O LAB apresentou um novo «relatório sobre políticas de empobrecimento e precarização em Euskal Herria», referente ao primeiro semestre de 2014. Mikel Saralegi, membro da Comissão Social, e Ainhoa Etxaide, secretária-geral do sindicato, concluem que «o mundo laboral se está a tornar numa grande fábrica de pobreza e precariedade».
Ainhoa Etxaide e Mikel Saralegi afirmaram que «o sistema de protecção social basco não está a funcionar: não responde a todas as pessoas que dele necessitam, nem possui intensidade de apoio suficiente». Assim, a secretária-geral do LAB pede que se realize um «plano urgente contra a pobreza crescente» que assola uma parte «cada vez mais ampla» da sociedade basca.
No estudo, a central sindical afirma que «cada vez mais pessoas são obrigadas a aceitar empregos a tempo parcial. São já 17% (185 400 pessoas), quando há cinco anos eram 13,5%»; que se mantém a política de destruição de emprego; e que há uma categoria emergente: o desemprego de longa duração.
Por seu lado, Saralegi disse que, «enquanto os salários mais baixos desceram mais de 10% desde o início da crise», nos salários mais altos se verificou um efeito inverso: «sobem entre 4,6%, na CAB, e 5,08%, em Nafarroa».
Com este panorama desolador que a macroeconomia ignora, a secretária-geral do LAB lembrou que o Governo espanhol ainda há-de impor «mais cortes», que os governos de Iruñea e Gasteiz «silenciam». «Não acreditamos que estes tenham vontade de mudar a situação», afirmou, para insistir na necessidade da «mobilização e do aumento da tensão social». Defendeu também, tal como no início da crise, a aliança dos sindicatos bascos e dos movimentos sociais para consolidar um quadro de mudança e transformação social, e para avançar nas conclusões da Carta dos Direitos Sociais de Euskal Herria.
Para os que dizem que não há recursos públicos, Etxaide recordou que ainda anteontem foi aprovada a compra do Catalunya Banc pelo BBVA, que custará 11 600 milhões às arcas púbicas. «Se aplicarmos a percentagem ao Cupo [o que a CAB e Nafarroa pagam às Finanças espanholas], Hego Euskal Herria contribuirá com 800 milhões. É mais que o dinheiro que se gasta no Rendimento Social de Inserção e nos apoios sociais. Existem recursos; o que se passa é que se transformaram num grande negócio dos bancos e do poder financeiro, que são os responsáveis desta crise económica», destacou.
Para o LAB, a alternativa passa por criar emprego de qualidade. «Estabelecer um Salário Mínimo Interprofissional acima do limiar da pobreza», a que se poderia chegar com um acordo sindical, político e empresarial. Para Etxaide, «isto é possível, uma vez que as grandes empresas estão a obter grandes lucros». Outro elemento importante é a melhoria da protecção e das prestações sociais, «a sua universalização, para que os jovens e os desempregados de longa duração possam aceder às ajudas». Também devem ser garantidos os serviços públicos, bem como o direito à habitação e a eliminação do pagamento de prestações no acesso aos cuidados de saúde. / Ver: naiz.eus
LAB Sindikatua: «Relatório sobre políticas de empobrecimento e precarização em Euskal Herria. Primeiro semestre de 2014» (eus / cas)