Um juiz decretou a libertação de catorze dos dezoito detidos na operação de assalto da Guarda Civil ao Herrira que hoje foram presentes ao tribunal de excepção espanhol. Os outros quatro terão de pagar uma fiança de 20 000 euros para escapar à prisão. O juiz ordenou ainda a suspensão de actividades do Herrira e o encerramento das suas sedes e contas.
O juiz decretou a libertação de catorze dos dezoito membros do movimento Herrira sequestrados na segunda-feira, em Euskal Herria, pelas forças de ocupação espanholas, com a colaboração das forças de repressão locais, e que hoje foram presentes ao tribunal especial espanhol.
Trata-se de Sergio Labayen, Eneko Villegas, Roberto Noval, Oscar Sánchez, Beñat Zarrabeitia, Ekain Zubizarreta, Eneko Ibarguren, Amaia Esnal, Imanol Karrera e Fran Balda (que depuseram de manhã); e de Ane Zelaia, Ibon Meñika, José Antonio Fernández e Gorka González, que foram presentes a tribunal à tarde.
Jon Garai, Nagore García, Jesus Mari Aldunberri e Manu Ugartemendia foram levados para a prisão de Soto del Real e terão de pagar uma fiança de 20 000 euros para sair.
O magistrado mantém as acusações de «integração», «enaltecimento» e «financiamento», e impôs-lhes a proibição de abandonar o Estado espanhol, bem como a obrigatoriedade de se apresentarem quinzenalmente às autoridades e a proibição de participarem em actos que impliquem o «control de los presos» (sic) ou «enaltecimiento del terrorismo» (sic).
Para além disso, o juiz ordena a suspensão das actividades do Herrira por um período de dois anos, prorrogáveis, e decreta o encerramento das suas sedes, da sua página de Internet e das suas contas nas redes sociais, bem como o bloqueio das suas contas bancárias.
Tal como aconteceu no quartel de Tres Cantos, onde se recusaram a depor, os detidos foram assistidos pelos seus advogados de confiança. Afirmaram que estão bem mas que passaram todo o período de detenção com a luz acesa. Todos negaram as acusações que lhes são imputadas. / Ver: naiz.info / Ver também: Berria
A Etxerat pede a todos os agentes que repudiem a operação contra o Herrira
Numa conferência de imprensa realizada em Hernani (Gipuzkoa), os porta-vozes da Etxerat Ibai Bilbao e Nagore López de Luzuriaga, acompanhados por mais de uma centena de pessoas, leram um texto, em euskara e castelhano, em que denunciaram «a gravidade» da operação policial contra o Herrira e pediram aos agentes políticos, sociais e sindicais que repudiem essa operação, no âmbito da qual foram detidas 18 pessoas.
«Estamos indignados, mas vamos fazer dessa indignação, força, coragem e dignidade», referiram, acrescentando que as portas seladas do Herrira são a imagem de que, com esta operação, o Governo espanhol «tentou selar a solidariedade, encerrar a denúncia da política penitenciária, das medidas de excepção e das suas graves consequências».
«Basta de mentiras fáceis, de argumentos insustentáveis», afirmaram. Neste contexto, fizeram um «apelo de urgência» para, «entre todos», levar por diante «a defesa dos direitos dos presos e dos refugiados», afirmaram.
López de Luzuriaga e Bilbao denunciaram ainda o «agravamento» das condições de vida dos presos políticos bascos nas cadeias, bem como a «perseguição» aos refugiados e «as humilhações, os abusos e a ridicularização do sofrimento» dos seus familiares.
Por último, os porta-vozes da Etxerat fizeram um apelo à participação na manifestação nacional que este sábado terá lugar em Bilbo, em solidariedade com o Herrira (17h30, La Casilla). / Ver: naiz.info
Sobre a conferência de imprensa do Herrira em Baiona: notícias (Berria e kazeta.info) / vídeo (askatasun taupadak)