Aingeru Zudaire, morador de Atarrabia (Nafarroa), perdeu a visão num olho há três anos, depois de ser atingido por uma bala de borracha disparada por um polícia espanhol, quando participava na greve geral de 26 de Setembro de 2012. Agora, um juiz voltou a arquivar o processo. A acusação afirma que a investigação judicial «ficou marcada pela falta de vontade de apurar as responsabilidades penais».
Num primeiro momento, a queixa foi arquivada pelo juiz de instrução com o argumento de que não se sabia quem tinha sido o autor do disparo e de que acção da Polícia tinha sido «correcta e em própria defesa», imputando as responsabilidades aos organizadores da greve, os sindicatos. [Caramba, que espécime!] O Tribunal Superior de Justiça de Nafarroa obrigou o juiz a realizar mais provas para esclarecer o que se passara, mas o juiz insiste no arquivamento do processo, com os mesmos argumentos e acrescentando que «a vítima não diz o que se passou».
A acusação recorreu contra o arquivamento, e, no dia 1 de Setembro, o tribunal irá analisar a situação. A decisão judicial foi classificada como «inaceitável» pela acusação, que exige que a investigação prossiga até ao fim. Recordou, além disso, que muitos casos semelhantes a estes ficam impunes e alertou para a falta de garantias do exercício de direitos fundamentais, como o de manifestação.
Balas de borracha e impunidade policialVer: ahotsa.info