Egin Dezagun Urratsa: uma maré solidária invadiu Bilbo
Fonte: apurtu.org
Os organizadores da manifestação convocada para sábado em Bilbo para exigir o respeito pelos direitos dos presos ressaltaram que, com este acto, se deu «um passo importante» para desactivar a política penitenciária vigente e acabar com as violações de direitos que os presos sofrem, mas salientaram o facto de que ainda «há muito caminho pela frente» e pediram à sociedade que se envolva activamente.
Marifeli Etxeandia, irmã do preso José Miguel Etxeandia, e o jornalista da Radio Vitoria Iñaki Olasolo transmitiram a mensagem dos promotores da marcha no acto final que decorreu em frente à Câmara Municipal.
Na sua intervenção, destacaram que no sábado foi dado «um passo importante» na desactivação da actual política penitenciária e do seu carácter «puramente repressivo», tendo também realçado a ideia de que, agora, «temos um caminho inteiro a fazer», pois nos últimos dez anos «foi construído um enorme Guantánamo para o colectivo de presos políticos».
Assim, defenderam que se deve dar a conhecer ao mundo e «socializar em qualquer recanto do planeta» as «severas» violações de direitos que os prisioneiros bascos sofrem, uma realidade que «deve passar a ser uma coisa do passado quanto antes».
«A democracia deve abrir caminho e, com ela, devem ser ultrapassadas as razões que fizeram com que centenas de bascas e bascos estejam na prisão ou no exílio, apresentando uma solução democrática para o conflito político e superando também as suas consequências, entre as quais a existência de presas e presos, exilados e exiladas», salientaram.
Encher Euskal Herria de bandeirolas
Etxeandia e Olasolo referiram que o regresso dos presos a casa não há-de acontecer «com uma vareta mágica», mas «depois de percorrer o caminho que a sociedade basca iniciou hoje», um caminho que, ressaltaram, deverá ser feito «entre todos e todas» e que «contará com a mobilização popular, o compromisso político e social, a denúncia e a solidariedade como principais instrumentos».
«Um caminho que é preciso começar a concretizar desde já, enchendo as ruas de solidariedade e esvaziando as prisões de extermínio no âmbito de um processo de solução democrática para o conflito político», acrescentaram.
Por isso, pediram que os cidadãos se envolvam de forma activa na defesa dos direitos das presas e dos presos políticos e que «Euskal Herria fique repleta» de bandeirolas, para que «todo o mundo o possa ver: Euskal preso eta iheslariak etxera» (os presos e os refugiados bascos para casa).
«Alastremos esta mobilização às terras e aos bairros de forma constante. Tomemos as ruas das nossas terras e bairros todas as últimas sextas-feiras de cada mês. Que a última sexta-feira nunca mais seja um acto das pessoas familiares, mas um compromisso constante dos cidadãos de Euskal Herria, dos seus agentes e múltiplas associações. Que seja a expressão contínua de uma maré solidária imparável, como a que hoje encheu as ruas de Bilbo», concluíram.
Fonte: Gara
Na sequência da manifestação de Bilbo:
«A realidade impõe-se embora se dê destaque ao que não aconteceu», de Txisko FERNÁNDEZ