Ao cabo de 73 dias de protesto nas celas de castigo e de greve às comunicações, os presos políticos biscainhos Aletxu Zobaran e Ibon Goieaskoetxea foram transferidos, ontem, da cadeia de Valence para os presídios de Saint-Martin de Ré e Arles (França), respectivamente.
Transferidos para o cárcere de Valence em Junho, Aletxu e Ibon entraram em luta, a 8 de Agosto, contra a dispersão e o afastamento: a prisão ficava a mais de 800 km de Euskal Herria e não havia ali quaisquer presos políticos bascos; aliás, até à sua vinda, jamais houvera presos bascos em Valence, tanto na cadeia moderna como na antiga.
A isto acresce o facto de que a nova cadeia de Valence é um protótipo de um novo modelo prisional que se pretende implementar em toda a Europa, assente na máxima segurança. As condições de vida existentes na prisão conduziram ao motim e à revolta de 25 de Setembro. Nesse dia, um grupo de presos tomou o controlo de um andar inteiro do presídio e incendiou várias celas, incluindo a de Aletxu Zobaran (ele e Ibon estavam no mitard), cujos pertences foram quase todos queimados.
Numa nota, o Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA) faz questão de saudar Aletxu e Ibon pela «coragem e dignidade demonstradas». «Embora o dia da Amnistia e da liberdade de Euskal Herria ainda esteja longe, esta vitória mostra-nos, tal como pudemos ver noutros casos, que a luta compensa. A luta é o único caminho!», afirma.
No final, o MpA incentiva os bascos a apoiar, nas ruas, as lutas que se travam nas prisões. Neste sentido, lembra que há uma dinâmica em marcha em defesa da liberdade dos presos doentes, que passou da cadeia de Huelva para a de Córdova. Jon Kepa Preciado cumpre o sexto dia de jejum, no âmbito de uma greve de fome rotativa que já dura há 64 dias. / Ver: amnistiAskatasuna