Para fazer uma leitura da actual situação política brasileira, «diante do avanço do golpe», e definir as bases que vão orientar a criação do Congresso do Povo, cerca de 130 pessoas juntaram-se, no final da semana passada, na Escola Nacional Florestan Fernandes, espaço de formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado no interior do estado de São Paulo.
No encontro de dois dias, promovido pela Frente Brasil Popular (FBP) – que integra organizações sociais, sindicatos e partidos políticos –, definiram-se as bases que vão guiar o Congresso do Povo. Em Julho, deverá ter lugar um grande «plenário nacional», para dar uma resposta unitária ao golpe, procurando saídas para a crise em que o Brasil mergulhou após a destituição da presidente Dilma Rousseff e visando a criação de um projecto democrático, à esquerda, de defesa da soberania.
Não se trata de um evento isolado. De acordo com a FPB, o Congresso é um processo em construção, por etapas; é «um processo de luta e pedagogia de massas», assente no «trabalho de escuta das pessoas», indica o Portal Vermelho.
A iniciativa «irá propor um diálogo permanente sobre a situação política do país e, principalmente, irá ouvir os problemas» das populações, em todos os estados, refere o Brasil de Fato. (Abril)