Numa conferência de imprensa realizada na capital guipuscoana esta quinta-feira, agentes que integram a plataforma Nekane libre! denunciaram a situação em que a refugiada guipuscoana se encontra e anunciaram diversas iniciativas contra a sua extradição.
Presa em 1999, Nekane Txapartegi foi depois condenada no âmbito do macro processo 18/98. Por levar a cabo um trabalho político e social público, teve de suportar torturas, foi violada por quatro polícias, foi obrigada a fugir e enfrenta condições duras de encarceramento - denunciaram os agentes que se reuniram para lutar contra a sua extradição.
Nekane vivia na Suíça com a sua filha, mas a 6 de Abril deste ano foi detida em Zurique, numa operação conjunta da Polícia helvética e da espanhola. Agora, encontra-se na cadeia de Diessdorf: está incomunicável; passa 21-22 horas por dia na cela (23 horas aos fins-de-semana); e tem direito a uma visita da filha por semana (uma hora) e a outra de familiares e amigos (também de uma hora).
Enquanto aguardam pela resposta ao pedido de extradição feito pelo Estado espanhol, os membros da plataforma Nekane libre! respondem com um «não» veemente a todo este processo e reivindicam o direito de Txapartegi «a viver livre, onde quiser, com quem quiser».
Processo de extradição
Na conferência de imprensa, explicaram que o processo de extradição «está em curso» e que a Justiça suíça deve tomar uma decisão ainda este mês, passível de recurso; a decisão final deve ser tomada dentro de alguns meses, acrescentaram.
Os porta-vozes da Nekane libre! defendem o direito da natural de Asteasu (Gipuzkoa) ao asilo político e afirmaram que, tendo em conta a sua legislação, a Suíça devia rejeitar a extradição, pois os indícios de tortura são mais que claros.
E acrescentaram: «a única prova que incrimina Nekane é o depoimento que fez na presença da Polícia [depois de ser torturada]; basta que as autoridades suíças atendam aos resultados das investigações realizadas pela equipa de Paco Etxeberria; às investigações psiquiátricas realizadas na Suíça; aos resultados do Protocolo de Istambul, aplicado a Mikel Egibar, que foi detido juntamente com Txapartegi; ou à denúncia do caso de Txapartegi feita pela Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT).
Diversas iniciativas
Contra a extradição de Nekane Txapartegi e para reivindicar a sua liberdade, foram agendadas novas iniciativas: amanhã, 18, uma fotografia de apoio em Zelatun, no alto do monte Hernio (12h00); no dia 20, à mesma hora, realiza-se uma concentração frente ao Consulado da Suíça em Bilbo; no dia 24, a plataforma Free Nekane promove uma manifestação na capital da Suíça, Berna. / Ver: askapena.org e Berria