O Ministério Público (MP) solicita uma pena de nove meses de cadeia e milhares de euros de multa para o jovem do bairro iruindarra (pamplonês) de Donibane, que foi acusado de ter chamado «torturador» a um agente que fora identificado, no julgamento de 28 jovens independentistas bascos, como um dos responsáveis pelos maus-tratos que lhes foram infligidos.
A 25 de Março último, Irisarri foi detido na capital navarra por agentes da Polícia espanhola, sendo acusado de «resistência passiva grave» e de «caluniar e injuriar» as chamadas Forças de Segurança do Estado espanhol – chamou «torturador» a um como tal identificado.
No âmbito do julgamento «dos 28» – 28 jovens que, como tantos outros, foram acusados de pertencer à Segi (organização juvenil consequente, tachada de «terrorista» e afastada do caminho), o caso de Irisarri foi arquivado, depois de um representante do MP ter retirado as acusações contra ele, tendo por base o relatório médico que o jovem apresentou após a sua detenção, a 22 de Outubro de 2010. O representante do MP negou a existência das torturas denunciadas, mas decidiu não avançar com a acusação, face às dúvidas que o testemunho de torturas e os relatórios médicos poderiam suscitar.
Tortura
Recorde-se que, em Setembro de 2014, numa sessão marcada por terríveis relatos de tortura, Irisarri afirmou ter sido espancado (sobretudo nos testículos), submetido a sessões de «saco» [asfixia] e a outro género de tormentos («exercício físico até à exaustão», «flexões», enquanto lhe batiam). Irisarri foi espancado de tal maneira que teve de ser internado no Hospital Gregorio Marañón, em Madrid, antes de ser presente ao juiz de instrução Fernando Grande-Marlaska [que, como outros do tribunal de excepção, ainda não tem julgamento marcado]. / Ver: DNBherriharresi e aseh / Relato de Egoi: sustatu.eus