Cerca de 130 mil pessoas (contagem do naiz.info) rodearam a cabeça da manifestação que hoje percorreu as ruas de Bilbo entre La Casilla e a Câmara Municipal. Convocada ontem ao fim da tarde pelos partidos da coligação EH Bildu, o PNV e o Geroa Bai e os sindicatos ELA e LAB, foi uma enorme mobilização a favor da resolução do conflito e uma resposta ao fascismo espanhol, que ontem, através de um dos seus lacaios, proibira a mobilização há muito convocada pela iniciativa Tantaz Tanta.
Milhares de pessoas percorreram as ruas de Bilbo durante cerca de hora e meia, participando na manifestação silenciosa com o lema «Giza Eskubideak. Konponbidea. Bakea» [Direitos humanos. Resolução. Paz]. De acordo com a contagem efectuada pelo naiz.info, cerca de 90 mil pessoas fizeram o «percurso oficial» e mais 40 mil participaram na mobilização percorrendo as ruas adjacentes. A Udaltzaingoa [Polícia Municipal] avançou a cifra de 100/110 mil manifestantes.
No meio de aplausos, a marcha partiu pouco depois das seis da tarde das imediações de La Casilla. À frente, uma faixa com o lema da manifestação, que foi levada por militantes dos partidos e sindicatos convocantes. Atrás deles seguiam os seus principais dirigentes.
Entre outros, estiveram presentes Hasier Arraiz (Sortu), Asier Vega (Alternatiba), Pello Urizar (EA), Patxi Zabaleta (Aralar), Andoni Ortuzar (presidente do EBB do PNV), e os secretários-gerais dos sindicatos ELA e LAB, Adolfo Muñoz e Ainhoa Etxaide, respectivamente.
A manifestação decorreu praticamente em silêncio, tal como fora acordado pelas organizações convocantes, embora se tenham escutado algumas palavras de ordem, como «Euskal presoak etxera» [os presos bascos para casa], «Presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] ou «Independentzia» [independência].
A faixa que seguia à frente demorou cerca de noventa minutos a chegar à Câmara Municipal de Bilbo, por volta das 19h30. Não houve acto final nem leitura de comunicado, mas, enquanto os dirigentes políticos se iam retirando, a multidão entoou o «Borrokalari kalera», como se pode apreciar neste vídeo, antes de dar por terminada a mobilização com uma intensa ovação.
Amnistia
Mais tarde, cerca de 200 jovens manifestaram-se pelas ruas da Alde Zaharra [Parte Velha] da cidade a favor da amnistia para os presos políticos bascos, gritando palavras de ordem, exibido fotos de presos e lançando para o ar panfletos intitulados «Argala 1979-2014. 35 años después, contra el fascismo de la burguesía y la mendicidad de la socialdemocracia. Formación y organización de los trabajadores de EH y a favor de la lucha revolucionaria». Depois de percorrer a Parte Velha, a manifestação terminou na Praça do Metro, com centenas de pessoas de punho erguido. / Ver: naiz.info, Berria e lahaine.org / Fotos: grande manifestação em Bilbau (naiz.info / Berria)
Ontem, em Lisboa, concentração solidária com Euskal Herria e com os presos políticos bascos
Konponbidea. Amnistia. Askatasuna. Sozialismoa.
[NOTAS: 1- Já o dissemos nalguns encontros que promovemos, já o dissemos aqui e voltamos a recordá-lo: o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK) é formado por presos da ETA, por jornalistas, por políticos, por activistas de diversas áreas, etc.; portanto, quando certa imprensa, espanhola, portuguesa e de outras paragens, seguindo a bitola dos governos de Madrid, se refere ao Colectivo como os «presos da ETA» e às manifestações em que se exigem direitos para esse colectivo como «manifestações de apoio aos presos da ETA», essas designações entram bem no domínio semântico do entorno da banda do espanholismo fascista. 2- Não nos consta, através de nenhuma fonte segura, que na grande manifestação de ontem, em Bilbo, tenha havido gritos de apoio à organização armada ETA, como hoje é divulgado também nalguma imprensa; houve gritos a favor do repatriamento dos presos políticos bascos, da sua libertação, da amnistia. Não é o mesmo.]