Militantes da Aitzina, organização juvenil de esquerda do País Basco Norte, colocaram ontem 15 placas em euskara junto a diversas estradas para assinalar as fronteiras entre França e Euskal Herria ou os limites territoriais entre as três províncias bascas do Norte: Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. O propósito subjacente à acção ficou bem claro na afirmação da organização juvenil: «França não nos quer reconhecer, bem-vindos a Euskal Herria!».
No final da acção de ontem, a Aitzina promoveu uma concentração junto a um dos sinais colocados, numa das fronteiras com a França. Na sua intervenção, o porta-voz Koldo Etxegarai referiu-se às especificidades linguísticas, culturais e de identidade de Ipar Euskal Herria, mas centrou-se sobretudo em questões socioeconómicas, que a actual «administração francesa centralizada» não tem em conta. Etxegarai acusou Paris de impor aos bascos um modelo económico afunilado no turismo, que provoca o crescimento do sector dos serviços e o abandono da agricultura e das pescas, e deixa a juventude à mercê do trabalho sazonal precário. Para alterar esta situação é preciso «decidir e fazer localmente», criar alternativas, defendeu Etxegarai.
Bem-vindos ao País Basco!
Ongi etorri Euskal Herrira!
A acção de ontem insere-se na campanha de reivindicação de reconhecimento territorial e de oficialização da língua basca que a Aitzina iniciou a 14 de Julho último, com a remoção de cem placas com os nomes das terras bascas escritos em francês e a sua expedição para Paris de comboio. O Estado francês, por seu lado, respondeu com várias detenções, buscas e confisco de material. / Ver: topatu.info e argia.eus