A manifestação, que partirá da Praça Lapurbide às 18h00, exigirá o fim da repressão e da tortura e a existência de uns mínimos democráticos que possibilitem o desenvolvimento de um processo democrático
A operação policial levada a cabo pela Guarda Civil a 14 de Setembro, na qual foram detidos nove militantes independentistas bascos, provocou um profundo mal-estar na localidade navarra de Antsoain, de onde é natural Rosa Iriarte. Os habitantes de Antsoain lembram que a jovem esteve incomunicável e que foi «selvaticamente torturada», tendo denunciado agressões, ameaças, simulação da aplicação de eléctrodos, exercícios físicos até à extenuação e «o saco». De acordo com o seu testemunho, Roxika permaneceu sempre «com um capuz ou num ambiente de total escuridão, ouvindo a tortura que era aplicada aos seus companheiros/as e sendo-lhe aplicados pós que deixavam dormentes as extremidades das mãos e das pernas, ou a boca». Agora encontra-se na prisão de Soto del Real, «simplesmente pelo seu trabalho político em defesa de Euskal Herria», realçam os seus conterrâneos.
Falta de democracia
«Estas detenções e torturas com um evidente carácter político são mais um exemplo do estado de excepção, da repressão e da falta de democracia que se vive em Euskal Herria», denunciam em Antsoain. De acordo com as mais de 200 pessoas que subscrevem o documento, estas operações policiais «são o reflexo do caminho que o Estado espanhol está a fazer quando confrontado com o início de um Processo Democrático» em Euskal Herria.
Neste sentido, lembram que uma das reivindicações que mais estão a tocar um vasto sector da sociedade é a do reconhecimento dos direitos civis e políticos, «permitindo a actividade política e exigindo a derrogação da Lei de Partidos, uma lei que permite a detenção de militantes políticos, como no caso de Roxika».
Entre os «mínimos democráticos» exigidos está também o fim da tortura e do regime de incomunicação. «As medidas imediatas para acabar com isto são o fim do período de incomunicação e a supressão da Audiência Nacional espanhola, tribunal de excepção criado para proceder à violação de todo o tipo de direitos civis e políticos», afirmam de forma categórica.
Manifestação e resposta contundente
Os conterrâneos de Roxika exigem «à sociedade uma resposta contundente e ampla», de forma a evitar novas operações policiais. Para tal convocam uma manifestação para este sábado, dia 16 de Outubro, que partirá da Praça Lapurbide, em Antsoain. Até ao momento, aderiram mais de 230 pessoas da localidade, de diferentes áreas e ideologias.
Fonte: apurtu.org