A representante do Herrira em Ipar Euskal Herria devia ter-se apresentado hoje, às 10h00, no tribunal especial, acusada de pertencer ao movimento que no Estado espanhol é agora considerado um «grupo terrorista». «Não vou comparecer num tribunal que despreza os direitos humanos», afirmou Martin à Euskal Irratiak, estando ciente das consequências da sua decisão: Madrid vai emitir um mandado europeu e França terá de decidir se o aplica.
A 30 de Setembro, o Estado espanhol lançou uma operação contra o movimento popular, no âmbito da qual foram detidas 18 pessoas. Alguns dias depois, a 11 de Outubro, Emili Martin e Jon Mintegiaga foram intimados a comparecer na AN espanhola como imputados no mesmo caso. São todos acusados de «pertencer a grupo terrorista», «financiamento de grupo terrorista» e «enaltecimento do terrorismo».
Na sequência desta operação, o tribunal especial interditou a actividade do Herrira por um período não inferior a dois anos, e ordenou tanto o bloqueio da sua conta corrente como o encerramento de páginas de Internet e perfis das redes sociais associados ao movimento de defesa dos direitos dos presos políticos bascos.
Três dias depois da operação, Emili Martin e Garbiñe Eraso deram uma conferência de imprensa em Baiona na qual manifestaram as suas suspeitas de que a operação iria alastrar ao País Basco Norte. E foi precisamente o que se passou.
Na ocasião, perguntaram ao Governo de Paris e ao Partido Socialista qual a sua reacção face ao «ataque» contra o Herrira, e dirigiram-se directamente à ministra da Justiça, Christiane Taubira. No dia em que a operação contra o Herrira foi levada a cabo, a ministra assinava o reforço da cooperação na «luta antiterrorista» com o seu homólogo espanhol, Alberto Ruiz-Gallardón. As representantes do Herrira pediram-lhe que, em vez disso, fizesse alguma coisa pelo processo de paz. / Ver: argia.com / Mais informação: kazeta.info