Para tentar impedir a detenção de três dos sete jovens bascos condenados a seis anos de cadeia pelo tribunal de excepção espanhol e construir um espaço de «desobediência massiva e popular» contra as «leis injustas», cerca de 10 mil pessoas mobilizaram-se hoje na capital de Araba.
Palavras de ordem a favor da juventude revolucionária basca, bertsos de Maialen Lujanbio e poemas de Mario Benedetti foram-se ouvindo ao longo da marcha contra os julgamentos políticos que partiu, por volta do meio-dia, da Bilbo plaza. Chegados à Andra Mari Zuriaren plaza, as milhares de pessoas presentes souberam pela organização que Aiala Zaldibar, Igarki Robles e Ibon Esteban - três dos sete jovens condenados pela sua militância política, escondidos desde o dia 6 - se encontravam entre eles, disfarçados.
Igarki Robles acabaria por tomar a palavra para repudiar as sentenças e exigir ao Governo de Lakua «uma atitude firme e contundente» contra as condenações políticas. «É tempo de esvaziar as prisões, não de as encher», disse. Também se dirigiu ao povo basco: «Somos a única garantia para acabar com os julgamentos políticos e as leis de excepção». Por seu lado, Aiala Zaldibar agradeceu o apoio recebido e recordou os outros quatro condenados - Ainhoa Villaverde, Bergoi Madernaz, Marina Sagastizabal e Xabat Moran -, que foram detidos e encarcerados antes mesmo de a sentença ser conhecida.
Entretanto, centenas de pessoas foram-se concentrando junto à estátua no meio da praça, para construírem o «muro popular». Ao longo do dia, foram feitos ensaios para treinar a resistência a possíveis investidas da Ertzaintza. Num ambiente de «calma tensa», o centro de Gasteiz mais parece um acampamento, com o «muro popular» no meio e vários espaços em redor, em que se levam a cabo diversas tarefas: informação à imprensa, comes e bebes, e outros serviços de apoio. Várias bandas vão animando quem resiste. / Ver: naiz, topatu.info, Berria, #ResistGasteiz / Fotos: muro popular em Gasteiz (Berria / topatu)
Resiste, Gasteiz