Nem o frio, nem a ameaça de chuva, nem a habitual coincidência com outras manifestações [desta vez não foi no mesmo local e à mesma hora!], nem os controlos dos pikolos, nem o silenciamento mediático impediram que, mais uma vez, milhares de pessoas voltassem a levar às ruas de Bilbo a reivindicação da amnistia.
A mobilização de ontem, convocada pelo Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA), foi maior que a do ano passado em número de participantes. Arrancou depois das seis da tarde, tendo à frente uma faixa em que se lia «Amnistia osoa» [amnistia total] e sendo rodeada por palavras de ordem como «Gudariak dira, ez terroristak!» [são combatentes, não terroristas], «Amnistiarik gabe, bakerik ez!» [sem amnistia não há paz] ou «Presoak kalera, amnistia osoa!» [os presos para a rua, amnistia total].
Sendoa Jurado, porta-voz do MpA, declarou à comunicação social o apoio à greve de fome rotativa que está a decorrer em várias prisões pela libertação dos presos doentes e que ontem já completava 96 dias.
A marcha terminou no Arenal, frente ao Teatro Arriaga, onde se procedeu à leitura de cartas dos presos políticos Jon Kepa Preciado, Dani Pastor e Saioa Sánchez, e do deportado em Cabo Verde Emilio Marigorta.
«Apesar de todos os obstáculos, trouxemos mais uma vez para as ruas a reivindicação da Amnistia», disseram os organizadores. Ao referirem os nomes dos jovens que estão na cadeia por causa da operação mediático-policial contra o povo de Altsasu, ouviu-se uma grande salva de palmas e gritos de «Alde hemendik, utzi bakean!» [vão-se embora, deixem-nos em paz].
Lido o manifesto, com partes em euskara, em castelhano e em francês, o acto político terminou com os presentes a cantarem «A Internacional» e o «Eusko Gudariak». / Ver: lahaine.org / Manifesto e fotos: amnistiAskatasuna
EXCERTO do MANIFESTO
«No podemos terminar este acto sin traer a la memoria a Fidel Castro, símbolo de la revolución Cubana y por lo tanto icono de la lucha de los pueblos por su libertad y contra la barbarie capitalista. La revolución cubana fue fuente de inspiración para que el Movimiento de Liberación Nacional Vasco echara a andar y se revelara contra la dictadura de Franco, como modo de garantizar la supervivencia de nuestro pueblo.
Muchos de los que hoy visten la imagen del Che y alaban a Fidel son los mismos que llaman terroristas a los represaliados políticos vascos. Que nadie olvide que la revolución cubana también se basó en la lucha. Que nadie dude de que también a los revolucionarios y revolucionarias vascas les absolverá la historia.
Finalmente, recordar a esos compañeros y compañeras que, perteneciendo a otros pueblos, están unidas a nosotros por el orgullo de pertenecer a una misma clase y por la determinación de hacer frente a un enemigo común. A todas esas personas que también hoy habéis traído vuestra fuerza y solidaridad desde Catalunya, Galiza, Asturies, Castilla o Andalucía, eskerrik asko, y hasta la victoria la victoria siempre! Jo ta ke irabazi arte! Gora Euskal Herria askatuta!»