Na sequência de um incidente por causa da retirada de várias bandeiras - uma ikurriña, uma navarra e uma da rede Independentistak -, o autarca socialista da localidade apresentou queixa contra sete habitantes, acusando-os de «coacções» e «atentado à autoridade». Amanhã, dia 30, estes terão de depor no Tribunal de Lizarra (Nafarroa). Incorrem em penas que vão dos quatro aos seis anos de prisão.
No sábado, 26, cerca de 100 pessoas solidarizaram-se com os acusados e pediram que o processo seja arquivado. Numa conferência de imprensa em Oteiza, recordaram que, antes da chegada de José Ángel Bermejo à Câmara Municipal, a presença da ikurriña em Oteiza não gerara conflitos; até mesmo a vereação franquista, em 1976, decidiu exibir a ikurriña nas festas, por petição popular. Já Bermejo, apoiando-se numa lei municipal e na Lei dos Símbolos navarra, não só retirou a ikurriña da Câmara Municipal como perseguiu a sua colocação noutros pontos da localidade. Então, os sete habitantes agora indiciados protestaram com o autarca por não ser tão célere a retirar a placa franquista que ainda está na igreja.
As pessoas presentes na conferência de imprensa, que afirmaram sentir-se «desprezadas» pela ausência da ikurriña na Câmara, contaram que, no dia 2 de Novembro, um grupo de habitantes prendeu uma ikurriña, uma bandeira navarra e outra da Independentistak a um cabo; depois, o autarca foi lá retirá-las pessoalmente, usando uma plataforma elevatória, e andou pelas ruas com uma escolta policial, fazendo gala da sua acção. Recordaram ainda que ocorreu um incidente entre o autarca e várias pessoas quando o primeiro estava a retirar as bandeiras do cabo, mas sem consequências de maior - mesmo com o autarca a dizer lindezas como «Estas bandeiras metem-me nojo!». Contudo, a imprensa madrilena e várias televisões fizeram eco do caso, passando uma versão exagerada - disseram na conferência de imprensa.
«A verdade é que nesse dia não houve qualquer agressão, como reconheceu o presidentes da Câmara numa sessão plenária em que lhe pediram o relatório médico. Não houve coacções nem atentado algum», afirmaram os habitantes de Oteiza, que consideram aquilo que se passou como «uma provocação pura e dura do autarca, movido pelo desejo de protagonismo». Convocaram uma concentração para amanhã, às 9h30, frente ao Tribunal de
Lizarra, e outra para dia 1 de Maio na fonte de Oteiza, às 19h00. / Ver:
ahotsa.info e naiz.info