A Procuradoria da AN espanhola pede 375 anos de prisão para os oito jovens de Altsasu (Nafarroa) que foram incriminados na sequência de uma zaragata, em Outubro do ano passado, com dois guardas civis. Para um deles pede 62 anos de cadeia; para outros seis 50 anos de prisão para cada um; e para um outro ainda 12 anos e meio.
De acordo com a informação divulgada pela agência Europa Press, o magistrado José Perals acusa sete dos incriminados de quatro crimes de «ofensas corporais terroristas» e pede 12 anos e meio de cadeia por cada um dos alegados crimes – o que dá 50 anos no total.
A um destes sete acusa-o ainda do crime de «ameaças terroristas», pelo que, no seu caso, o pedido de pena sobe para 62,5 anos de cadeia.
Para um oitavo jovem incriminado, também acusado de «ameaças terroristas», pede 12 anos e meio de cadeia.
O magistrado solicita ainda que os guardas civis sejam indemnizados em 41 100 euros.
Ser pikolo e palhaço em Sakana
O Vale de Sakana, em que a localidade de Altsasu se integra, é há muito alvo da acção danosa dos «pikolos e palhaços». Quando não é a cacetada, são as multas, os insultos, as ameaças, os controlos nos montes e à entrada das localidades.
Altsasu e Sakana não são caso único em Euskal Herria, mas têm a sua dose. Os jovens criaram o movimento Ospa! [Baza!], que, de modo consistente, com muito convívio e imaginação à mistura, foi denunciando os abusos das forças militares de ocupação. Foi alvo, desde o início de uma intensa campanha de criminalização na comunicação social.
No Estado espanhol (não exclusivamente), sai barato ser corrupto, explorador ou fascista de «toda la vida», um GALindo, um Martín Villa ou moço janota de extrema-direita. Ainda correm o risco de serem condecorados.
Se denunciarem a acção da Guarda Civil e se se envolverem numa bulha num bar com pikolos, então, sim, pode cair-lhes a «Lei» em cima. A dos fachos. E são classificados como «terroristas».
A denúncia - bem como a solidariedade - é inteiramente justificável e necessária. Agora, não nos movem nada as «revoltas» de espantados e reformistas. Andam a fazer a vossa cama.