quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Perseguição político-ideológica: cinco membros da AEK, entre os imputados pela Korrika


Quinze navarros, entre os quais três membros da AEK, tiveram de se apresentar ontem, acusados da prática de um crime de «enaltecimento do terrorismo», no comando da Guarda Civil em Iruñea. O processo aberto pelo juiz da Audiência Nacional espanhola Pablo Ruz pela presença de fotografias de presos políticos bascos na passagem da Korrika de 2009 pela capital navarra vai implicar mais comparências no comando, uma vez que, como o Gara conseguiu apurar, pelo menos mais dois integrantes da AEK foram notificados para prestar depoimentos relacionados com esta causa, um nas instalações da Guarda Civil em Donostia e outro nas da capital alavesa.

Embora a maioria dos imputados tenha recusado responder às perguntas dos agentes da Guarda Civil, estes prosseguiram com o interrogatório com questões de índole política.

Entre os imputados que ontem se deslocaram ao comando, encontram-se os vereadores independentistas Marine Pueyo e Xanti Kiroga ou o representante do Movimento pró-Amnistia, Josu Esparza. Os dois primeiros nem sequer levaram fotos de presos na última edição da Korrika pois eram eles que levavam o testemunho da corrida. Apesar disso, ambos foram imputados, tendo sido interrogados pelos agentes da instituição armada sobre o eventual conhecimento de que atrás deles seguiam imagens de presos. Kiroga, que no dia da Korrika levava uma T-shirt com o lema «Euskal Presoak Euskal Herrira», também foi questionado a esse respeito.

A Esparza fizeram-lhe perguntas sobre as suas funções no âmbito do Movimento pró-Amnistia. Perguntaram-lhe se recebia algum tipo de remuneração pelo trabalho que desempenhava ou se este movimento tinha qualquer relação com as Gestoras ou a Askatasuna.

Jaione Karrere, advogada de doze dos quinze imputados que depuseram ontem em Iruñea, disse ao Gara que o processo foi aberto pelo juiz Ruz em 2009 mas que só tiveram conhecimento de tal nesta segunda-feira. Ao que parece, Ruz terá dado ordens à Guarda Civil para investigar, daí que os imputados tenham sido notificados para depor nas instalações deste corpo policial.

Referiu que a maior parte das questões efectuadas pelos agentes se centrou no quilómetro do percurso que passava perto da prisão de Iruñea, tendo perguntado se este fora comprado pelo Movimento pró-Amnistia.

O.L.
Fonte: Gara