Na rede social Twitter, esta manhã não faltavam comentários sobre o regresso da «direita de sempre» ao governo na Grécia, a lembrar a «estrondosa derrota» de Alexis Tsipras ou as ilusões que a vitória do seu partido, em 2015, gerou – na Grécia e fora dela.
O engano, para alguns, durou pouco. Às vitórias de tal «esquerda» em Janeiro e Setembro de 2015, seguiram-se greves gerais sucessivas e manifestações com dezenas de milhares nas ruas de Atenas e Salónica. É que as infra-estruturas (portos, aeroportos) estavam a ser privatizadas e as reformas legislativas que afectaram, trabalhadores, pensionistas e a população grega em geral seguiam-se ao ritmo das exigências da troika do capital.
Desemprego elevado, recessão económica, situação de ruptura social – tudo para agradar aos credores e em nome do «alívio da dívida». Afinal aquela «esquerda» – que enganara o povo grego com o chamado programa de Salónica (não aplicado) e com o referendo sobre o terceiro resgate – era outra coisa, ao serviço do capital. No entanto, Tsipras disse ontem que sai do governo com a «cabeça erguida» e que, enquanto líder da oposição, irá continuar a batalhar pelos valores da «esquerda». (Abril)