Arnaldo Otegi saiu esta manhã da cadeia de Logroño (La Rioja), depois de cumprir seis anos e quatro meses de pena. O dirigente independentista foi recebido às portas da prisão por cerca de 300 pessoas, no meio de aplausos e palavras de ordem a defender o regresso dos presos a casa. Ali fez o seu primeiro discurso.
Depois de percorrer um passeio formado por ikurriñas, arrano beltzas e bandeirolas «a favor do repatriamento», onde foi acompanhado por palavras de ordem como «independentzia» e «jo ta ke irabazi arte», o político independentista chegou a um estrado preparado para que ali proferisse o primeiro discurso depois de sair da prisão.
Primeiro discurso de Otegi
No estrado, uma dantzari brindou Otegi com um aurresku de honra. «Gora Euskal Herria askatuta!» [Viva o País Basco livre!] foram as primeiras palavras do natural de Elgoibar, que, primeiro em euskara e depois em castelhano, lembrou a existência de presos políticos no Estado espanhol, pese embora este se recusar a reconhecê-los. «Hoje saiu, como em tantas outras ocasiões, um preso político de uma prisão espanhola», disse. No seu discurso, Otegi não esqueceu os presos sociais, os migrantes e as pessoas que sofreram acções de despejo.
O dirigente abertzale, referência do sortismo, recordou que ele e os seus companheiros foram presos e encarcerados por apostarem na paz, sublinhando que, nestes seis anos e meio, essa aposta foi reforçada. Nesta linha, felicitou os presentes «por terem defendido a aposta na paz, para lá de todas as provocações», salientando que é preciso levar «essa aposta até ao fim» e que é isso que se «propõe fazer com todos».
Disse ainda: «Quando nos meteram na cadeia, foi como bascos, e é como bascos que saímos; foi como independentistas, e é como independentistas que saímos; foi como socialistas, e é como socialistas que saímos».
Numa intervenção que durou cerca de 15 minutos, Otegi lembrou que ainda há perto de 400 presos políticos encarcerados e sublinhou a necessidade de «os trazer a todos para casa». Sobre uma eventual candidatura a lehendakari, disse que «o melhor lehendakari, o melhor autarca é o povo». Para o fim da tarde estava agendada uma recepção/comício em Elgoibar, sua terra natal. / Ver: naiz
LORENTXA GIMON E URKO LABAKA LIBERTADOS
A presa política basca natural de Angelu (Lapurdi) saiu hoje da cadeia de Rennes (Bretanha), depois de no dia 25 de Fevereiro a Justiça francesa ter decidido conceder-lhe a liberdade condicional. Estava encarcerada desde 2003 e sofre da doença de Chron desde 1991.
A liberdade condicional já lhe tinha sido concedida em primeira instância em Novembro de 2015, mas o Ministério Público recorreu de imediato. Nos últimos meses, o seu estado de saúde deteriorou-se bastante, pelo que Lorentxa teve de ser hospitalizada de urgência em diversas ocasiões.
Urko Labaka, do bairro donostiarra de Altza, foi libertado ontem, revelou a Etxerat, depois de cumprir uma pena de seis anos de prisão. Encontrava-se na cadeia de Foncalent (Alicante). / Ver: mediabask
e Berria