Altsasu foi o palco de uma conferência de imprensa carregada de referencialidade histórica, mas que olha para o futuro. Membros dos partidos da Mesa de Altsasu, criada em 1977 e que representou a primeira expressão da política de alianças da esquerda abertzale, manifestaram a sua aposta «num projecto político e organizativo democrático e, portanto, comprometido com as vias exclusivamente pacíficas e políticas». Pedem que se fundamente «na rejeição da violência como forma de alcançar objectivos políticos» tanto «no seio como fora» desse projecto. Baseado, pois, «no convencimento, na adesão democrática e na mobilização popular como instrumentos de acção política», acrescentam.
Manifesto
Editorial do Gara: «Historia, presente y futuro cercano»
Bideoa/Vídeo: http://www.gara.net/bideoak/101029_altsasu/
«Se a Mesa de Altsasu foi o grupo político que possibilitou posteriormente o desenvolvimento da Unidad Popular, hoje, em 2010, perante uma nova fase política, a memória daquela Mesa de Altsasu deve servir para dar vida a um novo projecto político e organizativo para os abertzales de esquerda de Euskal Herria. Este é o desafio colectivo nos próximo tempos políticos», afirmaram os presentes, que pertenciam ao HASI, EIA, ESB, ANV e LAIA, cujos porta-vozes foram Txomin Ziluaga, Arantza Arruti e Karmel Etxebarria. Com eles estavam também Izaskun Larreategi, Marije Ostolaza, Simón Loiola, Patxi Goenaga e muitos, muitos outros, havendo ainda os casos de alguns que não puderam acudir, como Jose Luis Alvarez Enparantza, Txillardegi.
Fazem este apelo com base numa convicção: «Neste largo período de tempo de resistência e luta, gerou-se uma consciência colectiva não assimilável por autonomismos convertidos em delegações do Governo central. Por isso, julgamos indispensável acentuar os esforços e compromissos para abrir uma nova fase política, a fase política da mudança real em Euskal Herria, a fase política do reconhecimento nacional, da soberania, a fase política em que o soberanismo e os sectores de esquerda se posicionem como via central para alcançar avanços».
Fonte: Gara
Movimentos políticos em Euskal Herria:
«O EA diz que Zapatero já não tem desculpas para vetar a esquerda abertzale»
«Os signatários do acordo de Gernika vão-se reunir com agentes navarros, de forma a conseguir novas adesões»
«Erkizia apela à "prudência e seriedade" face às tentativas de sabotar o processo»
Ver também:
«Sempre acossados mas mais vivos que nunca», de Iñaki IRIONDO (Gara)
O Estado espanhol nunca deixou de acossar o independentismo basco. Antes da ilegalização, desde o seu nascimento, as expressões políticas da esquerda abertzale foram perseguidas e os seus militantes detidos, torturados e mortos em atentados. Apesar disso, o projecto seguiu em frente e tem continuidade histórica.
Futuro com Memória - «Santi Brouard: abertzale ta sozialista»
Um exemplo. Santi Brouard, natural de Lekeitio (Bizkaia, 1919), médico pediatra e dirigente da esquerda abertzale, foi eleito pelo Herri Batasuna para o Senado, desempenhou o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal de Bilbau e, perseguido pela ditadura franquista, teve de se exilar em França em 1974. No dia 20 de Novembro de 1984 foi abatido a tiro no seu consultório de pediatria em Bilbau por assassinos a soldo dos GAL.