[De Bruno Carvalho] A manutenção do poder político e económico depende, e muito, da dominação daquilo a que o comunista italiano Antonio Gramsci chamava superestrutura. A luta pela hegemonia ocorre em todos esses espaços mas a ruptura dá-se questionando a propriedade privada dos meios de produção. Em geral, as forças que hoje tentam «modernizar» a emancipação das mulheres, da população negra e dos homossexuais fazem-no excluindo o factor económico da equação.
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Corrupção, desigualdade e discriminação não são extinguíveis neste modelo de sociedade porque são pilares fundamentais do sistema político, económico, social e cultural em que vivemos. Que Obama tenha sido o primeiro presidente negro dos Estados Unidos não diminuiu o assassinato e tortura policial sobre a população negra. Que Merkel seja chanceler não desagravou a situação das mulheres alemãs. (Abril)