As centrais abertzales ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e HIRU reclamaram em Bilbo o abandono do processo judicial contra um piquete informativo que participou na greve geral de 27 de Janeiro do ano passado. Fizeram também um apelo à participação na concentração solidária com as 18 pessoas imputadas que terá lugar esta quinta-feira, 10 de Janeiro, frente ao Palácio da Justiça de Bilbo, às 9h00, coincidindo com a realização do julgamento.
Segundo referiram, os sindicatos presentes manifestaram «reiteradamente» o seu repúdio pelo modelo social e económico que está «a ser imposto», e isso «tem as suas consequências, pois o poder político e o poder económico não perdoam a dissidência».
Afirmaram que a «prova disso» foi o que aconteceu em Gernika durante a greve geral, em que a Ertzaintza «reteve e identificou» um piquete informativo. Como consequência dessa acção policial, agora cada um dos 18 imputados pode apanhar 3 anos e 9 meses de prisão e pagar uma multa de 6000 euros. Na semana passada, numerosos organismos de Gernika e de toda a comarca de Busturialdea (Bizkaia) expressaram o seu apoio aos processados.
Criminalização
Segundo referiram, «estas situações não são novas», e quem se move no meio sindical «tem sido alvo, nos últimos anos, de um processo de criminalização contínuo».
Afirmaram que as instituições e o capital «não admitem nenhum tipo de contestação às suas práticas e dinâmicas antidemocráticas», e, desta forma, «espezinham os direitos de quem se recusa a aceitar as regras do jogo que eles decretam, através de normas colectivas decididas e impostas por eles mesmos», e «aplicando sanções individuais, de carácter penal ou económico, ou ambas, a quem protesta contra a imposição».
As centrais abertzales afirmaram que o «complexo aparelho de propaganda do sistema actua contra qualquer reivindicação por mais justa que seja», ao mesmo tempo que «se esconde as razões de fundo das mobilizações e protestos e nunca se analisa o que está na origem da reacção dos trabalhadores, mas apenas as suas consequências».
Para os sindicatos, «tudo isto responde ao propósito de deslegitimar, de isolar socialmente quem decidiu confrontar este modelo que nos querem impor». Segundo disseram, nas greves dos últimos anos no País Basco Sul recorreu-se a «qualquer desculpa para desvirtuar as razões de fundo das convocatórias, utilizando de forma perversa os Decretos de Serviços Mínimos, ocultando os motivos subjacentes à greve e criminalizando os piquetes informativos».
Disseram também que o processo judicial contra o piquete informativo «não resulta de um mero acaso» e que visa «desmotivar as pessoas e desmobilizar os sectores mais comprometidos com a luta». / Ver: naiz.info