[De Diário Liberdade] Mundialmente reconhecido como um dos grandes teóricos marxistas do nosso tempo, Samir Amin morreu este domingo em Paris.
Nascido em 1931 no Egito, de pai egípcio e mae francesa, Samir Amin era doutor em Economia e tinha formaçom em Ciência Política, dedicando toda a sua vida adulta ao estudo do capitalismo. Tendo trabalhado no Cairo no Instituto de Administraçom Económica nos anos 50, morou em diferentes países até se converter em diretor do Fórum do Terceiro Mundo em Dacar, no ano 1980.
Nos anos 60, fijo parte do Partido Comunista Francês, distanciando-se para apoiar a corrente maoista aquando da disputa sino-soviética. Conta com importantes estudos sobre a Lei do valor, o eurocentrismo, as relaçons centro-periferia, assi como sobre categorias discutidas no seio do marxismo contemporáneo, como «crise estrutural», «capitalismo senil» ou «intercámbio desigual». Também defendeu a tese da entrada, nos anos 60, numha nova fase do capitalismo, que chamou «de monopólio generalizado», muito além do incipiente descrito por Lenine em 1916.
Nos últimos anos, estudou o fenómeno do desenvolvimento chinês, a crise do capitalismo como civilizaçom e o acirramento dos confrontos imperialistas, sem deixar de analisar a dependência como fenómeno característico das relaçons entre centro e periferia do capitalismo mundial, nomeadamente as periferias africana, asiática e latino-americana.
Foi também crítico do islamismo, enquanto força colaboracionista do imperialismo norte-americano na regiom do Médio Oriente, definindo-o como «arma da globalizaçom», conseqüência da crise mundial do capitalismo.
Samir Amin participou em duas ocasions na Semana Galega de Filosofia, nas ediçons de 1989 e 2011. (Diário Liberdade)
Ver tb.: «O imperialismo americano, a Europa e o Médio Oriente», de Samir Amin (resistir.info)