As ruas da localidade costeira de Lapurdi encheram-se (cerca de 6000 pessoas, de acordo com a Seaska) para responder aos ataques perpetrados pelo presidente da Câmara, Guy Poulou, contra a Kaskarotenea e deixar claro que «em Ziburu haverá uma ikastola».
Apesar de a mobilização estar convocada para as 16h00, a herriko plaza e ruas adjacentes estavam cheias bem antes disso. Havia sol e boa disposição, ouvia-se música e o toque da txalaparta. E não faltou à iniciativa um amplo apoio institucional, político, sindical, cultural. À frente da mobilização, cujo lema principal se lia numa faixa e se ouvia («Ikastolak ez hunki!» [não se toca na ikastola]), seguiam os pais da Kaskarotenea, as crianças, Paxkal Indo, director da Seaska, e Koldo Tellitu, director da Federação de Ikastolas de EH. A abrir-lhes o caminho, uma dezena de joaldunak.
A marcha terminou no colégio Piarres Larzabal, onde decorreu o acto final. Ali, Paxkal Indo agradeceu aos manifestantes e sublinhou que haverá uma ikastola em Ziburu graças ao seu apoio; referiu-se em especial aos pais das crianças da Kaskarotenea: «A luta travada foi digna e hoje voltaram a mostrar que nada nos irá parar».
Indo lembrou os ataques recentes a outras ikastolas e salientou a necessidade de se alterar a lei das ikastolas e da oficialização do euskara no território («ou não haverá paz»). Sobre os ataques de Guy Poulou à Kaskarotenea (tribunal, corte de luz), disse com ironia: «É uma oportunidade de viajar». «Viajamos até ao séc. XVIII, ao Século das Luzes. A França, em nome da igualdade, começou uma cruzada contra os bascos e a língua basca».
A presidente da ikastola, Laida Mugika, recordou os ataques de Poulou à Kaskarotenea (agora quer que o tribunal aumente a multa diária de 100 para 400 euros por estar onde está) e disse que o autarca «está a processar os pais, uma comunidade, treze crianças». Em seguida, disse o nome de todas elas - para quem se trabalha na ikastola.
Manifestação em defesa da Kaskarotenea [Kazeta TB]
Ver: Berria / Ver também: kazeta.info