Na quinta-feira, 23, veio a público a notícia de que, no dia 7, um deslizamento de terras abriu um enorme buraco no túnel de Anoeta, paralisando as obras do TGV entre Hernialde e Zizurkil (Tolosaldea, Gipuzkoa). Não houve feridos. O Governo de Lakua defendeu que estes problemas são «habituais». A plataforma AHT Gelditu! Elkarlana de Tolosaldea não poupa as autoridades bascas e exige a paralisação imediata das obras.
Num comunicado intitulado «Surpresa habitual nas obras do TGV», a plataforma AHT Gelditu! diz esperar que os abatimentos de terras nas obras do TGV não se tornem, de facto, habituais, tendo em conta que já ocorreu outro no túnel de Zumarraga (Gipuzkoa). «Curiosamente, em ambos os deslizamentos foram os habitantes e os meios de comunicação que deram o alerta, enquanto o Governo basco mantinha o silêncio», acusa a plataforma, que questiona a Lakua sobre a razão para «esconder dos habitantes da região e da sociedade em geral» este novo abatimento.
Felizmente, nenhum dos operários das empresas contratadas que estavam a trabalhar na construção do túnel ficou ferido pelo surgimento da «impressionante cratera», mas a AHT Gelditu! teme que «possa acontecer uma desgraça» e considera inaceitável que o Governo de Lakua caracterize o que se passou em Hernialde como «facto previsível, habitual ou normal no decorrer das obras». E pergunta: «No dia em um morador da zona ou um trabalhador sofrerem uma fatalidade também catalogam o facto desse modo?»
Os movimentos de terras secaram dois rios na região - o Sorgintxulo e o Zumalikardi - e, em Agosto, apareceram mais de cem trutas mortas no rio Alkiza, na sequência de uma descarga efectuada pelo sistema de tratamento de águas das obras, revela a plataforma de oposição ao TGV, que exige a paralisação imediata das obras do TGV. Não querem mais «surpresas habituais», fartos das agressões ao meio ambiente e firmes na convicção de que «a terra e os povos merecem todo o respeito e protecção» da sua parte. / Ver: lahaine.org