A Confederação Geral do Trabalho (CGT) lançou um processo contra o LAB no País Basco Norte, por forma a impedir o sindicato abertzale de participar nas eleições para as micro-empresas do próximo Outono. No dia 4, um tribunal de Bordéus deu provimento à acção da CGT, que acusou o LAB de não respeitar os valores republicanos e a língua francesa. Agora, a CGT está debaixo de fogo.
Para além da história dos valores republicanos e do francês (uma caca cagada pelos jacobinos há muito), a CGT diz que o LAB não se dedica exclusivamente à defesa dos direitos dos trabalhadores - argumento que a central francesa partilha com o patronato basco quando exigiu a ilegalização do LAB e do ELA.
O dirigente do LAB em Iparralde, Eñaut Aramendi, denunciou o ataque frontal à «liberdade sindical» por parte daqueles que dizem defender os valores republicanos. Aramendi criticou ainda a CGT por, «em vez de defender os seus trabalhadores, defender a sua estrutura sindical», no contexto de uma estratégia em que procura ganhar terreno à custa de outras forças. Recorde-se que a CGT também atacou o sindicato STC, ligado aos independentistas da Córsega.
O LAB deixa claro que «é óbvio» que usa o euskara, mas sublinhando que também trabalha com normalidade em francês nas suas comunicações internas e externas. Sobre a acusação de «fazerem política», Aramendi lembrou à CGT que «pediu o voto para François Hollande» nas últimas eleições presidenciais. O LAB vai recorrer da decisão judicial na Corte de Cassação de Paris.
Filiados na CGT chocados
Desde que foi conhecida a intenção da CGT de atacar o LAB, este sindicato recebeu apoio de diversas frentes - do EH Bai e do PNB, do sindicato ELA, e até de uma senadora socialista em Paris. Para além disso, tem sido especialmente significativo o apoio de muitos militantes de base da CGT.
A alguns ainda lhes custa a crer que a confederação tenha feito o que fez e o tribunal tenha decidido a seu favor. No seio dos activistas sindicais da CGT no País Basco Norte reina o mal-estar. Alguns trabalhadores entregaram o cartão e abandonaram a central, tal como confirmou ao mediabask um responsável sindical no Hospital de Baiona.
Os trabalhadores mostram-se agastados pelo facto de a direcção da CGT não ter consultado as bases no País Basco e sublinham o ridículo da acusação: «Acusam o LAB de fazer política. Se há sindicato que faz política é a CGT.» / Ver: mediabask, argia, eldiario.es