Os promotores da Declaração de Bruxelas continuam a juntar apoios entre personalidades internacionais para impulsionar um processo de resolução. Segundo fizeram saber numa entrevista os dirigentes do partido flamengo N-VA que estão a trabalhar nessa tarefa, o objectivo em si «não é juntar mais e mais nomes», mas ver se o PSOE «quer assumir um papel histórico e decisivo» para acabar com este conflito político.
Os dirigentes do partido flamengo N-VA Frieda Brepoels e Piet de Zaeger anteciparam numa entrevista publicada ontem pelo diário Deia que vão continuar a reunir apoios entre personalidades internacionais para impulsionar um processo de resolução em Euskal Herria.
Na segunda-feira passada Brepoels apresentou juntamente com o mediador sul-africano Brian Currin a chamada Declaração de Bruxelas na sede do Parlamento europeu. O documento foi subscrito por vinte personalidades, entre as quais se encontram quatro Prémios Nobel da Paz e conseguiu juntar antigos rivais como Nelson Mandela - assina a Fundação que tem o seu nome -, Desmond Tutu e Frederik de Klerk, no caso sul-africano, e Mary Robinson, John Hume, Albert Reynolds e Jonathan Powell - ex-chefe de Gabinete de Tony Blair - no processo irlandês.
Segundo afirmaram, nas próximas semanas vão propor mais nomes a Brian Currin e insistem em que a Declaração de Bruxelas «é algo que tem de ir crescendo».
Os membros do partido N-VA dizem na entrevista que não entendem as posições mantidas por representantes do PSOE e PP quando criticam o documento. De Zaeger recorda que entre os autores «há quatro prémios Nobel da Paz, gente que conseguiu resolver os conflitos da África do Sul e da Irlanda do Norte, peritos na resolução de conflitos. Não entendo como é que há gente que repudia a declaração».
Diz também saber «que há dirigentes do PSE que afirmaram que somos gente muito voluntariosa, mas estão-nos a chamar diplomaticamente ingénuos».
«Moralmente superiores?»
Na Declaração de Bruxelas reconhecem o posicionamento adoptado pela esquerda abertzale, dirigem-se à ETA para lhe pedir um «cessar-fogo permanente e completamente verificável» e pedem uma resposta positiva ao Governo espanhol.
Neste sentido, De Zaeger desafiou directamente José Luis Rodríguez Zapatero a responder se quer assumir «o papel de Tony Blair» ou se «quer um lehendakari com um papel similar ao que teve Ian Paisley» no Norte da Irlanda. «Não se trata de juntar mais e mais nomes, mas de ver se o PSOE quer assumir algum papel decisivo e histórico para pôr fim a este conflito», acrescenta.
Afirma também que o PSOE e o PP «não deveriam ser tão agressivos descartando propostas e iniciativas como esta. Dá a impressão que se julgam moralmente superiores quando nos anos 80 os socialistas estiveram envolvidos numa guerra suja contra a ETA e houve políticos do PSOE julgados por isso».
O dirigente do N-VA diz ainda que o Governo espanhol pediu ajuda à União Europeia na sua luta contra a ETA, «pelo que agora não podem dizer que não os podemos ajudar na resolução do conflito».
Imprensa alemã faz eco da apresentação da iniciativa
A Declaração de Bruxelas vai ganhando mais eco nos órgãos de comunicação social à medida que o tempo vai passando, pese o intento de bloqueio por parte Madrid. Por exemplo, vários diários e semanários alemães fizeram eco da apresentação realizada na segunda-feira [29/03] em Bruxelas por Brian Currin e Frieda Brepoels. Entre a imprensa espanhola, a informação foi silenciada ou minimizada num primeiro momento, mas na parte final da semana ganhou peso nas análises e passou subitamente para primeiro plano para exigir à ETA uma resposta ao documento.
Fonte: Gara
Os dirigentes do partido flamengo N-VA Frieda Brepoels e Piet de Zaeger anteciparam numa entrevista publicada ontem pelo diário Deia que vão continuar a reunir apoios entre personalidades internacionais para impulsionar um processo de resolução em Euskal Herria.
Na segunda-feira passada Brepoels apresentou juntamente com o mediador sul-africano Brian Currin a chamada Declaração de Bruxelas na sede do Parlamento europeu. O documento foi subscrito por vinte personalidades, entre as quais se encontram quatro Prémios Nobel da Paz e conseguiu juntar antigos rivais como Nelson Mandela - assina a Fundação que tem o seu nome -, Desmond Tutu e Frederik de Klerk, no caso sul-africano, e Mary Robinson, John Hume, Albert Reynolds e Jonathan Powell - ex-chefe de Gabinete de Tony Blair - no processo irlandês.
Segundo afirmaram, nas próximas semanas vão propor mais nomes a Brian Currin e insistem em que a Declaração de Bruxelas «é algo que tem de ir crescendo».
Os membros do partido N-VA dizem na entrevista que não entendem as posições mantidas por representantes do PSOE e PP quando criticam o documento. De Zaeger recorda que entre os autores «há quatro prémios Nobel da Paz, gente que conseguiu resolver os conflitos da África do Sul e da Irlanda do Norte, peritos na resolução de conflitos. Não entendo como é que há gente que repudia a declaração».
Diz também saber «que há dirigentes do PSE que afirmaram que somos gente muito voluntariosa, mas estão-nos a chamar diplomaticamente ingénuos».
«Moralmente superiores?»
Na Declaração de Bruxelas reconhecem o posicionamento adoptado pela esquerda abertzale, dirigem-se à ETA para lhe pedir um «cessar-fogo permanente e completamente verificável» e pedem uma resposta positiva ao Governo espanhol.
Neste sentido, De Zaeger desafiou directamente José Luis Rodríguez Zapatero a responder se quer assumir «o papel de Tony Blair» ou se «quer um lehendakari com um papel similar ao que teve Ian Paisley» no Norte da Irlanda. «Não se trata de juntar mais e mais nomes, mas de ver se o PSOE quer assumir algum papel decisivo e histórico para pôr fim a este conflito», acrescenta.
Afirma também que o PSOE e o PP «não deveriam ser tão agressivos descartando propostas e iniciativas como esta. Dá a impressão que se julgam moralmente superiores quando nos anos 80 os socialistas estiveram envolvidos numa guerra suja contra a ETA e houve políticos do PSOE julgados por isso».
O dirigente do N-VA diz ainda que o Governo espanhol pediu ajuda à União Europeia na sua luta contra a ETA, «pelo que agora não podem dizer que não os podemos ajudar na resolução do conflito».
Imprensa alemã faz eco da apresentação da iniciativa
A Declaração de Bruxelas vai ganhando mais eco nos órgãos de comunicação social à medida que o tempo vai passando, pese o intento de bloqueio por parte Madrid. Por exemplo, vários diários e semanários alemães fizeram eco da apresentação realizada na segunda-feira [29/03] em Bruxelas por Brian Currin e Frieda Brepoels. Entre a imprensa espanhola, a informação foi silenciada ou minimizada num primeiro momento, mas na parte final da semana ganhou peso nas análises e passou subitamente para primeiro plano para exigir à ETA uma resposta ao documento.
Fonte: Gara