Foram hoje julgados dois dos jovens detidos e incriminados por terem participado no Gasteizko Herri Harresia (muro popular de Gasteiz), em Maio de 2015. Ambos corriam o risco de ir parar à cadeia, mas tal não irá acontecer, depois de ambos terem chegado a acordo com o Ministério Público (MP).
Adam Llamirni e Oier Martínez, julgados hoje na capital alavesa, são os primeiros de um grupo de jovens que vão a tribunal por terem participado no muro popular de Gasteiz, em Maio de 2015. Então, centenas de pessoas juntaram-se para apoiar Igarki Robles, Aiala Zaldibar e Ibon Esteban, sobre quem pendiam ordens de detenção e encarceramento, por pertencerem à organização juvenil, independentista Segi.
Nos termos do acordo hoje alcançado com com o MP, Llamirni e Martínez, acusados do crime de «resistência», evitam a prisão pagando uma multa no valor de 3680 euros. Inicialmente, o MP pedia que fossem condenados a dois anos de cadeia - na conferência de imprensa que deu na semana passada, o Gasteizko Harresia sublinhou que esse risco era real. Os julgamentos relacionados com o Herri Harresia de Gasteiz vão prosseguir até 13 de Dezembro.
Nenhum ertzaina...
Curiosamente, nenhum dos arguidos é ertzaina. Pese embora as imagens evidenciarem a grande violência da intervenção policial de Maio de 2015 na Praça da Virgem Branca e os tratos de polé sofridos por quem ali se manteve firme na defesa dos que iam injustamente presos; pese embora, terem sido feitas 42 queixas contra a Ertzaintza, só há conhecimento de julgamentos de jovens.
À entrada do tribunal, hoje realizou-se uma concentração de apoio aos arguidos, no decorrer da qual se recordou, precisamente, a grande violência a que Ertzaintza recorreu para prender Aiala, Igarki e Ibon. Embora contentes pelo facto de Llamirni e Martínez não irem parar à cadeia, os presentes afirmaram que «não se fez justiça» e que quem devia ter sido julgado eram os ertzainas que participaram na operação de Maio do ano passado. / Ver: lahaine.org e halabedi.eus