Começou hoje e deve prolongar-se até Março, na AN espanhola, o julgamento dos 35 membros da esquerda abertzale acusados de pertencer à ETA por via da sua militância nos ilegalizados Batasuna, ANV e EHAK. Este processo político tem lugar oito anos depois da operação de Segura (Gipuzkoa), decretada pelo juiz-estrela Baltasar Garzón, no contexto da qual a maioria dos réus foi detida. O Ministério Público pede dez anos de cadeia para cada um.
No dia 3 de Dezembro de 1970 teve início o que ficou conhecido como processo de Burgos. Passados 45 anos, começa um novo julgamento político contra militantes bascos, que, daqui até Março, vão andar num vaivém constante entre EH e Madrid – com excepção de Hasier Arraiz, presidente do Sortu, que será julgado pelo Tribunal Superior de Justiça do País Basco por ser deputado em Gasteiz.
Na sessão de hoje, os réus só responderam a questões da defesa. Afirmaram que, quando foram detidos, eram militantes de organizações legais, que possuíam todos os seus direitos civis e políticos, e sublinharam nunca ter recebido ordens da ETA ou agido sob as suas orientações.
À porta do tribunal, antes de entrar, os réus realizaram uma concentração, tendo afirmado que este processo constitui «uma clara perseguição política». Ontem à tarde, houve várias mobilizações no País Basco para protestar contra o julgamento. / Ver: Berria e eitb.eus