Pedro José Francés, que promoveu os actos de reconhecimento aos fuzilados em 1936 em Buñuel (Nafarroa), foi condenado pelo Tribunal de Primeira Instância número 3 de Tutera (Nafarroa) por colocar algumas «placas» simbólicas de papel na Câmara Municipal desta localidade da Erribera no passado dia 14 de Abril, durante uma mobilização evocativa da proclamação da II República.
Na realidade, tratava-se de papéis colados com fita adesiva na fachada da Câmara em que se lembrava que o autarca e o secretário, para além de vereadores e outros habitantes, foram fuzilados em 1936. Francés foi condenado a pagar uma multa de 160 euros e mais 281,33 euros ao Município de Buñuel, considerando-se que tem a responsabilidade civil.
A condenação abrange ainda um outro acto evocativo aos fuzilados pelos franquistas em Buñuel, que decorreu no dia 23 de Julho e no qual foram colocadas, frente à Câmara Municipal umas quantas silhuetas de corpos em memória dos 52 habitantes desta localidade mortos pelas balas fascistas.
O autarca de Buñuel, Joaquín Pórtoles (UPN), fez queixa de Francés pela sua participação nestas acções, argumentando que a Câmara Municipal tinha tido de gastar dinheiro na limpeza do edifício após a colocação das «placas» de papel e das silhuetas.
Pórtoles tentou ainda incriminar Francés pela colocação de papéis na cruz que fica à entrada da igreja de Buñuel em memória dos habitantes da localidade mortos em combate no lado franquista.
Buñuel foi uma das localidades navarras que mais duramente sofreram a repressão franquista em 1936, com mais de 50 fuzilados entre os seus habitantes.
Em Agosto de 2011, quando passavam 75 anos da matança, Francés organizou, pela primeira vez, um acto evocativo, relembrando a caravana da morte dos fascistas, que percorreram a terra, casa a casa, para fuzilar os seus habitantes. No ano seguinte, repetiu-se o acto evocativo. Francés é também autor de vários livros sobre a repressão franquista em Buñuel. / Martxelo DÍAZ / Notícia completa: Gara