Subcontratados pelo Grupo Constant para realizar a limpeza dos quartos em ambos os hotéis bilbaínos, estes trabalhadores iniciaram no passado dia 2 de Novembro uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo sindicato ELA, e, desde então, têm realizado concentrações diárias frente às unidades hoteleiras onde trabalham.
Em declarações à agência Europa Press, o responsável sindical do sector de Serviços, Joseba San Miguel, afirmou que estes trabalhadores laboram em condições «de absoluta precariedade e escravidão». De acordo com o delegado sindical, «pagam-lhes 2,5 euros por cada quarto limpo» e, «no melhor dos casos, conseguem ganhar um salário mensal de 800 euros, já com todos os "extras" incluídos», denunciou.
O dirigente sindical do ELA criticou fortemente o Barceló, pelo facto de «a maioria dos contratos de trabalho ter sido realizada de modo fraudulento» e por, «durante a greve, já ter despedido 11 trabalhadoras». Também acusou ambas as unidades hoteleiras de «violar o direito à greve», «substituindo trabalhadores em greve por outros, [subcontratados] a outra empresa». A este propósito, o ELA denuncia numa nota o «lamentável papel» da Inspecção do Trabalho, que, face à realidade exposta, «não tomou qualquer medida».
Na mobilização desta sexta-feira, tantos os trabalhadores como a organização sindical que os representa reafirmaram a «vontade de negociar» – um apelo que, denuncia o sindicato, tem ficado sem resposta. Lutando contra os vínculos precários, em defesa da contratação colectiva e pela «dignificação» das suas condições de trabalho, os trabalhadores afirmam estar dispostos a manter a greve até verem concretizados os seus anseios. (Abril)