Amanhã, dia 24, e na quarta-feira da próxima semana, dia 30, é a vez de os polícias e os guardas civis deporem na Audiência Nacional espanhola no âmbito do processo 26/11, em que 36 jovens independentistas (quatro recusaram comparecer em tribunal) estão a ser julgados pela sua militância política.
Num texto enviado ao Gara e ao Berria, os jovens consideram inaceitável que, «não tendo sido esclarecidas as denúncias de torturas, seja dada a palavra» àqueles que os torturaram. É «inadmissível que, enquanto perdura o manto de impunidade que protege a tortura, aqueles que a põem em prática possam depor em nome do Estado de Direito. Não o podemos aceitar», enfatizam.
Afirmam que Espanha não toma medidas para evitar a tortura, e descrevem assim a «cadeia de impunidade»: «incomunicação para permitir a tortura policial, falta de investigação ou investigações frágeis para impedir as condenações judiciais, e, caso existam, indultos governamentais para evitar que os torturadores cumpram pena».
Essa «cadeia de protecção» mostra que, mais do que o fulano tal «com gel», o tipo «com 1,80 m» ou «o jovem com rastas», quem os torturou foi o Estado: «a tortura é uma decisão do Estado, e acabar com ela também o será».
Os jovens exigem que todos os casos de tortura sejam investigados e que Espanha cumpra os protocolos internacionais para evitar a sua prática. «Enquanto assim não for, não vamos tolerar as acusações dos nossos torturadores em tribunal. Será essa a nossa posição esta quinta-feira».
Torturatzaileen txanda Auzitegi Nazionalean [topatu.info]
Ver: Berria e topatu.info / Texto: Gara e Berria