Em pleno desembarque da empresa Mercadona em Euskal Herria, o sindicato CNT dá início a uma campanha de informação junto dos trabalhadores para que estes conheçam a «verdadeira face» da cadeia de supermercados. Falsos «despedimentos disciplinares», ataques aos direitos das trabalhadoras grávidas e perseguições a funcionários doentes são algumas das características da política laboral da empresa salientadas pelo CNT.
Junto da opinião pública, a Mercadona «construiu a imagem de empresa-modelo no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores»; é tudo «perfeito e idílico até ao momento de fazer uso deles», alerta o CNT num folheto que começa a distribuir esta semana.
Neste documento, o sindicato sublinha que, depois de mais de uma década de luta no interior da Mercadona, conhece bem «a política de pressões sobre os funcionários para que não ponham em prática os seus direitos». O CNT refere-se às coacções dos serviços médicos da empresa sobre as trabalhadoras para que não utilizem a licença de maternidade. Por outro lado, quando um funcionário fica de baixa, «começa a funcionar a máquina de pressão dos serviços médicos e dos coordenadores de loja para que o trabalhador regresse ao trabalho, fazendo-o sentir-se culpado», afirma o sindicato, acrescentando que há inúmeros casos de trabalhadores que foram obrigados a regressar ao posto de trabalho antes de recuperar; por esse facto, «nalguns casos, a lesão ou a doença tornou-se crónica».
O CNT chama também a atenção para as práticas da Mercadona em matéria de despedimentos, uma vez que é comum a empresa recorrer «a despedimentos disciplinares e injustificados, acusando falsamente os funcionários de roubos ou insultos». Quando os visados se querem defender e pôr a empresa em tribunal, por norma a Mercadona, «para proteger a imagem», prefere chegar a um acordo. Contudo, o sindicato afirma que isto significa, muitas vezes, cair num logro: «ir para a rua sem qualquer indemnização e sem subsídio de desemprego». «O ambiente em muitas lojas é irrespirável», acrescenta.
O sindicato denuncia a política de competitividade entre funcionários promovida pela empresa, bem como a «disciplina militar» que os trabalhadores são obrigados a seguir. As «rebeldias» dão lugar a perseguições e vexações; e todas estas situações já provocaram bastantes casos de trabalhadores com problemas psicológicos graves, alerta ainda o CNT.
«A união faz a força»
Face a esta situação e no âmbito da campanha de informação que está a levar a cabo, o CNT incentiva os trabalhadores a unirem-se e a filiarem-se no sindicato, para assim «terem um instrumento de luta contra os abusos e a exploração». / Ver: ahotsa.info e lahaine.org