Ontem, realizaram-se várias homenagens e cerimónias evocativas a Txiki, Otaegi e aos três companheiros fuzilados no mesmo dia, bem como a todos os homens e mulheres que foram assassinados pelo fascismo espanhol, por defenderem a dignidade, a vida, a soberania e o socialismo.
Mais pequenos ou mais concorridos, houve actos em Bilbo, Derio, Gasteiz e Zarautz. Em Iparralde, as celebrações do Gudari Eguna centraram-se nas vítimas dos GAL; em Baiona Ttipia (bairro da capital de Lapurdi), recordou-se em especial os sequestros de Joxi e Joxean, a execução de Kattu, e homenageou-se Xabier López Peña, morto num hospital de Paris há alguns meses, e Popo Larre, desaparecido há 30 anos.
No cemitério de Zarautz (Gipuzkoa), realizou-se uma homenagem emotiva frente ao túmulo de Txiki, junto ao qual familiares de Jon Paredes colocaram flores. O acto terminou com os presentes a cantarem o «Eusko Gudariak».
Durante a homenagem, Martxelo Álvarez, representante da Ahaztuak 1936-1977, dirigiu-se aos ali reunidos numa alocução em que criticou a Lei da Memória Histórica, que, segundo ele, «tem curto alcance e deixa o essencial na gaveta», apoiando «a Lei da Amnistia, que torna impossível o julgamento de responsáveis do franquismo».
Álvarez sublinhou que «a impunidade do regime franquista está mais vigente que nunca» e que a Lei da Memória Histórica é «uma lei de ponto final».
Afirmou ainda que a associação a que pertence e que organizou a cerimónia de ontem continuará a lutar, pois a pressão dá os seus frutos, como o demonstra o facto de Txiki e Otaegi terem sido reconhecidos pelo Governo de Lakua, em 2012, como vítimas da violência de origem política entre 1960 e 1978.
Em declarações aos jornalistas, Kepa Paredes, irmão de Txiki, referiu que este reconhecimento constituiu «um avanço» e que espera que «mais gente possa beneficiar» da medida.
Excerto da homenagem a Txiki em Zarautz [Urola Kosta Hitza]
À tarde, em Derio (Bizkaia), realizou-se uma pequena homenagem junto ao muro do cemitério onde vários cidadãos bilbaínos foram assassinados pelo fascismo espanhol, que terminou com o «Eusko Gudariak». / Ver: boltxe.info