quarta-feira, 2 de março de 2011

Apelo à mobilização face à última escalada repressiva dos estados


Familiares dos quatro jovens ontem detidos pela Guarda Civil e dos independentistas presos pela Polícia francesa apelaram à mobilização popular face à repressão que se abateu sobre Euskal Herria nesta última semana.

Grande-Marlaska recusa a aplicação das medidas de prevenção de maus tratos

«Inmovilidad y oportunidad» (editorial do Gara)

Familiares dos quatro jovens ontem detidos pela Guarda Civil, juntamente com os dos independentistas de Izpura presos pela Polícia francesa, deram uma conferência de imprensa num hotel da capital biscainha, acompanhados por representantes do Movimento pró-Amnistia e por advogados, para fazer um apelo à mobilização popular face à repressão que se abateu sobre Euskal Herria nesta última semana.

Afirmaram que os estados espanhol e francês, confrontados com a aposta dos signatários do Acordo de Gernika em «começar a cumprir» a rota traçada no documento, apenas têm um ponto único nas suas agendas, que é a repressão.

«Nós, que defendemos uma solução real para o conflito político que vivemos, temos de nos tornar mais fortes, assumindo compromissos colectivos que intensifiquem a mobilização popular, e, em todos os domínios, temos de nos organizar para fazer frente à repressão. Temos de construir um movimento popular activo que, com inteligência e compromisso, desactive as práticas repressivas».
Daí o apelo à mobilização nos próximos dias em diferentes localidades bascas.

«Desassossego e temor» pelos detidos
Relativamente às detenções de Bilbo, ressaltaram o facto de sentirem «desassossego e temor» por terem sido efectuadas pela Guarda Civil. Acusaram a instituição armada de recorrer à tortura.
«Essa tortura é sistemática e possui um claro objectivo político», afirmaram, antes de acrescentar que «o Estado espanhol, semana após semana, está pôr em cima da mesa a mais brutal das violências».

«Alimentam o debate sobre a violência, passando a bola para o campo dos outros, mas, na prática, às escondidas, no silêncio da impunidade - disseram -, é nos gabinetes de La Moncloa que se decidem as mais selváticas torturas, que depois se praticam nas esquadras».

Se consideram que o PSOE é responsável directo pelo que possa acontecer aos quatro bilbaínos, não se esqueceram de destacar a «lamentável» atitude do PNV ao aplaudir as detenções.
Fonte: Gara