O bairro de Zaramaga, em Gasteiz, é a partir de hoje um museu em memória do 3 de Março de 1976. Surgido por iniciativa da Martxoak 3 Elkartea, o memorial é um percurso artístico por vários pontos do bairro onde há 40 anos cinco trabalhadores foram assassinados e mais de cem ficaram feridos e foi hoje inaugurado por familiares das vítimas. As visitas guiadas, de uma hora e meia, irão prolongar-se durante um ano.
O escritor Juan Ibarrondo criou o guião desta iniciativa promovida pela Associação 3 de Março, que conta com trabalhos das artistas Txaro Arrazola, Irantzu Lekue, Sandra Santos, Verónica Werckmeister e Marta Gil – autoras de obras em que estão plasmados valores como a solidariedade, a resistência e a luta operária que caracterizavam o bairro de Zaramaga em 1976 e marcaram os acontecimentos de 3 de Março.
O percurso começa no mural do 3 de Março pintado em 2014 num bloco de apartamentos e que recorda vários episódios ocorridos naquele dia. A palavra «justicia», a vermelho, lembra a que alguém escreveu num passeio de Zaramaga com o sangue dos trabalhadores. O mural também deixa à vista de todos um excerto da gravação policial em que o chefe da operação mandava lançar gases para a igreja e os agentes lhe diziam que tinham disparado mais de 2000 tiros e que tinham contribuído «para a maior tareia da história».
O memorial também recorda o papel principal assumido pelas mulheres no movimento grevista. «As operárias destacaram-se pelo seu espírito de luta e capacidade de resistência», diz-se. / Ver: naiz, gasteizhoy.com [com fotos] e argia