Entretanto, os morteiros continuam a cair sobre os bairros de Damasco, e já hoje a agência Sana deu conta de que 18 civis ficaram feridos ou foram mortos na sequência de mais uma vaga de morteiros lançada a partir de Ghouta Oriental. Mas, tal como ocorreu em operações de libertação de outras cidades, por parte do EAS, na comunicação social dominante a «culpa» do que se passa em Ghouta Oriental é governo sírio e dos aliados russos.
Tal como ocorreu quando da libertação de Alepo, em qualquer TV, jornal ou revista familiar se vê a imagem lavada da Al-Qaeda ou dos «sucedâneos» do Daesh financiados por estes e por aqueles – entenda-se: a Arábia Saudita, os EUA, as potências ocidentais.
A estratégia já não espanta quando o Exército sírio e os seus aliados estão na mó de cima sobre o terrorismo: a culpa é «regime de Damasco», os Capacetes Brancos estão em Hollywood, o Observatório Sírio é a fonte.
A mesma «imprensa» é acusada há muito de dois pesos e duas medidas na cobertura que faz das operações anti-terroristas e de libertação de cidades na Síria e no Iraque, sendo que do registo das «atrocidades» e da condenação (no caso de Alepo ou de Ghouta) se passa facilmente para a enfática celebração das «operações libertadoras» de Raqqa, na Síria, ou Mossul, no Iraque – estas últimas foram lideradas por Washington e amigos seus, e não pelo «terrível» Assad, em companhia do «ditador» Putin – que agora, ainda para mais, «ameaça» o Ocidente com uma corrida às armas... (Abril)