domingo, 6 de dezembro de 2009

Solidariedade com os jovens presos recentemente, em Durango


A manifestação convocada pelo Movimento Juvenil para responder à última operação policial contra jovens independentistas recebeu um forte apoio nas ruas Durango (Bizkaia). Cerca de 2000 pessoas participaram na mobilização que teve início junto ao edifício de Landako, que acolhe durante estes dias a 44.ª edição da Durangoko Azoka.

À marcha presidiu uma faixa em que se lia «Errepresioaren aurrean, gazteok borrokan» [Frente à repressão, os jovens em luta] e a lembrança dos 32 jovens que foram encarcerados na sequência da operação iniciada a 24 de Novembro por ordem do juiz do tribunal de excepção espanhol Fernando Grande-Marlaska.

Representantes de organizações juvenis da Irlanda, Finlândia, Noruega e Itália estiveram presentes numa marcha que também contou com o apoio da Gazte Abertzaleak e dos numerosas organizações sociais que subscreveram o manifesto «Gazte eta independentista: delitua»; entre elas, quase meia centena de organizações independentistas juvenis como o MAS, da Bolívia, ou a YCLSA, da África do Sul.

No acto político final, o último ataque judicial-policial «não conseguiu desfazer o trabalho da juventude basca, antes contribuindo para a juntar forças e dar uma resposta conjunta». «A estratégia empreendida contra nós voltou-se contra eles», afirmaram.

Os promotores disseram também que o Estado espanhol voltou a evidenciar que «vale tudo» contra o Movimento Juvenil Basco e que pôs em marcha a «máquina repressiva» enchendo as ruas de Euskal Herria com centenas de polícias, que entraram em gaztetxes, associações de moradores, bares e casas.

«Neste povo ser jovem e comprometido parece que é um delito. Construir alternativas paga-se com a prisão e trabalhar para mudar o modelo de sociedade dá-lhes legitimidade para torturar», referiram. Na sua opinião, o que conduziu à operação policial foi o facto de «terem medo». «A ideia de que nos juntemos mete-lhes medo, já que lhes falta coragem», insistiram.

«A nossa arma mais forte é a juventude e isso não se elimina com operações policiais. Viremos para a rua para que os nossos direitos civis e políticos sejam garantidos, e vamos continuar a trabalhar porque temos toda a legitimidade para levar a cabo o nosso projecto com inteira liberdade».

Julgamento relacionado com a operação de há dois anos
Um grupo de jovens donostiarras detidos há dois anos acusados de pertencerem à Segi convocaram para o próximo sábado uma manifestação, cujo lema é «Euskal gazteria aurrera» [Viva a juventude basca], tendo em vista o julgamento, que se aproxima. A mobilização partirá às 17h30 do Boulevard de Donostia. Aitor Olaizola e Urko Labaka, dois dos 26 jovens que foram presos naquela operação policial, compareceram ontem perante a comunicação social, na companhia de outras pessoas detidas na altura, para informar que 18 deles enfrentam oito anos de prisão no julgamento que irá decorrer no tribunal de excepção espanhol.

Afirmaram que operação em que foram detidos visava «amedrontar a juventude basca» e que esse propósito «continua vivo hoje em dia», como o evidencia a última operação contra a juventude independentista. Disseram ainda que nestes dois anos houve mais de 150 jovens detidos, e dezenas de torturados. Perante esta situação, reivindicaram a legitimidade para defender todos os projectos políticos, incluindo o da independência.
Fonte: Gara

Ver também:
«A resposta à operação policial logra uma unidade juvenil poucas vezes vista»
http://www.gara.net/paperezkoa/20091205/170459/es/La-respuesta-redada-logra-una-unidad-juvenil-pocas-veces-vista