O jornalista Boro, do La Haine, recebeu a notificação do início do processo oral, no contexto da segunda fase da chamada «Operação Aranha», contra utilizadores de redes sociais. O Ministério Público acusa-o de um «crime continuado de enaltecimento do terrorismo» e solicita para ele uma «pena de um ano e oito meses de prisão, 12 anos de inabilitação absoluta e dois anos de liberdade vigiada».
Três detenções em sete meses
O navarro foi preso em sua casa a 6 de Novembro de 2014, pela Guarda Civil, mas nos meses anteriores já fora detido duas vezes no desempenho das suas funções laborais. Foi preso enquanto fazia a cobertura informativa da manifestação «Xeque à monarquia», em Madrid, a 29 de Março de 2014; neste momento, aguarda pelo julgamento e incorre numa pena de seis anos e 6200 euros de indemnização.
O segundo processo, relacionado com a cobertura informativa que o La Haine fez do 20.º aniversário da ocupação do Euskal Jai (gaztetxe de Iruñea), já foi arquivado.
Este terceiro caso não está directamente relacionado com o seu trabalho de jornalista, mas o La Haine sublinha que o facto de Boro ser incluído na Operação Aranha não é um acaso: trata-se de uma vingança pelo facto de Boro pertencer ao La Haine.
Na notificação, são referidas diversas publicações no Facebook, a maioria das quais não foi escrita por Boro, mas partilhada de outras contas. Para além do mais, a acusação considera terrorismo frases como «Es hora de que el miedo cambie de bando», «Nos vemos en las calles» ou «la lucha es el único camino».
Acções solidárias
O grupo de apoio a Boro vai realizar um jantar solidário a 29 de Outubro no CSO La Traba, em Madrid. Por seu lado, o La Haine apela à participação na campanha de fundos que recentemente pôs em marcha para celebrar os 16 anos de vida do projecto, uma vez que parte do dinheiro reunido será destinado às custas judiciais de Boro. / Mais info: lahaine.org