[De Luís Carapinha] Há 45 anos o Chile acordou para um dia negro da história. No dia 11 de Setembro de 1973, um golpe militar com o envolvimento directo, ao mais alto nível, dos Estados Unidos depôs o governo progressista da Unidade Popular de Salvador Allende.
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A informação já desclassificada comprova largamente que a CIA lançou uma vasta operação encoberta para tentar impedir, numa primeira fase, a chegada ao poder de Allende – incluindo o assassinato do general René Schneider pela organização de extrema-direita Pátria e Liberdade – e, depois, para minar a sua gestão, assegurando o caldo necessário para o sucesso do golpe que viria a executar a 11 de Setembro.
Escassos dias depois do início de funções do novo governo chileno, o presidente Nixon confessava que «a nossa principal preocupação (…) é a possibilidade de que Allende se consolide e que a sua imagem perante o mundo seja um êxito». Segundo o próprio Kissinger – que há dias participou no elogio fúnebre ao senador McCain –, nos anos seguintes os EUA dedicaram-se à missão de estrangular a economia chilena. (avante.pt)