A Askapena é uma organização internacionalista do movimento popular basco com 27 anos de luta e compromisso no activo. Tem como objectivo último uma Euskal Herria internacionalista e, para o concretizar, participa na construção nacional e social do seu próprio país, para que a independência e o socialismo sejam uma realidade no País Basco e noutros povos. Há cinco anos, o Estado espanhol deteve oito dos seus militantes e agora pede seis anos de prisão para cinco deles e a ilegalização da organização.
Manifesto de solidariedade internacionalista perante o processo contra a Askapena e cinco dos seus militantes
Há cinco anos, oito camaradas internacionalistas bascos foram detidos. Agora, o Estado espanhol, através do Ministério Público, pede seis anos de prisão para cinco deles, bem como a ilegalização da Askapena, da comparsa bilbaína Askapeña, da associação Herriak Aske e da sociedade de comércio justo Elkartruke. Trata-se de um novo ataque repressivo contra o povo basco, que se junta a uma longa lista de medidas fascistas com as quais o Estado espanhol encerrou meios de comunicação e ilegalizou partidos políticos e organizações do movimento popular.
Desta vez, o Estado espanhol atacou directamente o internacionalismo. Como Estado imperialista, quer desactivar o trabalho que militantes bascos têm vindo a desenvolver ao longo de décadas. Um internacionalismo comprometido com a luta do seu próprio povo, que dá solidariedade aos diversos processos revolucionários no mundo e recebe solidariedade de outros povos comprometidos.
Como se isto fosse pouco, o Estado espanhol procura criminalizar também a solidariedade internacionalista para com Euskal Herria. De acordo com o seu entendimento reaccionário, o trabalho que levamos a cabo enquanto Euskal Herriaren Lagunak (EHL-Comités solidários com o povo basco) é de simples apêndices da Askapena no estrangeiro. Também pretende criminalizar as diversas brigadas bascas que há décadas partem de Euskal Herria para conhecer as realidades dos diferentes povos em luta. Mas que podemos esperar de um Estado imperialista?... Dificilmente poderá entender o nosso ser internacionalista, dificilmente poderá entender que o internacionalismo é a ternura dos povos. Para nós, a luta do povo basco é digna de apoio pela sua legitimidade, pela sua rebeldia e pelo carácter libertador da sua causa. Porque sentimos a luta de Euskal Herria como nossa e porque assim o decidimos, iremos continuar a expressar a nossa solidariedade à luta deste povo irmão.
Gostaríamos de convidar diversas pessoas, associações e organizações a aderirem a este Manifesto e a fazerem suas estas exigências e compromissos:
• Pôr termo a todos os julgamentos políticos contra o povo basco, em particular ao julgamento contra a Askapena e os cinco internacionalistas bascos.
• Pôr termo à criminalização do internacionalismo, em particular da solidariedade para com o povo basco.
• Continuar a trabalhar no âmbito da solidariedade internacionalista entre os povos, em particular no que diz respeito a Euskal Herria.
Por que somos internacionalistas, Euskal Herria não caminha só!
Euskal Herriaren Lagunak
(EHL-Comités de solidariedade com o povo basco)