O Ministério Público retirou as acusações contra 12 dos 28 jovens independentistas bascos arguidos no julgamento que começou a 22 de Setembro na Audiência Nacional espanhola e que deve terminar amanhã. Trata-se de Izaskun Goñi, Egoi Irisarri, Endika Pérez, Imanol Beristain, Ikoitz Arrese, Irati Tobar, Saioa Zubiaur, Ainara Ladrón, Aitziber Plazaola, Beñat Lizeaga, Jazint Ramírez e Xalbador Ramírez. Para os restantes arguidos, mantém-se o pedido de seis anos de cadeia. [Na imagem, os jovens à entrada do tribunal, ontem.]
Ontem, tendo como base o Protocolo de Istambul, os peritos - psicólogos - chamados a depor pela defesa atribuíram total credibilidade às denúncias de tortura efectuadas por 19 dos 20 jovens que foram detidos pela Polícia espanhola (os outros oito fugiram para Iparralde). Hoje, foi a vez de falarem os peritos policiais, que voltaram a defender as teses incluídas nos seus relatórios: os arguidos eram da Segi («militantes activos da...»); provas: autocolantes, fotografias, faixas, lenços, T-Shirts - até mesmo lemas como «Gazte eta aske, irabazi arte» ou «Independentzia»... eram da Segi [quase ao nível da estrela vermelha de cinco pontas, que também o era]. Afirmaram-no, mesmo sabendo que, na sentença que absolveu outros 40 jovens acusados de pertencer à Segi, não se estabelece qualquer ligação entre estes lemas e a organização juvenil que o Estado espanhol declarou «terrorista».
Seguindo as informações que o jornalista Hodei Iruretagoiena foi divulgando via Twitter, ficámos também a saber que o MP recorre aos depoimentos efectuados pelos arguidos quando se encontravam incomunicáveis para formular a acusação contra eles - porque «estar incomunicável é uma coisa e a tortura é outra» - e também a depoimentos referentes ao processo «dos 40», efectuados em período de incomunicação e que foram declarados inválidos pelo tribunal.
Amanhã, vários autocarros partirão de Euskal Herria com destino a Madrid, por iniciativa do Eleak e de assembleias populares, para apoiar os jovens envolvidos no julgamento. Também estão agendadas mobilizações para os próximos dias. / Ver: Berria e topatu.info