A dois dias de se cumprirem 77 anos sobre o fuzilamento, no cemitério de Derio, dos habitantes de Busturia (Bizkaia) Andres Zearreta Urrutia, Doroteo Kaltzada Ispizua, Demetrio Lekunberri Intxaurraga, Florencio Bilbao, Roman Zearreta Urrutia e Hipólito Alvarez - os dois primeiros vereadores -, a associação de vítimas do regime franquista Ahaztuak 1936-1977 organizou mais uma vez, em conjunto com o Município de Busturia e familiares das vítimas, um acto em sua homenagem, que se realizou ontem, dia 3, no bairro de Axpe, e no qual também participaram membros da vereação local.
Para além dos habitantes referidos, também Feliciano Zenarruzabeitia, vereador, foi condenado à morte, mas não chegou a ser fuzilado, uma vez que faleceu de «pneumonia» no Forte de San Cristóbal, em Iruñea, onde estava preso; um outro ainda, Angel Lekuona Beitia, veio a morrer no campo de concentração nazi de Flossembürg, depois de ter sido capturado pelos alemães em França.
Tal como edições anteriores, o acto decorreu junto ao monólito erigido em memória de todos estes busturiarras no bairro de Axpe. Os participantes assistiram com emoção à oferenda floral, ao aurresku de honra, ao «Agur Jauna» e à actuação dos Rebuelta Anaiak, que interpretaram a capella o conhecido tema «Azken dantza», de Pantxo eta Peio.
O acto terminou com a intervenção de um membro da Ahaztuak 1936-1977, que evocou «os sete habitantes fuzilados acusados pelos franquistas de "adesão à rebelião", os 25 que se encontram desaparecidos, todas vítimas do franquismo e todas as pessoas que, desde a implantação desse regime, em 1936, até ao seu fim formal, em 1977, lutaram contra ele de todas as formas possíveis». Sublinhou ainda que «o fascismo enquanto ideologia continua a existir e a agir sob outras formas, muitas vezes agradáveis à vista, mas com a mesma brutalidade que o que tirou a vida e a liberdade à nossa gente, porque serve os mesmos interesses, e basta olhar para Gaza hoje mesmo para nos darmos conta disso». / Ver mais fotos em: lahaine.org