Foi a maior manifestação de que há memória na capital navarra, assinalam diversas fontes. Para exigir «justiça» e «liberdade» para os jovens de Altsasu condenados pela AN espanhola a penas entre os dois e os 13 anos de cadeia, muitos milhares de pessoas encheram as ruas de Iruñea [Pamplona]. Os Altsasu Gurasoak [Pais de Altsasu] afirmam que estiveram presentes 80 mil pessoas.
A manifestação começou pelas 17h00, junto ao estádio do Sadar, onde ao longo da manhã foram chegando autocarros de todo o País Basco e de vários pontos do Estado espanhol, nomeadamente da região de Madrid e da Catalunha. Juntou-se ali tanta gente que muitos se viram impossibilitados de fazer o percurso total da manifestação, a que se foram juntando onde conseguiram.
Uma faixa com a inscrição «Ez da Justizia» [Não é justiça] seguia à frente da mobilização, onde se ouviram palavras de ordem como «Altsasukoak askatu» [Liberdade para os de Altsasu] e «Utzi bakean, alde hemendik!» [Deixem-nos em paz, vão-se embora!], em alusão às forças de ocupação espanholas.
No acto final, na Av. Carlos III, houve palavras de agradecimento para tanto apoio e solidariedade, e foi lembrado o sofrimento do último ano e meio, provocado pelas detenções, a dispersão e a presença da Guarda Civil em Altsasu como força de ocupação.
Dois representantes dos Altsasu Gurasoak afirmaram que o caso evidencia «um abuso de poder» e criticaram a «falta de separação de poderes» no Estado espanhol. Em seu entender, a Audiência Nacional espanhola não agiu de forma «imparcial» e aplicou penas «desproporcionadas».
Um saco de acusações
Recorde-se que o tribunal de excepção espanhol condenou oito jovens de Altsasu a penas que vão dos dois aos 13 anos de prisão, depois de os julgar por uma zaragata num bar com dois guardas civis.
O tribunal especial não considerou que se tratou de um «crime terrorista», mas lançou uma mensagem clara em defesa das forças policiais e militares de ocupação em Altasu, Sakana e Euskal Herria, juntando num saco um monte de acusações contra os jovens (desde «ameaças» a «atentado», passando por «desordem pública» e «ofensas corporais»), ao qual juntou as agravantes de «abuso de superioridade e de ódio» e de «motivos ideológicos e de hostilidade à Guarda Civil».
Recentemente, o Ministério Público recorreu das sentenças, alegando que se tratou de uma «agressão planeada e organizada», que entra na categoria de «terrorismo». / Fonte: agências
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