASTOR (Gara)

[Com vídeo] «Concentração de protesto contra as manobras militares em Elgeta» (goiena.net via SareAntifaxista)

Leituras:
«Gernika es hoy», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
El bombardeo de Gernika nos recuerda una de las características del estado español; La mentira. Pero no solo esa. También nos recuerda la impunidad.

«75 años después, no engañan a nadie» (editorial do Gara)
En Gernika, el fascismo se mostró como es, igual que el Estado español con su actitud durante todos estos años. No engañan a nadie, y mucho menos a un país que quiere construir el futuro sin olvidar su pasado.

«La memoria de los Intxortas», de Anjel REKALDE (boltxe.info)
¿Cuál es el sentido de las maniobras actuales de la tropa en Elgeta? En esencia, hacer acto de presencia: alardear; afirmar, aquí estamos; vencimos y seguimos venciendo en esta tierra. Somos la misma tropa. Nos burlamos de vuestro sufrimiento e imponemos nuestras armas.